quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Reflexão-JPPereira (08dez12)

DEZ TENDÊNCIAS PARA 2013
 
1.De mal a pior - Esta é a mais sólida tendência para 2013. Tudo o que está suficiente será medíocre. Tudo o que está mau ficará pior. Pobreza, desemprego, economia, dívidas, falências, direitos, liberdades, garantias, corrupção, ataques à democracia.

2. O "exercício" vai ter maus resultados - O primeiro-ministro chama "exercício" à governação, incapaz de escapar a uma mescla de economês com a linguagem escolar que o caracteriza. O "exercício" é o Orçamento, no "país de programa" que é Portugal. A devastação intelectual do vocabulário corrente no poder é apenas mais um sinal do nosso empobrecimento, da impregnação do espaço público por um vocabulário de má consultora. Mas como vai ser possível insistir no mesmo quando o "exercício" falhar? Vai. Vai, porque eles só sabem fazer isto e não sabem o que fazem. O país corre o risco de ser entregue aos que se seguem em muito pior estado do que foi recebido em 2011. Em Paris vai haver um aprendiz de filósofo que se vai rir. Sem desculpa.

3. Haverá novos planos de austeridade - Tão certo como dois e dois serem quatro. O primeiro chama-se pomposamente "refundação do Estado" e recairá directamente em cima dos funcionários públicos e dos pensionistas e indirectamente sobre os portugueses que mais precisam dos serviços públicos, educação, saúde, Segurança Social. Será anunciado em Fevereiro como um plano aberto para discussão até Agosto, mas tudo já está decidido: cortar quatro mil e 500 milhões de euros permanentemente. Depois, em seguida, haverá novos planos de austeridade, sempre que os números do "exercício" falharem.

4. A Grécia aqui tão perto - A situação grega caracteriza-se, em linhas muito simples, pela conjugação de números de "contabilidade criativa" apresentados a Bruxelas desde a entrada no euro, pela instabilidade política e maiorias muito frágeis, pela incapacidade de os governos cumprirem o que acordam com a Comissão, o BCE e o FMI, por uma dívida gigantesca, pela inexistência de uma fiscalidade eficaz, por muita corrupção, pela turbulência na rua, manifestações em série e greves, pela existência de lóbis e corporações poderosas e pela quebra maciça do poder de compra da população e crescimento da pobreza exponencial nos últimos anos de "programa".

Em que é que Portugal é diferente, ou vai a caminho de ser diferente? Números criativos existiram nos últimos orçamentos Sócrates, embora numa dimensão mais benigna. Instabilidade política é menor em Portugal, mas a coligação é uma ficção muito frágil. A dívida é igualmente gigantesca em Portugal e está a aumentar. O incumprimento do acordado com a troika no défice, o aspecto central do "ajustamento", é total. A nossa fiscalidade tornou-se mais eficaz na última década, mas pouco pode fazer contra a fuga generalizada aos impostos, por fraude ou por absoluta necessidade. A economia paralela está a crescer. As ruas portuguesas são mais calmas do que as gregas, mas uma minoria violenta começa a aparecer. Uma quebra maciça do poder de compra da população e o crescimento da pobreza exponencial nos últimos anos de "programa" existe em Portugal numa dimensão semelhante à grega, com tendência para ser igual em 2013-4. A corrupção grega e portuguesa atingem extractos diferentes da população, a nossa tende hoje a ser mais da "alta", mas no seu conjunto está a agravar-se. Na verdade, muitos números são piores na Grécia do que em Portugal, mas não parece haver nenhuma diferença qualitativa entre as duas situações. A tendência é para Portugal ficar cada vez mais "grego" à medida que o tempo passa.

