Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta.
(Einstein)
But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
Hank Palmer is a successful defense attorney in Chicago, who is getting a divorce. When His brother calls with the news that their mother has died, Hank returns to his childhood home to attend the funeral. Despite the brittle bond between Hank and the Judge, Hank must come to his father's aid and defend him in court. Here, Hank discovers the truth behind the case, which binds together the dysfunctional family and reveals the struggles and secrecy of the family. (Written by Warren D'Souza)
O programa vai sair da grelha da SIC Notícias. Já ouvi dizer que vai continuar, provavelmente na TVI. Se for, saúdo. Se não, não me surpreende. Antes de me chamarem burro (uma vez mais), já eu há 25 anos, pelo primeiro round de Cavaco, tinha deixado de votar. Estou como o Pinheiro de Azevedo: "chateia-me"
Canção - Summon Satan, "Advance Base", tirada do 2º episódio da 1ª temporada de "Abandoned" sobre o abandono das pistas de Racecar nos USA, em especial no estado da Carolina do Norte
After years of dedicated , hard and devoted service in Water aerobics (and before on the beach), but not only, here are my latest used shorts. Although they had a new orange thread, they could not handle the pool environment.
Thank you :)
Ou como a decisão, tomada há mais de 25 anos de não votar, se revelou prenunciadora...
Nós temos mesmo um "modelo singular" de democracia!
Fim da Quadratura do Círculo. “A política perdeu espaço na televisão”
Programa de debate político vai para o ar pela última vez no dia 24 de janeiro. Para o politólogo Costa Pinto a decisão é sintomática de que a televisão está a mudar: o desporto e o crime estão a roubar espaço à política
O programa de debate político da SIC Notícias Quadratura do Círculo vai acabar. Depois de 14 anos a ser transmitido regularmente na televisão, o programa vai para o ar pela última vez no dia 24 de janeiro. A estação televisiva justificou a decisão com “alterações na grelha”.
O diretor de informação da SIC, Ricardo Costa, destacou ao “Diário de Notícias” que “o programa Quadratura do Círculo foi sempre importante para a SIC Notícias e faz parte da sua história”. Mas o objetivo agora é “apostar em novos formatos”.
Foi o próprio Ricardo Costa que, no final do programa na semana passada, já perto da meia-noite, comunicou aos participantes a decisão de acabar com o formato. Mas a decisão não foi bem aceite por todos. José Magalhães, que foi um dos comentadores do formato durante vários anos, afirmou ao i que a Quadratura do Círculo não acaba por uma “quebra de qualidade” ou por “velhice”. “É vítima de uma política que troca facilmente debate livre por zurrapa”, lamenta.
Também Lobo Xavier – que faz parte da equipa atual do programa – reconhece estar triste com a decisão. Em declarações ao “Público”, o antigo líder parlamentar do CDS referiu que o programa lhe vai fazer falta. “Sempre gostei de estar ligado à política, e não tendo possibilidade profissional de estar ligado de modo mais ativo, aquilo era a minha forma de estar. Gostava muito de fazer aquilo”, explicou.
Esta é apenas mais uma das mudanças que têm acontecido nos canais de televisão nos últimos tempos. A guerra de audiências tem falado mais alto e, para o politólogo António Costa Pinto, “a política acabou por perder espaço na televisão”. O especialista explica ao i que atualmente os canais generalistas “dão muito pouco destaque à dimensão política”. Assim, a política é agora abordada maioritariamente nos canais de notícias. Contudo, mesmo nesses canais, “sobretudo no setor privado, o desporto, a vida quotidiana e o comentário de escândalo têm progressivamente ocupado um espaço muito significativo”.
O fim de programas como a Quadratura do Círculo, diz Costa Pinto ao i, pode ter impacto na participação e no interesse dos cidadãos pela política. Isto, porque, como sublinha, o “destaque mediático” dos políticos é essencial para que consigam fazer passar a mensagem. “É uma maneira de chegarem às pessoas. Os cidadãos olham para quem é mediático nos media. E a saliência mediática também é importante para a participação das pessoas nas eleições”, justifica.
Audiências baixam As audiências não foram apontadas como a razão para o fim do programa, mas a verdade é que nos últimos três anos houve uma quebra. Segundo dados da GfK, a média de telespectadores do programa em 2017 foi de 72 100. Em 2018, baixou para 52 600. E, em 2019, quando ainda só foram transmitidos dois episódios, as audiências voltaram a descer para uma média de 44 400 telespectadores.
