Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta. (Einstein) But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
sábado, 21 de novembro de 2015
domingo, 15 de novembro de 2015
Alberto Gonçalves (DN 15.11.2015)
Sábado, 14 de Novembro
Uma questão de fé
Na manhã de sexta-feira, Obama explicava na televisão que os avanços do Estado Islâmico foram "contidos" na Síria e no Iraque. Horas depois, oferecia ajuda à França em transe. O sucesso da "contenção" passou despercebido aos familiares das vítimas.
Mas seria injusto atribuir à relativa apatia da administração americana o sucesso do EI. A verdade é que, talvez sem "células" consolidadas, sem organização "central" e sem um pingo da compreensão do "outro" que às vezes define e às vezes tolhe o Ocidente, é fácil a um punhado de psicopatas desgraçar centenas de vidas e paralisar um país. Basta um sujeito para atear o incêndio que mil bombeiros não apagam. Como prevenir? Convém pensar na resposta, e convém estar preparado para a possibilidade de não haver nenhuma.
O que, à semelhança da ajuda tardia de Obama, não contribui para nada de bom é esquecer que os autores dos massacres, de Paris e de tantos outros, são os culpados pelos massacres. Não são "as religiões", em sentido genérico e vago para não ofender a religião comum a tudo isto. Não são os "mercados", que de facto reduzem as desigualdades que nunca motivaram os assassinos. Não são os "racistas" que criticam os refugiados em lugar de os receber sem reservas. Não é a "hipocrisia" dos "países ricos", que por muitos erros estratégicos que cometam não obrigam ninguém a explodir com o público de um concerto pop ou com os clientes de um restaurante. Podia ser o "ódio" de que se queixa o Bloco de Esquerda, embora com típica pulhice atribua nas entrelinhas o sentimento aos que morrem e não aos que matam. E não podia ser Cavaco Silva, cuja demora em indigitar o Dr. Costa é, na avariada cabecinha de Ana Gomes, responsável pela permeabilidade nacional ao terrorismo.
Se hoje a França lamenta os seus cadáveres como amanhã lamentaremos os nossos, isso deve-se à cultura de extermínio que distingue o islão dito menos moderado. E à má--fé que leva inúmeros ocidentais a fingir que não sabem.
Alberto Gonçalves in DN (15.11.2015)
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Suiça-Zurique 28.10.2015
Coisas que me dão muito gozo hoje em dia: dar mimos à neta, e correr seja com o filho na Suiça (Affoltern am Albis), ou a sós na Caparica
domingo, 1 de novembro de 2015
Tempos Difíceis
É por isso que é vital compreender que esta alternativa exige uma enorme firmeza e capacidade de separar o essencial do secundário. Não se está a jogar a feijões, isto é tudo muito a sério, demasiado a sério, para ser apenas um devaneio ideológico e experimental de homenzinhos e mulherzinhas, mas é para homens e mulheres a sério. Ou então mais vale irem para a casa medíocre do Portugal submisso onde as hierarquias do poder e do dinheiro fazem o que querem, para além da lei e da ética.
J. Pacheco Pereira (30.10.2015-Público)
O que realmente interessa ao PCP está cá dentro, é o ganho imediato, o certificado de bom comportamento e algumas conquistas... Vai fazer as exigências habituais: mais défice, mais endividamento, mais impostos, mais salário mínimo, mais vencimento para os funcionários... Mais empresas públicas, mais investimento público... E não vai causar, por enquanto, mais problemas. O PCP está pronto a pagar muito pela sua nova virgindade europeia e democrática. Vai dar os seus votos ao PS, durante uns meses, porque este lhe prestou o enorme serviço de o considerar democrático e europeu. Se não fosse agora, talvez nunca fosse.
António Barreto (01.11.2015-DN)
Algo de semelhante aconteceu, afinal, com os filmes que convocam o Halloween, perdidos numa acumulação de cópias mais ou menos fúteis, também ela favorecida pelo marketing das sequelas. Valerá a pena, por isso, regressarmos às origens, quer dizer, ao brilhante Halloween (1978), de John Carpenter, até porque a sua inesquecível ambiência musical (assinada pelo próprio realizador) não é produto de um DJ medíocre a piratear o trabalho dos outros.
João Lopes (01.11.2015-DN)
Mas a Forbes talvez tenha razão. O desrespeito pela ética e pela vida humana não nos devia espantar. As empresas multinacionais, o enfraquecimento dos Estados e a ideologia da eficiência dos mercados têm ampliado a quantidade e o valor dos comportamentos socialmente desviantes, reduzindo as defesas cidadãs, gerando uma espiral de anomia perante tais acontecimentos. Aquelas, e os seus conselhos de administração, orientam-se exclusivamente pelo lucro e pelo poder, coadjuvado pelos prémios de objectivos de curto prazo. O lucro é legítimo e fundamental na sociedade em que vivemos mas não deve pôr em causa a vida. Para que esse equilíbrio seja respeitado é fundamental a regulação e a fiscalização públicas, a ética, a prevenção e condenação das infracções. Como salientam vários autores, as práticas dos conselhos de administração de muitas empresas inserem-se numa subcultura defraudadora à qual só acedem algumas elites político-económicas do mundo contemporâneo.
Carlos Pimenta (Público 01.11.2015)