segunda-feira, 22 de abril de 2013

Reflexão-José Pacheco Pereira

A FÚRIA DA RAZÃO


Quando já se viu bastante, durante muito tempo, e com muitas reviravoltas de fortunas, sucessos e desastres, olha-se para as coisas de outra maneira. É um olhar sem inocência, com muito pouca esperança, que tem defeitos, mas também pode ter virtualidades. Claro que posso valorizar as virtualidades e menosprezar os defeitos - isso vem no "pacote" do olhar -, mas é o que há, e não se consegue outro. Vem isto a propósito daquilo que alguns pensam ser o meu "radicalismo" na análise e comentário sobre a situação presente, crítica que pouco me incomoda mas que me interessa entender, quando é de boa-fé, e interrogar até que ponto tem ou não sentido. E algum terá, não pelas razões que são sugeridas, mas por outras.
A reflexão sobre a intervenção pela escrita e pelo comentário no debate público é hoje uma questão polémica, que inclui também elementos de confronto corporativo entre jornalistas e políticos pelo bem escasso da influência. Voltarei a essa questão noutra altura, mas não é disso que vou falar. Aquilo que vou fazer é uma reflexão pessoal sobre os efeitos do meu próprio acesso ao espaço público e participação nesse espaço, e é necessariamente subjectiva e impressionista. Pode ter também algum wishfull thinking mesmo que freudianamente inconsciente, embora eu saiba o suficiente para ter poucas ilusões nesta matéria e só mesmo se Freud tiver muita razão, do que não estou certo. 
Sei suficientemente sobre história para não ter dúvidas sobre a inanidade das ilusões que cada um tem sobre o rastro do seu papel, mesmo quando ele possa parecer existir por uns dias ou um mês. Com excepção de meia dúzia de pessoas, a história de Portugal levará todas as outras para as notas de futuras teses muito especializadas de doutoramento. E, com o tempo, cada vez mais especializadas, e com cada vez menos nomes. Por isso, quem pensa que por ser conhecido por algumas centenas de milhares de portugueses, fruto do poder da televisão, significa mais do que isso, vai ter muitas surpresas para o seu ego. 
"Ser conhecido" sou, isso é verdade, nem sempre pelas melhores razões, mas, para quem escreve nos media ou "aparece" nos media desde os catorze anos, e, repito, com a força da televisão, isso não vale muito por si. Porém tenho consciência de que os efeitos do que escrevo e digo nestes dias - e é possível medir pelo menos a intensidade da audição e da audiência - se deve a factores muito peculiares da crise que vivemos e é essa relação de que me interessa falar.
O que tenho dito e escrito, as provas materiais desse "radicalismo", tem vindo a ter sucesso, mesmo que esse sucesso seja polarizado, muito apoio e alguma recusa, em ambos os casos de forma veemente e pouco moderada, porque os tempos não estão para a moderação. Basta-me ir à rua, basta-me ler o correio que recebo, acompanhar a Rede, e ver o cortejo de admirações e irritações que por aí circulam, para o perceber. Já não é a primeira vez que isso sucede, com altos e baixos, mas agora estou perante alguma coisa de diferente de momentos do passado, em que um ou outro artigo ou intervenção circularam significativamente, como o artigo sobre os incidentes na Ponte 25 de Abril, que vem hoje nas antologias e é dado nas escolas.
O que há hoje de diferente é um efeito de representação, mais do que de concordância. As pessoas que se manifestam a favor do que digo sentem-se "representadas", e esse sentimento está para além do mero apoio intelectual ou da comunidade de pontos de vista. Esse efeito de "representação" é fruto dos tempos em que vivemos, em que, mais do que perceber - no essencial as pessoas percebem tudo -, se deseja uma voz, alguém que fale deles e por eles. Sei bem que isto é muito ambíguo, e não vai durar, mas existe e como hoje nunca me aconteceu. Este efeito de representação não é aquilo que habitualmente se chama "influência", e por si só não exige um especial mérito, pode inclusive abrir caminho ao populismo.