5. Vai tudo parar aos tribunais - Em 2013, tudo vai parar aos tribunais com uma intensidade até agora nunca vista. Autarquias, sindicatos, políticos, grupos de cidadãos, indivíduos vão invadir os tribunais, dos tribunais comuns ao Tribunal Constitucional, com queixas e reivindicações sobre atropelos, direitos, garantias, abusos, que o Governo, o Estado, a maioria, tem vindo a fazer. Desde decidir se é legítimo a candidatos apresentarem-se a eleições após mais de três mandatos até à extinção de freguesias, ou à equidade orçamental, rendas, avaliações, IMI, IRS, impostos, direitos laborais, violações da lei, violação de contratos, etc., tudo vai parar aos tribunais. É um processo muito arriscado e delicado: por um lado, ameaça politizar os tribunais; por outro, representa a ultima instância que pode garantir direitos e garantias e combater injustiças e ilegalidades por parte do Estado e do Governo.

6. O PS continua no limbo - Enquanto o PS tiver à sua frente António José Seguro, e for aquilo que é, Seguro estará para Passos Coelho como Passos Coelho esteve para Sócrates. Do mesmo modo que Passos Coelho e Relvas, frutos do aparelho, descaracterizaram o PSD como partido social-democrata, e Portas faz equilíbrios no arame para o mesmo não acontecer no CDS como partido democrata-cristão, Seguro transformou o PS numa coisa amorfa e mole, sem sentido nem direcção. Isso significa que a sua governação será muito semelhante à de Passos Coelho em três aspectos fundamentais: trará o aparelhismo para o Estado, será subserviente face aos poderes fácticos, em particular a banca, e será muito incompetente. Como isso não entusiasma ninguém, poderá lá chegar apenas pelo mesmo fenómeno de rejeição do anterior Governo que levou lá Passos Coelho. Mas um remake é sempre pior do que o original, e o PS caminha para um desastre mais anunciado e rápido do que o PSD em 2011.

7. A coligação não é uma coligação é um ajuntamento de conveniência - A coreografia da diferença e demarcação que deputados e governantes do CDS fazem todos os dias, a começar por Portas, é penosa de se ver. Quando discursam é para elogiar ministros do CDS, quando se calam é para abafar com o seu silêncio a discordância activa que mantêm com Passos Coelho e Gaspar. Não vai acabar bem, mas também já não está bem de todo.

8. O que sobra das nossas Forças Armadas não vai servir para nada - A "refundação do Estado" vai atingir ainda mais as Forças Armadas, o que é facilitado pela nula empatia dos governantes vindos das "jotas" pela instituição militar e pela crescente deslegitimação da própria existência de forças militares. Como a cada corte elas se tornam mais frágeis, aparecem cada vez como mais inúteis, e perdem razões de existência. Um dia, quando Portugal precisar de concorrer a um comando estratégico para os nossos interesses nacionais, ou defender a nossa ZEE, vai ver o que lhe falta, mas será tarde.

9. Os negócios entre a elite no poder vão continuar frutuosos - O nosso establishment do poder, partidos - sector financeiro -, administração superior e Governo, vai continuar a fazer o que sempre fez. A forma como o faz muda, havendo agora uma centralidade do sector financeiro correlativa da maior fragilidade dos outros sectores económicos. A banca é hoje parte inteira da governação, definindo activamente os limites das decisões governamentais e detendo um efectivo poder de veto. As privatizações e o "ajustamento" são enormes oportunidades que estão a ser aproveitadas. Elas permitem também alguma circulação das elites, entre a área governamental, essa importante plataforma de intermediação que são as sociedades de advogados e as consultoras, e os lugares de confiança nas grandes empresas. Aqui dominam as personalidades com fortes ligações à política que vivem na órbita dos partidos, mas acham que lhes são superiores. Os aparelhos partidários estão por regra na parte intermédia e baixa da cadeia alimentar, mas estão bem aí ancorados. Nos partidos, o acesso ao poder continua a permitir a constituição de empresas cujo objectivo é usufruir das ligações privilegiadas para obter fundos e benesses. Antes era a área da formação a mais importante, hoje isso faz-se à volta de empresas de comunicação, marketing, assessoria e consultadoria, mas o esquema é o mesmo.

