Portugal Espanha nas meias finais do Europeu de 2012
Chegados aqui, às meias finais, e sem que tivéssemos algo
a perder, vimo-nos, uma vez mais, confrontados com os actuais campeões do Mundo
e da Europa.
Não sei se alguém esperaria que se atingisse esta fase;
eu não. O que é certo é que, de uma forma justa, mas igualmente trapalhona
senão com alguma felicidade (Dinamarca...), alcançámos o objectivo inicial
pretendido. E ontem, depois de termos empatado o jogo jogado, não tivémos - uma
vez mais -, cabeça, e apenas cabeça, para ultrapassarmos o obstáculo.
Somos capazes de muita coisa, mas quando toca a ter
cabeça fria, racionalidade, (ainda?...) não o conseguimos.
Um movimento em que ninguém incomoda o jogador, em que
não estão a ser pressionados fisicamente, em que as questões de probabilidade (
contrariamente aos guarda redes de andebol!) são minimizadas, em que a vantagem
é notoriamente de quem toma a iniciativa, nada, falhamos nos momentos cruciais.
Aliás, e deverá haver estatísticas que atestam isso, deve
ser surpreendente, em comparação com outras equipas como a Alemanha, o número
de acções que temos de protagonizar, o tempo e o trabalho que temos de dispender para marcar um golo. Mesmo parados, e sem
ninguém a incomodar...
Depois de um jogo e de um campeonato fenomenais, João
Moutinho, não sei se o mais regular de todos juntamente com Pepe, deixa
Casillas defender. Seguidamente, Bruno Alves remata à barra.
Se não fossem eles, outros falhariam, estou convencido.
Realmente só nos falta "aquilo". Mas
"aquilo", custa tanto!...
O problema é que "aquilo" aprende-se, não só
nos treinos, mas sobretudo em casa, na escola, quando se constrói ao longo da
vida, o carácter e a segurança que
depois permite, com convicção, colocar a
bola no sítio ( sem aconchegos), olhar para o guarda redes, dar dois passos
atrás, e sem grandes alardes, nem enchimentos de peito, nem afastamentos de
pernas (...), colocar a bola no fundo da baliza. Cem vezes em cem; à Panenka, ou fuzilando num dos
dois cantos superiores mais afastados.
Ainda não estamos preparados para um momento daqueles.
Nem sei se alguma vez estaremos...
não conseguimos gerir a vantagem
Enfim, gerimos as poses...