Há quem o tenha no espaço público, por exemplo, Medina Carreira, ou alguns jornalistas como José Gomes Ferreira, quando solta a pessoa que há em si, para além da função, também geram efeitos de representação. São casos muito diferentes do acesso ao espaço público pelo comentário, dos de Marcelo ou Marques Mendes, assentes em atitudes de curiosidade, vontade de saber ou ser informado, empatia resultante de uma longa familiaridade, e "comunicação" num sentido lato. São monólogos que "conversam", sendo que o caso mais relevante é sempre o de Marcelo. As pessoas não se sentem "representadas" por Marcelo, mas participam num efeito de comunicação, muitas vezes lúdico e intelectual, mas também irónico, maldoso, punitivo, uma vontade activa de aprender, um produto cívico que o sistema político e os partidos deixaram de fornecer.
Mas se as pessoas comuns não se sentem "representadas" por Marcelo, mesmo que com ele "comuniquem", uma parte importante da sua real influência vem de que os jornalistas, esses sim, compartilham com ele uma relação de mestre e discípulos. Desse ponto de vista, a sua influência é real, embora as suas opiniões sejam mais difundidas do que discutidas, classificam mais do que interpelam. Marcelo "fez" o modelo dominante do jornalismo político português, e com excepção de OIndependente de Portas e Esteves Cardoso, os quadros desse jornalismo são-lhe devedores. 
Com a crise do modelo de O Independente, Marcelo ficou sozinho dominando a cena da análise e do comentário (veja-se o mimetismo de Marques Mendes). Aliás, a estrutura do seu comentário é a de um jornal, incluindo agenda, editorial, notícias, nacional e internacional, página de desporto, montra de livros, e secções do tipo "gente" e "setas para cima e para baixo", e até os brindes especiais para os seus espectadores, dados por via dos presentes aos interlocutores presentes. Embora Marcelo tenha uma agenda política própria, ela é suficientemente transparente para não ser enganadora, e é subsumida pelo seu poderoso efeito comunicacional, que o torna uma personalidade dos media que só por censura podia ser, como vários tentaram, retirada do espaço público, a que acede por pleno direito. (O caso Sócrates é mais complicado, e exige uma análise a mais médio prazo, porque não estou certo de que não possa também ter efeitos de representação, para além da óbvia agenda política própria.)
Não menosprezo, bem pelo contrário, esse efeito de representação, porque entendo que em momentos de crise faz parte da "pertença" a uma comunidade o esforço de estar com os que mais sofrem das consequências de um mundo de que perderam o controlo e o norte. Se quisermos é isso o núcleo duro do "patriotismo", estar com, estar com a comunidade, com os que são mais fracos, mais estão a perder, e menos defesa têm. Parece um discurso abastardado de uma certa hipocrisia caridosa que está tão entranhada na nossa cultura mole quanto não se pratica. Mas não é, só que me faltam palavras para dizer de outra maneira. Tal não significa que a análise deva abandonar a racionalidade a favor de uma emotividade mais próxima do pathos colectivo. Bem pelo contrário, temos já pathos bastante na nossa vida pública.
É por causa desse efeito de representação, que assenta num mecanismo de empatia, seja positiva seja negativa, que é mais fácil falar em "radicalismo", porque as palavras, os comentários moldam as atitudes. E desse ponto de vista há também mais perturbação, que é transmitida pelo discurso. Se a veemência fosse apenas de ordem intelectual, ou seja, contra nada que não fosse a estupidez (e isso já seria gigantesco), não exerceria esse efeito de identificação. Mas não é, é contra algumas coisas do presente, que estão no âmago da crise.
Onde é que está a fonte do meu "radicalismo" e, penso eu, no efeito de representação-identificação de que estou a falar? Primeiro, na convicção das pessoas, cada vez mais consciente, de que estão a ser enganadas. Em segundo lugar, uma vontade simples de decência nas coisas públicas. Por fim, pela recusa de serem governados pelo medo, e governados para o medo.
Pode parecer uma agenda moralista, mas é uma pura agenda política no sentido nobre da palavra. Compreendo que essa agenda possa ser radical, mas a culpa é do estado do "presente", não é minha. O meu instrumento é a fúria da razão. É que o engano, o medo e a indecência não podem ser tratados com falinhas mansas, mas com dureza e severidade. Se não fosse assim, não valia a pena.