10. O "bom povo português" vai ficar mau - A razão é muito simples: não aguenta. Nem vale a pena perder tempo e palavras com isto. Está escrito nas estrelas.

(Versão do Público de 8 de Dezembro de 2012.)

Animação-Sundays at Rocco's

Ou " a sociedade que desconstruímos"...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Moi-jantar IST (13dez12)

(da esqda) FernandoCP, FFreitas, Cristina, JMatos, AMadeira, Jacinto, CReal, LMata, eu









JANTAR IST 2012

Caras e Caros (potenciais desempregados, reformados, avós, vendedores de produtos para a cc, etc.)

Depois desta elucidativa introdução, que diz tudo, ou quase tudo, sobre o que nos espera,  e depois de uma consulta democrática (como vem sendo hábito...) alargada ao Jim, ao Jorge, ao LBC, etc., "consensuou-se" (...:)...) que este ano iríamos fazer o nosso jantar anual de Natal, em 13 de Dezembro de 2012.

Talvez aqueles reclamadores proto-crónicos, quais adeptos primários de um clube pré-falido (Jacinto, o SLB já faliu?) e que em anos anteriores peroraram pelas anteriores datas serem no início de Dezembro,  possam agora comparecer... A ver vamos.

Os temas serão os do costume: SCP, SLB,JS, PC, PSA, SNS, filhos, netos, trabalho, e uma ou outra réstia de Engenharia, claro.

Marquem a coisa, desmarquem o que quer que seja, porque este ano poderá bem ser o último,...em que jantamos num restaurante. O próximo será na cantina do IST...

Com o espírito que nos anima, e apesar do lindo futuro que nos espera, venho propor-vos reunir, uma vez mais, no restaurante Isaura, onde tenho cota, perdão, onde costumo ir, e que continua a servir impecavelmente, pelas 19.46 ( depois, é mais caro...). 

Ponham o chinó, antecipem o banhito do fim do mês, alantejoulem-se,  façam a barbita, "change your underwear", enfim "behave".

Perdoem-me de não usar o habitual tom trauliteiró-caceteirístico. Mas ando muito em baixo (ainda mais do que o que sou.... :)

PS1 - Agradecia que me/nos avisassem se vêm. É que 6 é diferente de 12...

PS2 - Jorge, se faltar alguém, avisa-a/o please. Para a Inês só consegui encontrar 3 endereços...:)





Luiz Boavida Carvalho

Moi-jantar Vetvals (11dez12)

(da esqda) MPiedade, MGuerra, CAmorim, Alexandre, APires, JDeus, JAzevedo, ASobral, JEduardo, ADuarte, JOrestes, CBarroso, Eu, LMiranda, JInfante, LCosta, MOliveira

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Moi-Sintra (09.dez.2012)

Feira de S.Pedro

ZéMMarques, Ilda, Carlos, Cristina,Isa,

 Lagos e Bosque
Castelo da Pena

Moi-Reflexão (Engenharia-o novo mundo?)

Seminário
Gestão de Tempo e Produtividade Pessoal

 
O Conselho Diretivo da Região Sul vai promover, no próximo dia 24 de janeiro, pelas 18h00, um Seminário sobre Gestão de Tempo e Produtividade Pessoal.

 Com a duração de duas horas, este seminário visa a aquisição de uma visão compreensiva e estruturada dos aspetos que mais impacto têm na produtividade de indivíduos e equipas numa organização, munindo os participantes das melhores ferramentas para enfrentar a turbulência do atual fluxo de trabalho.

Lecionado pelo Executive Coach Gonçalo Gil Mata e organizado pela empresa Mind4Time, este seminário destina-se a Gestores e Quadros Diretivos, bem como a Profissionais com elevado nível de autonomia, cujo contexto de trabalho reúna características de grande volume de solicitações, processos de decisão, forte concorrência de assuntos de múltiplas origens e pressão para a concretização.