Desde 2004, o programa é transmitido na SIC Notícias, com a moderação do jornalista Carlos Andrade e os comentários de José Pacheco Pereira, Lobo Xavier e Jorge Coelho. Mas o formato já passou por muitas alterações.
O programa teve origem na TSF, no final dos anos 80, quando se chamava “Flashback” e era transmitido ao domingo. Na altura, era moderado por Emídio Rangel e contava com a participação de José Magalhães, Pacheco Pereira e Vasco Pulido Valente. Depois, Pulido Valente saiu e foi substituído por Miguel Sousa Tavares e, mais tarde, por Nogueira de Brito.
Já a meio dos anos 90, e ainda com o nome “Flashback”, o programa passou a ser transmitido também na televisão, na SIC. E, em 2003, deixou de ser emitido pela TSF, ficando no ar apenas no canal televisivo.
Um ano depois, em janeiro de 2004, o formato de debate político mudou para a grelha da SIC Notícias, com o nome “Quadratura do Círculo”. Foi nessa altura que Carlos Andrade ficou a cargo da moderação e que Lobo Xavier entrou para o lugar de Nogueira de Brito.
As alterações não ficaram por aí. O socialista José Magalhães foi substituído por Jorge Coelho e este, em 2008, deu lugar a António Costa. Com eleição de Costa para líder do PS, Jorge Coelho regressou ao programa.
No caso de António Costa, o politólogo Costa Pinto afirma que a Quadratura do Círculo serviu como rampa de lançamento. “Em Portugal, as televisões são – mais do que noutros países – não apenas locais de debate político entre comentadores e representantes dos partidos, mas plataformas de lançamento de políticos. Muitas vezes a participação de políticos ou de candidatos a políticos nestes programas serve para rampa de lançamento para congressos partidários, para eleições internas nos partidos ou para outros lugares de destaque”, explica.
“Os canais dão muito pouco destaque à dimensão política”“Quadratura é vítima de uma troca de debate livre por zurrapa”
Or, how the "critics" (who the hell are these guys???) destroy someone that is old and has no long the same look...
In defence of Phil Collins: what is the genesis of all the hatred?
Collins, who is touring Australia, didn’t release anything as bad as Paul McCartney and Michael Jackson’s duets
It’s not as if he recorded Say Say Say and The Girl Is Mine, is it? He didn’t cowrite either Do They Know It’s Christmas? or We Are the World. He hasn’t been accused of abusing women or children; and at no point did he step in as a replacement lead singer for Queen, Deep Purple or INXS.
So why the near universal disdain for, if not outright loathing of, Phil Collins?
When his 2016 Not Dead Yet tour – his first in 13 years – was announced, it was met with collective groans, outright mockery and even a Change.org petition. The tour began as a few shows in the UK and ended up encompassing large portions of the world, including, this week, Australia.
In some circles (read: almost anywhere music critics gather to sacrifice young bass players and dance naked around a copy of Pet Sounds), Collins is the apotheosis of blandness and ubiquity, the byword for the bleaching of soul music, the man who killed Genesis and gave American Psycho’s Patrick Bateman a reason, and a soundtrack, to screw and kill.
But for a musician who can count (somehow, perplexingly, but nonetheless quite seriously) Kanye West, 2Pac, Nas and Ol’ Dirty Bastard as fans, how can he be considered almost terminally uncool?
Since I come, if not exactly to praise then at least not to bury him, let us consider the sins attributed to Philip David Charles Collins, once of West London and Begnins, Switzerland, who at the end of this month turns 68.
When chief writer and singer Peter Gabriel left Genesis, and lower middle-class drummer boy Collins stepped up to the microphone, the group of long-haired, costume-and-makeup-wearing, concept album-making, middling-selling, public schoolboys with a reading list went from being darlings of the sort of people who said “darlings of the cognoscenti” to hitmakers for the sort of people the cognoscenti looked down on.
OK, it’s not like Invisible Touch need ever be heard again, nor those baggy suits revived. The synths in Abacab grate more than a Parmesan factory, and there was something unbearably smug about it all. But the 100 million-odd albums Genesis have sold principally came post-Gabriel. So, guilty as charged, he made them popular. How very dare he.