Música-Ensemble Al-Kidi (Gulbenkian)


Na Gulbenkian, uma música diferente, será que em jeito de presságio (??) :)

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sociedade-Coreia do Norte e Boston

Duas explosões verificaram-se junto da linha da meta da maratona de Boston, tendo provocado três mortos - um deles uma criança de 8 anos - e 144 feridos, segundo a polícia e os media norte-americanos.
 
 
 
 

 
 
 
 

Regime de Pyongyang adverte para possibilidade de "represálias" o Governo de Seul, se este não interditar as manifestações contra os dirigentes norte-coreanos.
 
 
 
 
 
E esta malta que chega a adulto, e não se trata...

Sociedade-os "espíritos novos"

(Pensado em pôr no blog, muito antes do Pedro Lomba integrar o governo) Estes são alguns dos "espíritos novos", com que este país poderá contar para, um dia, poder ir para melhor. Considero que eles são, cada um no seu campo, do melhor que temos
Esperemos que, tal como outros, não se percam...

Sociedade-"Os alemães" cap.II


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sociedade-Reflexões

(escrito em Fev2013)

É gravíssima a forma como se conduz em muitas situações o processo legislativo, é deplorável o comportamento dos partidos que atiram para os tribunais algo que deviam ser eles a resolver, mas o pior é a sensação de termos representantes que nos acham estúpidos.
Pedro Marques Lopes

Com a taxa de fertilidade mais baixa da Europa Ocidental e das mais baixas do mundo, o casamento em vias de extinção, o divórcio em níveis nunca vistos e a educação na quinta década sucessiva de crise, não admira que as próximas gerações acusem este tempo dos seus males.
João César das Neves

Se aguentar significa continuar vivo, como na frase vil de um banqueiro, que trata os sem-abrigo como exemplo aceitável, muitos vão continuar vivos. Aleluia! Outros vão morrer na tristeza e no desespero e outros pedirão à morte que venha com pressa.
JPPereira in Abrupto

Sociedade- notícias do meu país

NOTÍCIAS DO MEU PAÍS...
a) Sporting chega a acordo com a banca para libertar 4 milhões de euros e pagar salários
O Sporting chegou esta quinta-feira a acordo com os parceiros bancários para libertar quatro milhões de euros, disse hoje fonte da direcção "leonina" à agência Lusa.

b) O ex-Presidente da República Mário Soares diz que anda a falar com personalidades de todos os partidos, incluindo PSD e CDS, para derrubar o Governo e defende um entendimento entre PS e Bloco de Esquerda.

c) Portugal perto de conseguir extensão de sete anos nas maturidades dos empréstimos europeus

d) Turismo de Portugal vai tentar vender casas a russos.
Os alvo estão identificados: russos, ingleses, franceses, alemães, suecos e holandeses são a aposta do Turismo para vender a imobiliária turística em Portugal.

e) Confronto entre adeptos do Benfica e PSP faz um ferido

f) EMIGRAÇÃO
Há 40 vezes mais enfermeiros portugueses no Reino Unido
O número de enfermeiros portugueses a chegar ao Reino Unido cresceu quase 40 vezes nos últimos seis anos, tornando-se na segunda nacionalidade estrangeira com mais novas inscrições na ordem profissional britânica.
Desde 1 de abril de 2012 até 19 de março deste ano inscreveram-se 773 enfermeiros portugueses no Nursing and Midwifery Council (NMC), que regula o acesso à profissão no país, enquanto em 2006/07 tinham-se registado apenas vinte.

sociedade-José Pacheco Pereira

(no Blasfémias, a propósito de José Pacheco Pereira)