Hipótese 1: está tudo balhelhas
Hipótese 2: someone slept with the chief, neste caso com o Presidente do CDRS...
Hipótese 3: já não sabem o que hão-de inventar para dar a volta à matula iletrada
Hipótese 4: mais um jovem valor, primo de um conselheiro (que não o Acácio...)

Desde "... a aquisição de uma visão compreensiva e estruturada (haverá outras ???) dos aspetos (quais??? os do costume, claro!) que mais impacto têm (não devem ter mudado muito...) na produtividade de indivíduos e equipas numa organização (a densidade - próxima do zero - desta vacuidade de palavras, deixa-me de quatro!!!), munindo os participantes das melhores ferramentas (gostava de lá estar para ver quais!...) para enfrentar a turbulência (divinal! Simplesmente divinal!!) do atual fluxo de trabalho (se for como outros fluxos...)

a "Gestores e Quadros Diretivos, bem como a Profissionais com elevado nível de autonomia", (quer dizer...TODOS "OS MUITA BONS"!)

passando pelo "Executive Coach" (presumo que um elemento com profundos conhecimentos de ...formas avançadas e diversificadas de extorquir dinheiro à malta)

e, claro: contexto de trabalho reúna características de grande volume de solicitações (gastronomia, body board, nails, futebol, wrestling), processos de decisão (um conceito relativamente recente...), forte concorrência de assuntos de múltiplas origens (desligar a luz do escritório, ensinar à mulher da limpeza onde fica a dispensa, substituir o papel da impressora, etc) e pressão para a concretização (...de???)

e não há quem diga: "O REI VAI NÚ, PORRA"

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Moi-The New Yorker (puzzle)

Um puzzle!

Reflexão-Saragoça da Matta ("i")


Mistério público | iOnline

Na passada semana fomos todos surpreendidos na madrugada de sexta-feira com a bombástica notícia de que um dos pilares da moralidade económico-financeira do Estado estaria alegadamente envolvido (enquanto “buscado”, apenas!) numa mega operação de investigação criminal, daquelas a que os investigadores gostam de crismar com nomes sugestivos. Nomes que fazem lembrar as grandes operações de investigação conduzidas “lá fora”… Dariam até títulos para películas de 007. Tais nomes dão à Justiça portuguesa um ar de modernidade! Haja algo!

Mais concretamente, na imprensa que já estava escrita, impressa e embalada para distribuição na quinta-feira à noite, para estar nas bancas sexta de madrugada, vinha escarrapachada a realização de diligências “secretas” de buscas e apreensões, detenções, nessa mesma quinta-feira.

Tomando por óbvio, por ser de bom senso e resultar da experiência comum (um dos critérios que a lei manda os juízes utilizarem ao julgar), que os buscados e detidos são quem menos interesse tem nesse tipo de publicidade, fica no ar uma dúvida incómoda para quem faz da Justiça efectivamente a sua missão: quem terá colocado as “novas” na imprensa? A quem interessava que se soubesse que tal “trabalho” havia sido feito? E quem conseguiria, com tanta rapidez, colocar as notícias na imprensa, de molde a que meia dúzia de horas depois dos factos terem tido lugar, já estarem postos em letra de forma?

Eu não faço a mais pequena ideia acerca da identidade de quem violou (também neste caso) o segredo de justiça, mas presumo que aos buscados fosse um tipo de publicidade que não interessaria de todo. Às suas famílias, e empregados, muito menos, por razões igualmente óbvias. Ninguém gosta de ver os seus, ou de quem profissionalmente se depende, com o nome enlameado, quem sabe sem razão!

Por outro lado, a quem não participa das investigações seria impossível saber da existência das diligências… por isso nem eu, nem quase dez milhões de portugueses, soube de nada até ver as capas dos jornais de sexta-feira nas televisões à uma da manhã. Logo, “nós”, terceiros, também não poderíamos ter sido!