And yet that didn’t stop him playing on often little-heard albums by Brian Eno and John Cale, Robert Plant and John Martyn, and Peter Gabriel. Sure, they mostly didn’t let him sing or write but can’t you gain some cool by association?
He made two post-divorce albums that were bitter, a bit twisted and very bloody angry about his ex, who supposedly heard about the impending divorce via fax (which he denies). What a bastard, right?
Two names for you: Marvin Gaye (Here, My Dear – the contractually obligated, here’s-your-damn-settlement, 1978 fuck-you, whose song Anger was not kidding); and Bob Dylan (1975’s Blood On The Tracks, whose Idiot Wind was not a weather forecast). Next to them, Collins is a mere bantamweight in bastardy.
What about his cover of You Can’t Hurry Love? Note perfect and reviving Motown’s profile for a new generation, but accused of draining any remnant of blackness from it. But again, he was hardly alone in the traducing of 60s classics through the 80s: Michael Bolton anyone? Naked Eyes?
But yeah, fair cop, it’s as bland as boarding school tapioca pudding and a perfect companion to his blancmange take on Groovy Kind Of Love. And the film clip where he plays both Mary Wilson and Florence Ballard to his blue-suited Diana Ross can still scar.
Perhaps the real problem was that he sold too much (around 150 million albums), was around too much, played everywhere, including both sides of the Atlantic for Live Aid, and produced too much. Even he has admitted his presence in seemingly anything that happened in the 1980s would have got up his nose too if he had been watching.
Here’s the thing though: he didn’t force millions of us to buy his records. He didn’t demand we love him and his funny comb-forward.
You might argue he actively worked against the notion, what with his film clips (don’t, I beg you, look up Two Hearts– no, I mean it, don’t), his feature films, his suits, his songs …
Anyway, remember: Collins didn’t release anything as bad as Paul McCartney and Michael Jackson’s atrocious duets, and their musical reputations were eventually redeemed. Give the bloke a chance.
… we’re asking readers to make a new year contribution in support of The Guardian’s independent journalism.
Three years ago we set out to make The Guardian sustainable by deepening our relationship with our readers. The same technologies that connected us with a global audience had also shifted advertising revenues away from news publishers. We decided to seek an approach that would allow us to keep our journalism open and accessible to everyone, regardless of where they live or what they can afford.
More than one million readers have now supported our independent, investigative journalism through contributions, membership or subscriptions, which has played such an important part in helping The Guardian overcome a perilous financial situation globally. We want to thank you for all of your support. But we have to maintain and build on that support for every year to come.
Sustained support from our readers enables us to continue pursuing difficult stories in challenging times of political upheaval, when factual reporting has never been more critical. The Guardian is editorially independent – our journalism is free from commercial bias and not influenced by billionaire owners, politicians or shareholders. No one edits our editor. No one steers our opinion. This is important because it enables us to give a voice to those less heard, challenge the powerful and hold them to account. Readers’ support means we can continue bringing The Guardian’s independent journalism to the world.
Please make a new year contribution today to help us deliver the independent journalism the world needs for 2019 and beyond. Support The Guardian from as little as €1 – and it only takes a minute. Thank you.
Quer o percebamos quer não, 2018 pode ter sido um ano de viragem histórica. A globalização mal gerida levou a movimentos nacionalistas de "recuperação de controlo" e a uma onda crescente de protecionismo que está a minar a ordem internacional liderada pelos americanos durante 70 anos. O cenário está pronto para a China desenvolver as suas próprias instituições internacionais paralelas, augurando um mundo dividido entre dois sistemas concorrentes de governança global.
Aconteça o que acontecer nos próximos anos, já está claro que a década de 2008-2018 marcou uma mudança memorável no equilíbrio do poder económico. Quando presidi à Cimeira do Grupo dos Vinte (G20), em Londres, no auge da crise financeira global, a América do Norte e a Europa tinham cerca de 15% da população mundial, mas representavam 57% do total da atividade económica, 61% do investimento, cerca de 50% da indústria e 61% dos gastos globais dos consumidores.