um jacobino na vendeia

O crescimento abrupto de um fenómeno político chamado Aníbal Cavaco Silva, iniciado lá pelos idos de 1985, trouxe do nada para a política gente de todo o tipo e qualidade. O PSD acabara de sair de um dos seus muitos períodos de desgraça, iniciado com a morte de Sá Carneiro e prolongado pelos governos de Balsemão e do Bloco Central, e precisava urgentemente de sangue novo. Cavaco, que generosamente decidira legar ao país o “novo homem português”, começou esse elevado desígnio pelo seu próprio partido, que encheu com novos «talentos», alguns com inequívoca qualidade e outros tantos que se foram notabilizando pelos BPNs e por muitas outras sinecuras do regime. De entre eles, numa posição verdadeiramente única e original, emergiu José Pacheco Pereira.
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Pacheco não era exactamente um estranho da política. Vinha de uma militância de extrema-esquerda muito vincada, com direito a clandestinidade pré-Abril, mas, ao contrário dos seus antigos compagnons de route, dispunha de uma sólida bagagem cultural e distinguia-se por ter uma inteligência viva e bom raciocínio. Na sua nova casa, era ouvido a dizer coisas sensatas e «inteligentes», o que nem sempre era comum, e que tinham a virtude acrescida de serem perceptíveis na televisão e na rádio, meios para onde logo estrategicamente se alçou. Escrevia bem e sabia pensar muito para além de um simples apparatchik partidário.
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Cavaco tirou dele bom proveito, transformando-o na face visível da esquerda inteligente que aderira ao “seu” PSD, que ele pretendia refundar com o crivo único da sua fascinante personalidade. Todavia, relegou-o sempre para funções de importância política secundária, embora de grande visibilidade mediática, para lhe saciar a vaidade dando-lhe pouco poder. Como se sabe, os autocratas não apreciam muito os intelectuais e Pacheco não ignorava esse facto. Ele já há muito que sabia, por cultura adquirida nos livros e pelo percurso político próprio, que as vanguardas revolucionárias não recebem amistosamente os intelectuais orgânicos, porque estes não são verdadeiros «filhos do povo», nem possuem a mesma raça da inteligência bruta que transforma intuitivamente a matéria, mas simples burgueses ressabiados que convém manter debaixo de olho e à distância devida.
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Neste percurso de abandono da clandestinidade para a grande política, Pacheco Pereira optou por se filiar no PSD, como poderia ter entrado no PS. Verdadeiramente, seria mais compreensível se tivesse optado pelo segundo partido, que terá eventualmente evitado por este se encontrar, nessa fase, sob a gerência de seus ex-camaradas do MES e de outras paragens ainda menos recomendáveis. Mas, na verdade, nada justificaria a sua filiação num partido de tradições burguesas e populares, a não ser as conveniências tácticas do seu próprio percurso político, muito mais facilitado onde o conhecessem pior, e onde os seus serviços de agente cultural podessem ser aproveitados com maior utilidade para ambas as partes.
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Embora filiado num partido da direita do regime, Pacheco nunca deixou de ser um verdadeiro homem de esquerda, nem foi capaz de largar, pelo caminho que levou o percurso da revolução à ordem burguesa, os trejeitos, os tiques e os ressabiamentos da esquerda revolucionária. Com a queda de Cavaco, que nunca o elevara até onde ele se julgava merecedor, obscureceu a estrela de Pacheco no PSD. Os dirigentes do partido que se sucederam optaram ou por o remeter para as sinecuras da política, como o Parlamento Europeu ou a UNESCO, para o terem bem distante, ou por o ignorar ostensivamente, emprateleirando-o numa fila recôndita do parlamento nacional. A todos, com excepção de Manuela Ferreira Leite, de quem ele já se via o Rasputine de serviço, Pacheco votou ódios e ressentimentos. Uns mais fortes, por puro despeito e desconsideração pessoal, como com Santana e com Menezes, outros escondidos, por puro medo, como com Barroso. Em relação aos seus ódios pessoais, as suas formas de ataque trazem sempre a marca do mais refinado jacobinismo: a desclassificação dramática do indivíduo como inimigo (do “bem”, do “povo”, da “liberdade, da “democracia”, da “revolução”, etc.), a insinuação sobre o carácter, a desvalorização completa da pessoa, e a sua, de Pacheco, inquestionável superioridade moral. Os “inimigos do povo” não são gente, como Pacheco Pereira aprendeu nas velhas cartilhas da revolução, e têm, por isso, de ser exterminados da face da terra.
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O que verdadeiramente intriga nisto é por que é que a direita indígena presta ainda atenção a este homem, como se ele fosse um dos seus. Pacheco é uma pessoa inteligente e culta, que vale a pena ler e escutar? Sem dúvida. Escreve bem e fala melhor? Também não deixa de ser verdade Tem intervenções públicas muito acima da média dos políticos? Absolutamente verdadeiro. Mas Francisco Louçã também é tudo isso, nalguns casos até bem melhor do que Pacheco, e a direita não o tolera. Isto só se explica por termos uma direita desprovida de valores e de personalidade, incapaz de distinguir o que devia ser seu daquilo que não lhe pertence.
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Quanto a Pacheco Pereira, ao fim de todos estes anos em que andou a enganar o PSD fazendo-se passar por um deles, se fosse coerente consigo mesmo e com aquilo que diz e escreve, já há muito teria rasgado o cartão do partido laranja e rumado às paragens a que verdadeiramente pertence. Ele nada tem a ver com aquilo e aquilo nada deveria ter a ver com ele. Ficávamos todos a ganhar.
 