Quem terá sido então? O Gato das Botas? O Coelho apressado da Alice no País das Maravilhas? A Rainha de Copas, personagem de má índole? O Capitão Gancho, que é vingativo? Ou a fada dos dentes?

Mas, Portugal, tem calma! Tudo será esclarecido! És um Estado de Direito. E democrático. Tens instituições democráticas, a funcionar regularmente. Senão o teu Presidente da República já teria zurzido em alguém, com veemência, em face de tão clamorosas violações da lei e da Constituição da República.

Assim que possamos todos estar descansados. Havendo um corpo pago pelo erário público para fazer investigações e juízes igualmente pagos por todos nós para tutelar os direitos dos cidadãos, há-de descobrir-se quem foi que tão rapidamente publicitou na imprensa escrita o que devia estar no segredo das investigações! Eu, tenho fé! Mas… é só uma fé!

David Walliams (little Britain)

Em pesquisa pela net, e depois de ontem à noite ter recordado, no BBC Entertainement, o feito da travessia do Canal a nado, descobri que afinal ele não fez "só" isto.
Depois de ter lido mais algumas particularidades muito especiais da sua vida, desde a mudança de nome, à bipolaridade que o afectou, li que também atravessou o estreito de Gibraltar em 07 de Março de 2008, e nadou 140 milhas no Tamisa durante oito dias, entre 5 e 12 de setembro de 2011. Tudo para o (charity) "Sport Relief".
"Chapeau"! Double...


Moi-jantar Fontanelas (06dez2012)

Jantar do grupo de Fontanelas: Tótó, Barão, eu, Zé Trancas, Zé António, Nuno Trancoso, Carvalhal e Zé Luis. Zé Carlos Bojardas faltou

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Moi-Engenharia

"...mas acredito que os problemas que hoje se colocam à Engenharia são mais de ordem ética e de valores do que propriamente técnicos." (Fernando Nunes da Silva no 1º Congresso de engenheiros de Língua Portuguesa)
 
"...O país não precisa de mais autoestradas, de mais rotundas,de mais pavilhões desportivos,e de mais estádios de futebol. O País precisa de mais empresas, de mais empreendedores, de mais tecnologia, de mais inteligência..." (AntónioCosta Silva, eng)
 

Moi-Engenharia (conferéncia Carlos Fiolhais)

Conferência de Carlos Fiolhais e de David Marçal sobre o livro "Pipocas e telemóvel", no núcleo central do Tagus Park, em 06.dez.2012, pelas 18.00h.

Moi-work,work,work!!!



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Moi-vetvals (2012)

(originalmente enviado em 07.set.2012)

Depois de um fim de semana alucinante, em que o nosso Pedro ( que não "o Primeiro"), na sequência de outras medidas - a Passos -, nos brindou com mais um Coelho da sua cartola ( veremos, a prazo, as consequências destes tempos para o nosso Núcleo...), vamos iniciar, em 11 de Setembro (e onze anos depois ...), aquela que será a quadragésima época do Núcleo de Veteranos de Voleibol do Colégio Valsassina.

Será, certamente, novidade para a maioria dos que actualmente comparecem aos treinos. Não o é, no entanto, para alguns que têm tido o privilégio de se passar no Núcleo ao longo do tempo, de o conhecer um pouco melhor, e de lidar com todos aqueles que o ajudaram a fundar.

E um Núcleo como este não é, como bem sabemos, vulgar.
Reafirmo-o e reitero-o.

Seja pelo tempo inusual de existência de um núcleo desta natureza, seja pelo leit motiv que está na sua base -que não é como a maioria, nem gastronómico, nem futebolístico, nem gerontó-saudosista -, seja pela preferência pelo voluntarismo colectivo em detrimento do estrelato individual,  seja pela genérica sensatez e elevação que perspassa pela maioria significativa das pessoas que o têm ajudado a construir, ou seja até pelo são relacionamento, de evidente e manifesta cumplicidade que, silenciosa, calma e estruturadamente, tem  ligado a quase totalidade dos que por lá (cá) têm passado.
Ou por uma equilibrada mistura de tudo.

