http://www.sabado.pt/Opiniao/Alberto-Goncalves/Papoilas-saltitantes.aspx
Finalmente alguém repõe a verdade dos factos; Luisão foi inopinada e barbaramente "apeitado" por um teutão...
Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta. (Einstein) But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Sociedade-Chernobyl
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Sociedade Neil Armstrong
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Moi-almoços
Diogo Luis (21.08); Luis Filipe (04.08); Pais da Isa e Isa (16.08); José Manuel Marques, Ilda, Carlos e Cristina (19.08); José Nicolau (antes dos JO); Ana Madeira (22.08)
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Sociedade-Animação
A sociedade que insistimos em construir...
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Moi-Reflexão : ainda os Jogos Olímpicos Londres 2012
1-O Oscar Pastorius foi autorizado a correr nos Olímpicos, utilizando "novo equipamento".
Não concordo com isto. Pelo facto de ele ser
"para-olímpico", a malta envergonha-se e deixa-o correr com os
"olímpicos"? E se ele ganha? E se isto" pega"? Os outros
olímpicos não se queixarão? E porque é que não se queixarão?...
Qual vai ser a fronteira do equipamento que é passível de
ser utilizado? Ou pretende-se que não haja?...
Então para que existem os Jogos Para-olímpicos?
2-Michael Phelps
Sem dúvida um fenómeno. Mas também com um corpo que se
verificará, dentro de alguns anos, ser o ideal para a prática da modalidade ("barbatanas," perdão, pés incluídos).
Depois de ter interrompido durante dois anos, após os Jogos de Pequim, e ter voltado, é obra!
E a propósito das disciplinas de "tempo", como a natação e o atletismo, qual o futuro dos tempos e dos resultados, sempre a evoluir?
Teremos cada vez menos
competição "visível", já que tudo passará a ser destrinçado pelo
computador. A olho nu, veremos 8 atletas a chegarem juntos à meta, ou 8 a
tocarem a linha de chegada.
Enfim, é o espectáculo que "a carneirada" quer, não é?
PS-Eu vi o Eusébio jogar, o Carlos Lopes a ganhar a Maratona...mas tambem vi o Phelps nadar,
além de ter acompanhado o primeiro homem na lua...;)
3-As naturalizações no atletismo (por enquanto, e com esta expressão, apenas nesta modalidade...)
É um must; o "espectáculo" - palavra que hoje
em dia serve para justificar e desculpabilizar tudo o que à gravita à margem do
verdadeiro, sério e são desporto -, e a
ganância de protagonismo internacional que lhe está adjacente, e que traz
melhores resultados, assim o exige.
Por absurdo, situação a que reduzo
habitualmente para melhor se entender, qualquer dia teremos a França com 200
atletas, 20 dos quais franceses, e os outros oriúndos de ex-colónias,
ex-protectorados e de outros países. Quem diz a França...
Tudo pelo..."espectáculo".
4-a desigualdade de critérios nas arbitragens, no
voleibol no toque por cima, e no andebol na questão disciplinar.
Será que ninguém vê isto?? Ou não querem ver? Depois admirem-se se a vulgarização das modalidades trouxer a sua derrocada...
5-Os jogos olímpicos e o circo
Os jogos olímpicos podem ser considerados os novos
circos?
Nalgumas disciplinas olímpicas, como a natação
sincronizada, os saltos para a água, a ginástica desportiva
("artística", novo nome artístico) , a "dréssage", é
visível o carácter circense de que elas se revestem.
Abstraindo-me do facto de os palhaços também já terem
sido substituídos pelos "standup comedy", os números com animais
estarem em extinção pelos direitos dos animais estarem na berra (na
"dréssage" não há problemas com os animais...), os ilusionistas já se
terem independentizado, os "homem forte" já estarem fora do circuito
há muito tempo, o que é facto é que o circo está em extinção.
Dali, o que
resta, são as acrobacias, agora tornadas disciplinas olímpicas como a ginástica
rítmica, alguma da ginástica artística, a natação sincronizada, os saltos para
a água, o aspecto erótico das acompanhantes agora protagonizado pelas jogadoras do voleibol de praia, etc.
Aguardam-se por novas e excitantes disciplinas espectaculásticas, tais como futebol de praia, futsal, etc...
5-15 dias é muito pouco tempo para os JO. Mas pronto, é a recessão...
6-Os tempos pedidos e os microfones a serem metidos para
quê??? Muito, mas mesmo muito poucos percebem a língua, e destes, quais os que
se interessam por aquela modalidade em particular??
Mas o que mais me espanta, é não haver um caramelo que "distraidamente", dá um soco ou uma pisadela monumental no transportador do microfone!
7-Ninguem ainda notou na óbvia supremacia dos guarda redes de andebol relativamente
aos jogadores??
FINAL-A aculturação, a Ganância sem limite e o crime, continuam a compensar.
Moi-Reflexão : O véu e os Jogos Olímpicos Londres 2012
Os atletas árabes e a polémica (??) da utilização de equipamento (não conforme?) como é o caso do véu nas competições.
Nos Jogos Olímpicos (JO) de Londres de 2012, uma das
primeiras polémicas surgidas, foi a que opôs a Federação Internacional de Judo
à delegação da Arábia Saudita. Isto, a propósito de uma das atletas daquele
país pretender usar o véu a apanhar o cabelo durante as competições, conforme
costume do país.
Proíbiu-a, numa primeira fase, aquela Federação. Ou não
usava véu e competia, ou não competia. Sei que depois houve um "
entendimento" entre as partes.
Não sei como acabou. Mas hoje em dia, e depois de tudo aquilo
a que assisto à minha volta, com perplexidade assumida e contida, poucas coisas
me admiram; no entanto, algo que me incomoda de sobremaneira, são os medos
hipocritó-políticos de ferir susceptibilidades no panorama diplomático
internacional; estes sobrepõem-se a tudo.