Mas o centro de gravidade económica do mundo mudou desde então. Enquanto em 2008 cerca de 40% da produção, indústria, comércio e investimento estavam localizados fora do Ocidente, hoje são mais de 60%. Alguns analistas preveem que a Ásia responderá por 50% da produção económica global até 2050. É verdade que o rendimento per capita da China ainda pode ser inferior a metade do dos Estados Unidos em 2050, mas o tamanho da economia chinesa levantará no entanto novas questões sobre governança global e geopolítica.
Sob nova direção
Durante várias décadas após a sua formação nos anos de 1970, o Grupo dos Sete (G7) - Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos - basicamente presidiu a toda a economia mundial. Mas, em 2008, eu e outros começámos a discernir um render da guarda. Nos bastidores, os líderes norte-americanos e europeus debatiam se tinha chegado a hora de criar um novo fórum de cooperação económica que incluísse as economias emergentes.
Esses debates foram muitas vezes acesos. De um lado estavam aqueles que queriam manter o grupo pequeno (uma das primeiras propostas dos EUA previa um G7 + 5); do outro lado, estavam aqueles que queriam que o grupo fosse o mais inclusivo possível. Até hoje, os resultados dessas primeiras negociações não são totalmente claros. Quando o G20 se reuniu em Londres em abril de 2009 incluiu, na verdade, 23 países - com a Etiópia a representar a África, a Tailândia a representar o Sudeste Asiático e os Países Baixos e a Espanha juntaram-se à lista europeia original -, assim como a União Europeia. No entanto, mesmo esse G24 não refletia totalmente o quão rápido o mundo estava a mudar. Hoje, a Nigéria, a Tailândia, o Irão e as economias dos Emirados Árabes Unidos são maiores do que a menor economia do G20 (África do Sul), mas nenhum desses países é membro do grupo.
Da mesma forma, as coisas também estão a mudar em relação ao Fundo Monetário Internacional. Quando os Artigos de Acordo originais do FMI estavam a ser negociados em 1944, houve alguma discordância sobre se o novo órgão deveria estar sediado na Europa ou nos EUA. Por fim, foi decidido que deveria ter a sede na capital do país com a maior parcela dos direitos de voto (que acompanha a participação de um país na economia global). Isso significa que, dentro de uma ou duas décadas, a China poderá exigir que o FMI tenha a sua sede em Pequim.
Provavelmente o FMI não se mudará de Washington DC (mais depressa os EUA deixariam o FMI do que o FMI deixaria a América). Mas a questão permanece: o mundo está a vivenciar um reequilíbrio histórico que não é apenas económico, mas também geopolítico. A menos que o Ocidente consiga encontrar uma maneira de defender o multilateralismo num mundo cada vez mais multipolar, a China continuará a desenvolver instituições financeiras e de governança alternativas, como fez com a fundação do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, sigla em inglês) e a Organização de Cooperação de Xangai.
Uma soberania oca
O atual conflito comercial entre os Estados Unidos e a China é sintomático de uma transição maior no poder financeiro global. À superfície, o confronto da administração Trump com a China é sobre o comércio, com disputas sobre manipulação de moeda pelo meio para compor o cenário. Mas, a partir dos discursos de Trump, percebe-se que a verdadeira batalha é sobre algo maior: o futuro do domínio tecnológico e do poder económico global.
Embora Trump tenha, pelo menos, detetado a crescente ameaça à supremacia americana, ele ignorou a estratégia mais óbvia para responder a isso: ou seja, uma frente unida com aliados e parceiros dos EUA em todo o mundo. Em vez disso, Trump afirmou uma prerrogativa para agir unilateralmente, como se os EUA ainda governassem um mundo unipolar. Como resultado, já arrasta atrás de si um rasto de ruína geopolítica.
Entre outras coisas, Trump retirou-se do acordo nuclear com o Irão e do acordo climático de Paris, e anunciou que os EUA estão de saída do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio com a Rússia que dura há 31 anos. Além disso, o seu governo bloqueou a nomeação de juízes para o órgão de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio; reduziu o G7 e G20 à quase irrelevância; e abandonou a Parceria Transpacífico, abrindo a porta para a China afirmar o seu domínio económico na região Ásia-Pacífico.
Há aqui uma profunda ironia. Quando a América realmente presidia a um mundo unipolar, geralmente preferia atuar por meio de instituições multilaterais. Mas agora que o mundo está a tornar-se mais multipolar, a administração Trump está a avançar sozinha. A questão é se esse esforço para recuperar uma forma pura de soberania do século XIX poderá funcionar.