E se por vezes, episodicamente, algumas dúvidas parecem assaltar, no presente, - tal como assaltaram no passado -, um ou outro interveniente "mais confuso" sobre a sua passagem por ali, mesmo daqueles já com tempo suficiente(!), mas ainda não totalmente "amadurecido para este tipo de relacionamento", não deixa de ser curiosa, mas saudável e saudada, a solidariedade que, de imediato, se gera entre os outros, tendente a fazer recuperar a sensatez a esse pobre participante tresmalhado.

Há uns anos, mais precisamente em 1997,  num relatório de observação que então foi elaborado por alguém que, apesar de ter ouvido falar desde sempre no Núcleo, nunca o tinha presenciado ao vivo, e entre inúmeras considerações, foram incluídas três reflexões, que agora, relendo-o 15 anos depois (obrigado ASP!), me chamaram a atenção. Elas afloravam, de alguma forma, os grandes objectivos do Núcleo: a primeira dizia que " existe um objectivo que rege esta equipa, que é a de manter a bola o mais tempo possível no ar"; a segunda " Verifica-se que o grupo é autónomo..."; finalmente a terceira " o clima é óptimo e de louvar seja qual a for a forma em que é realizado".

Simples não é? Mas apenas com muito trabalho por parte de todos.

Na entrada desta época, e sem me querer esticar ainda mais do que habitualmente me estico (...), queria lembrar a todos estas reflexões:
    a)vamos continuar a tentar manter a bola no ar o mais tempo possível;
    b)ser autónomos (...);
    c)e, claro, manter ou melhorar, o relacionamento que temos sabido manter.


PS- na próxima reflexão que fizer, e em jeito de "avaliação contínua", prometo voltar ao tom verruminosó-caneleiró-caceteirístico.

Publicidade (Natal)


Moi-Engenharia

Pergunta: Mas então, há Engenharia que não é económica???


  Conselho Diretivo da Região Sul e IST/DEG promovem

  

Curso de Engenharia Económica

Análises Económicas e de Decisão aplicadas à Avaliação de projetos de engenharia

 

      

O Conselho Diretivo da Região Sul da Ordem dos Engenheiros e o Instituto Superior Técnico (IST) - através do seu Departamento de Engenharia e Gestão (DEG) -, estabeleceram um Protocolo de Cooperação que visa o desenvolvimento de iniciativas e atividades de interesse mútuo na área da formação especializada para Membros da Ordem dos Engenheiros (OE), do qual resultaram já vários cursos que decorreram durante o ano de 2012. Em 2013 continuar-se-á o desenvolvimento de novas formações, sendo a primeira o Curso de Engenharia Económica, ministrado pelo Prof. João Oliveira Soares e Prof. Carlos Bana e Costa.   

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Moi-Férias na UK (Coast)?

Os apresentadores da série britânica Coast, pronunciam-se sobre os melhores lugares para passar férias nas ilhas. Definitivamente um conjunto de conselhos a seguir!

Moi-Natal;novas tendências


Reflexão-JPPereira (Público)

OS INTELECTUAIS E "A ANULAÇÃO DO DESTINO" (JPP)
Ninguém pode, a não ser por abuso, tratar os portugueses como se não estivessem conscientes de que os tempos estão difíceis Pode-se sempre dizer que qualquer tempo é um tempo de exigência para os intelectuais, embora os intelectuais não tenham uma história particularmente brilhante de "interpretação" dos tempos. Bem pelo contrário, os intelectuais têm uma história no século XX de participarem activamente nas grandes mentiras do século, fascismo e comunismo em particular, e de justificarem as mais monstruosas das ideias e das práticas, quando estas enunciavam, mais do que praticavam, dar-lhes um papel de interlocutor privilegiado na "interpretação" do que se passava.