Pena que aquelas almas que negoceiam tudo, não se
revoltem quando naqueles países se apedrejam mulheres até à morte, ou quando as
obrigam a andar de burka, ou quando as excisam, ou quando não as deixam exercer
os mais elementares direitos. Isto para não falar naquelas escolas onde são,
desde crianças, educados contra o espírito ocidental. Isto tudo sob o manto da
religiosidade...
Se isto nao me entristecesse de imediato, arrancar-me-ia
um amargo sorriso!
Mas voltando ao judo, e para lá do "jeito" que
dá fazer judo com lenço (..penso que os fios e quejandos estão proibidos!), são
objectivas, e entendem-se, as questões que se prendem com a segurança, e que
foram de imediato avançadas pela tutela, para justificar o impedimento da
participação da atleta.
Mas no meu entender, incorrecta e indevidamente. Claro
que por detrás está a questão diplomática.
Mas o que realmente há, é um medo latente.
Medo de assumir a razão principal; e essa qual é?
Pura e simplesmente " uma questão de
princípio", algo que vai rareando nos tempos que correm, em todos os
vectores da nossa sociedade, mas, como já referi, com os receios hipócritas de
ferir susceptibilidades.
Cada vez mais, tem-se medo de invocar "o
princípio": o velho, bem sonante e rotundo "NÃO"!
Quando os ocidentais se deslocam a países árabes, sabem
de antemão, quais as regras pelas quais se têm de reger. Aceito este facto, e
não o contesto, apesar de não concordar com ele. A regra é esta!
Álcool?; religião?; formas de vestir?; direitos das
mulheres?; Sabemos todos ao que vamos, aceitamos as regras, e cumprimo-las,
mesmo que, hipócrita e muitas vezes descaradamente, os locais sejam os
primeiros a prevaricar.
Porque carga alternadíssima de água é que temos de
cumprir as regras deles, do lado "civilizacional"?
Querem usar véu em competição? Compitam entre eles, e nos
femininos, todas de burka se quiserem, ao fim de um dia do Ramadão, e fazendo a
interrupção para a oração do costume. Não há qualquer problema.
Porque é que a comunidade internacional, a grandessíssima
maioria (!!!), há-de alterar o seu referencial,
e o bom senso que resultou deste amadurecimento de há séculos "do
lado de cá", para ir ao encontro de meia dúzia de basbaques que ainda
estão na idade média no que respeita aos mais elementares direitos
civilizacionais?
Não bastava termos de nos revoltar com as injustiças que,
a toda a hora, ouvimos serem praticadas na Síria, no Irão, no Iémen, no Sudão,
ainda temos de andar com paninhos quentes, com medo de ofender os ditos?
Tempos difíceis, muito difíceis!
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
José Hermano Saraiva
(Pedro Tadeu 24.07.2012 no DN)
A primeira
vez que percebi a brutalidade do exercício do poder político tinha uns sete ou
oito anos de idade. José Hermano Saraiva explicava, no programa O Tempo e a
Alma, que D. Afonso Henriques mandou casar a filha de 15 anos, a infanta D.
Urraca, com D. Fernando II, de Leão. "Era ainda uma criança,
coitadinha!", sublinhava, com ar teatral, para nos emocionar com o drama
da menina. E eu emocionei-me.
A primeira
vez que percebi a existência das classes sociais, os interesses distintos que
as perseguem, a divisão que as separa, a contradição e a luta entre elas,
permanente, foi, no mesmo programa, num outro episódio, dedicado aos Painéis de
São Vicente de Fora.
Neles, como
todos sabem, vemos 59 figuras: da nobreza, do clero, da burguesia e do povo do
século XV. Neles desenvolve-se, ainda hoje, um mistério interpretativo em cada
uma daquelas caras.
Para José
Hermano Saraiva, o significado profundo daquele quadro, o significado perene da
sua própria intervenção televisiva, era este: a grandeza e honradez do povo
português, "da gente humilde" que com o seu esforço, engenho e
coragem garantiu o seu sustento e sobrevivência, mas também a independência e a
liberdade de Portugal. Um povo vencedor, apesar das traições e dos desvarios
que sempre atravessaram os comportamentos das classes dominantes. Estas, no
entanto, deram-nos indivíduos de enorme estatura que, em inúmeras ocasiões,
sobrepuseram-se à mediocridade dos seus pares e mudaram o curso da História.
Era uma
narrativa de heróis, de vilões, de indivíduos. Era também a história de uma
identidade coletiva: a do povo português, a "Alma", a Nação, que ele
intelectualizava com compromisso ideológico.
O ministro
do Estado Novo, que teve a polícia de choque na universidade a reprimir a crise
académica de 1969, terminaria essa sua primeira série de programas, onde dizia
bastante mal dos poderosos, para ser embaixador no Brasil. "Chutado para
cima", dir-se-ia hoje.
A revolução
do 25 de Abril aceitou-o de volta à TV, mais depressa do que o seu passado
político faria supor. A historiografia dos anos 80 e 90, onde era proibido
existirem heróis ou vilões, tentou liquidar a credibilidade científica deste
homem, mas, provocando enorme ciumeira, a sua popularidade cresceu.
Para muitos
portugueses, mesmo aqueles que, como eu, estavam na barricada política oposta à
de José Hermano Saraiva - talvez mesmo, se as circunstâncias o exigissem,
dispostos a travar uma guerra fratricida, mas patriótica, como nos tempos
imemoriais que ele narrava -, a notícia da sua morte é a notícia do fim de um
bom pedaço da nossa história pessoal. É uma notícia triste.
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