(e um dos post que subscrevo :) )
 
Alice Samora
Posted 11 Abril, 2013 at 23:20 | Permalink
“Pacheco é uma pessoa inteligente e culta, que vale a pena ler e escutar? Sem dúvida. Escreve bem e fala melhor? Também não deixa de ser verdade Tem intervenções públicas muito acima da média dos políticos? Absolutamente verdadeiro.” “dispunha de uma sólida bagagem cultural e distinguia-se por ter uma inteligência viva e bom raciocínio”
É de facto um intelectual que leio ou ouço sempre com muito gosto.
Como é um facto revelador de pequenez intelectual fazer do morder-lhe nas canelas razão de intervenção.
Estou a imaginar o JPP a tremer de vergonha com o que você disse.
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sociedade - Coreia do Norte

As brincadeiras de um adulto (menino) que julga que tem brinquedos...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

TED talks - Lawrence Lessig


Mais uma curiosa conferência da série Ted talks.
Nunca tinha lido algo do Prof. Desidério Murcho. Li, há relativamente pouco tempo, o livro sobre Filosofia, integrado na Colecção da Fundação Francisco Manuel dos Santos; e gostei.
Agora, no blog, "De Rerum Natura", deu a conhecer esta comunicação.
Felizmente que ainda há quem tenha força, mas sobretudo, esperança...

Música-Filipe Raposo First Falls

As linhas e o comboio.
Por acaso...

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sociedade

As novidades:

1-Cá dentro (Entrevista de José Sócrates)

No blog Aventar, de José Gabriel


Não vou comentar o desempenho de Sócrates. Haverá muito quem o faça e a minha opinião negativa sobre a personagem não deixa dúvidas. Mas dispus-me a ouvir. Não há possibilidade. O revoltante jornalismo por encomenda de entrevistadores que se portam como aqueles cães pequenitos que ladram constantemente por tudo e por nada, que nos dão umas ferraditas nas calças em regime de toca e foge, na ânsia de agradar ao dono, não o permite.

São jornalistas fala-barato, que adoram ouvir-se e não suportam a fala do interlocutor, não lhe permitem um minuto seguido de argumentação. Pensam eles que estão a ser duros. Estou a vê-los no bar lá do sítio, gabando-se aos seus comparsas de que “torceram” o inimigo. Mas, no fundo, estão só a ser incompetentes e grosseiros para com o entrevistado e, sobretudo, para connosco, o público.

Uma entrevista dura e exigente não é nada disto. Exige gente preparada a sério, que saiba pôr questões pertinentes e implacáveis, mas que saiba, também, ouvir o entrevistado no sentido de, a partir das suas respostas, o interpelar sem concessões mas, também, sem provocações infantis. A entrevista de Sócrates foi insuportável. Mas, sejamos honestos, desta vez a culpa não foi do ex-primeiro ministro mas dos jornalistas que nem sequer perceberam a encomenda que, mais que provavelmente, os seus mandantes lhes fizeram. No fim de tudo isto quem me lê deve estar a pensar que estou solidário com Sócrates. Não se trata disso. É que este tipo de jornalismo não o atinge só a ele, nem principalmente a ele. Por isso, protesto. Como cidadão que quer os direitos respeitados.
 
 
 

2-Lá fora (as ameaças do menino da Coreia do Norte)