Mas, também por isso, tempos como os de hoje são particularmente exigentes para a réstia de função que ainda podemos atribuir aos intelectuais. Por duas razões: há uma enorme circulação de mentiras em curso, e há um enorme sofrimento na maioria das pessoas comuns e uma perda colectiva da esperança, em si mesmos, na sociedade, na democracia, no país. Esta é a crise perfeita, como a tempestade perfeita.

Comecemos pelo sofrimento. A não ser em guerra, onde todo o tipo de violências, a começar pela morte, marca indelevelmente a vida de cada um, o plano inclinado da pobreza e da miséria são particularmente destrutivos. Não estamos numa parte do mundo onde se morra à fome, onde a vida seja destruída por epidemias evitáveis, ou no limiar da subsistência. Nem vale a pena perdermos tempo com esses exageros que muitas vezes nos deitam à cara, para estarmos mesmo assim felizes porque não passamos o pior. Não é a miséria africana, a violência urbana latino-americana, o espectro da pobreza asiática do Bangladesh.

Não é isso. É uma sociedade europeia, saída ainda há muito pouco tempo de uma pobreza ancestral rural e de bairro de lata, da emigração e da tuberculose, da mortalidade infantil e do analfabetismo, para um mínimo de condições de vida, de esperança, de conforto urbano, de consumos "espirituais", de posse de alguns bens materiais e de segurança e alguns direitos precários. Tudo pouco acima do mínimo, com diminuição da pobreza, criação de uma classe média, e também retorno de alguma riqueza. A diferenciação social e a exclusão continuaram, mas foram colocadas num patamar diferente.

 Foi tudo uma ilusão artificial, como agora nos dizem? Teve aspectos ilusórios, expectativas excessivas, mas não foi uma ilusão, foi uma melhoria. Não precisamos que nos venham dar lições morais com a parte da ilusão, para nos arrancarem as melhorias, porque a melhoria de vida dos portugueses deve ser defendida ao limite. O que conseguiram nos últimos anos foi feito com muito esforço, já para não falar da obrigação de reparação do muito que se devia ao homem comum, pobre e trabalhador, pela ideologia da santidade da "pobreza honrada" dos últimos quarenta anos, que deixou uma pilha de ouro no banco e uma população analfabeta e cujos filhos morriam no parto como tordos.

 A discussão em "economês" dos nossos dias faz-se para legitimar o desprezo por estas melhorias, tidas como esbanjamento; pela esperança das pessoas em não perder o pouco que conseguiram, tido por uma reivindicação egoísta de direitos; a que se soma um efectivo desprezo pelo seu sofrimento, tido como pieguice. Sempre achei que atribuir aos governantes que têm de tomar medidas difíceis estados de alma de indiferença face às dificuldades era excessivo, mas agora não tenho qualquer dúvida sobre a frieza e a incompreensão com que olham para o sofrimento dos seus concidadãos.

 No meio disto tudo, acabou a esperança, ou seja, acabou o futuro. Para várias gerações, em particular aquela que o desemprego de longa duração - um eufemismo para não dizer eterno - marca com enorme violência, o futuro acabou. Sabem, com um saber magoado mas certeiro, que a partir de agora é só caminhar num plano inclinado sem fim, ou seja, até ao fim dos seus dias. O resultado é não só uma vida devastadora no presente, onde tudo está a começar ou já começou, e onde o amanhã é apenas o agravamento do dia de hoje. Estes homens e mulheres estão sozinhos e também já perceberam que ninguém cuida deles. Estão do lado torto de tudo, não são "jovens" e por isso nem sequer têm direito ao discurso retórico sobre a juventude, são os restos vivos do "esbanjamento" do passado, mesmo quando eram apenas operários têxteis, metalúrgicos, empregadas de limpeza, secretárias, professores, enfermeiros, funcionários públicos, encarregados de armazém, trolhas. Ao lado deles, os jovens têm um futuro radioso, só que fora do país.

 Por tudo isto, as mentiras são insuportáveis, até porque as pessoas comuns sabem a verdade. Toda a gente tem uma percepção realista da situação, as pessoas sabem que não vão poder continuar como antes, sabem que as dificuldades são inevitáveis, e sabem que medidas de autodefesa têm que tomar, com as suas poupanças e com os seus gastos. Ninguém pode, a não ser por abuso, tratar os portugueses como se não estivessem conscientes de que os tempos estão difíceis, e que não podem esperar muito, sendo que este "ajustamento" natural das pessoas já se deu há muito.

 Só que uma coisa é esta percepção e outra é validar políticas cujo objectivo não é corrigir excessos, mas empobrecer estruturalmente o país, para que ele possa fornecer mão-de-obra barata, e atirar para a caridade ou para o estrangeiro os muitos milhões de portugueses que estão a mais neste glorioso plano de "refundar" Portugal como um país estruturalmente pobre, que talvez daqui a algumas décadas - a palavra surge com cada vez mais regularidade nos discursos do poder - possa ficar um pouco menos pobre, se "trabalhar muito" e "fizer o trabalho de casa". Será que os governantes não percebem como isto é ofensivo?

Daí as mentiras e a petulância. Um secretário de Estado resumiu essa mentira entranhada quando afirmou no Parlamento que os portugueses deviam estar felizes porque iam ter a devolução de um dos subsídios tirados, porque o Governo cumpria, presume-se com alegria, a decisão do Tribunal Constitucional. Aliás, ele apenas se excitou canhestramente com uma das muitas mentiras circulantes cujo melhor exemplo é o Orçamento do Estado e as sucessivas avaliações positivas da troika, peças de uma política cujos perigos dois ou três dias depois vem o FMI enunciar. A verdadeira avaliação da troika é essa, repete o que toda a gente está a dizer do Orçamento, antecipa o que vai acontecer, mas "Tout va bien Madame la Marquise".

Há por isso mais verdade, na tentativa tardia e desesperada de no Orçamento comunitário se tentar obter o maior número de fundos para Portugal, do que no mambo jambo irreal do nosso Orçamento. Porque, face ao falhanço dos méritos da política de "ajustamento", os nossos governantes, mais Passos do que Gaspar, voltam-se desesperados para as ajudas europeias, porque sabem que são a única esperança de poderem minimizar as suas asneiras. São hayekianos cá dentro e keynesianos lá fora e serão o que for preciso porque se começa a perceber o desespero nas hostes.

Na verdade, os portugueses também já "ajustaram" os governantes. "Miúdos", "garotos", como o povo manifestante bem intui, percebendo a sua inexperiência da "vida", saídos da pior escola, carreiristas e espertos, obcecados pela "imagem" mediática, conhecedores de mil e um truques, tão vingativos como ignorantes, deslumbrados pelo seu poder actual, subservientes face a todos os poderosos, e que incorporaram um profetismo grandioso sobre "refundar" o país, que rapidamente se torna numa luta pela própria sobrevivência política, custe o que custar. O resto é expendable, no inglês técnico de que gostam.

Pode ser que, mais uma vez, os intelectuais traiam, com a obsessão de respeitabilidade, o respeitinho moderado e o sufoco dos bens escassos para distribuir. Mas a obrigação do intelectual, como escreveu Emerson, é "anular o destino", pensar para haver "liberdade". Presos neste miserável destino, o sofrimento de muitos é uma efectiva ameaça à liberdade.

(Versão do Público de 24 de Novembro de 2012.)

Música-The Cure (Friday...)

Brilhante música, brilhante refrão, brilhante clip, brilhante premonição...:)

Engenharia

Japan Tunnel Collapse: Safety Checks 'Inadequate'
 
 
 Workers missing after Cambodia dam breach


 

 

Moi-almoços

Em 30.11.2012 com o Zé Eduardo e Maurício Vale na Isaura