No que diz respeito ao comércio, as políticas "América Primeiro" da administração Trump podem inicialmente parecer reduzir as importações. Mas elas também estão a afetar insumos importados para as exportações dos EUA, que não serão poupados aos efeitos prejudiciais de maiores barreiras comerciais. Para piorar as coisas, a atual onda de protecionismo pode estar a criar novas pressões fiscais, já que os trabalhadores da indústria dos EUA e os agricultores em dificuldades exigem compensação por meio de subsídios ou alívio fiscal.
A formação de nuvens de tempestade
Para uma ilustração ainda mais contundente dos perigos representados pelo protecionismo e pelas políticas fiscais expansionistas dos EUA, pensemos no que aconteceria no caso de uma nova crise económica global. Em 2008, governos de todo o mundo conseguiram reduzir as taxas de juro, introduzir políticas monetárias não convencionais e implementar estímulos fiscais. Além disso, esses esforços foram coordenados globalmente para maximizar o seu efeito. Os bancos centrais trabalharam juntos e, com a cimeira dos líderes do G20 em 2009, houve uma cooperação inigualável entre chefes de Estado e ministérios das Finanças.
Agora, olhemos em frente para os anos 2020, quando haverá muito menos espaço monetário e fiscal para manobras. As taxas de juro serão quase certamente demasiado baixas para que os decisores de políticas monetárias forneçam um estímulo eficaz; e os densos balanços patrimoniais herdados da última crise terão deixado os bancos centrais cautelosos em relação a mais flexibilização quantitativa.
A política orçamental será igualmente restritiva. Já em 2018, o rácio médio da dívida pública em relação ao PIB da UE é superior a 80%; o défice federal dos EUA deve ultrapassar 5% do PIB; e a China está a lidar com a crescente dívida pública e privada. Nestas condições, proporcionar estímulo fiscal será ainda mais difícil do que nos anos que se seguiram à última crise, e a coordenação transfronteiriça será ainda mais necessária. Infelizmente, as tendências atuais sugerem que os governos estarão mais propensos a culparem-se uns aos outros do que a cooperar para acertar as coisas.
Estamos, portanto, diante de um paradoxo. O descontentamento com a globalização trouxe uma nova onda de protecionismo e unilateralismo, mas só se conseguirá abordar as fontes desse descon tentamento através da cooperação. Nenhum país sozinho pode resolver problemas como o aumento da desigualdade, a estagnação salarial, a instabilidade financeira, a evasão fiscal, as mudanças climáticas e as crises de refugiados e migração. Um recuo para a política das grandes potências do século XIX poderá, de forma decisiva, fazer retroceder a prosperidade que alcançámos no século XXI.
Longe de representar uma visão estratégica clara do futuro, a "America Primeiro" é mais como um espasmo de autoflagelação de uma potência outrora hegemónica ainda apegada ao passado. Retornar ao nacionalismo expresso no Tratado de Versalhes é ignorar a diferença indispensável que pode fazer a ação intergovernamental fortalecida.
Pode haver esperança
À medida que a América se afasta do multilateralismo, a China está a remodelar sozinha a geopolítica global através do AIIB, do Novo Banco de Desenvolvimento, da Nova Rota da Seda e de outros meios. Mas, embora as políticas atuais da China tenham implicações de longo prazo para a região da Ásia-Pacífico e para o mundo, a maioria de nós ainda precisa de refletir cuidadosamente sobre essas consequências.
Ainda assim, os confrontos entre grandes potências não precisam de ser a nova ordem do dia. O fracassado lançamento, em outubro, de um foguete que transportava um astronauta norte-americano e um cosmonauta russo para a Estação Espacial Internacional (EEI) foi uma metáfora apropriada para o estado das relações geopolíticas de hoje. No entanto, também serviu como um lembrete de uma história mais profunda da cooperação multilateral e do que ela alcançou. Ao todo, 18 países participaram em viagens à EEI, que atualmente abriga uma equipa de astronautas americanos, russos e alemães que trabalham em conjunto.
Embora a corrida espacial tenha começado como uma competição de soma zero no auge da Guerra Fria, ela tornou-se uma área de colaboração internacional sustentada. Hoje, os programas espaciais russo e norte-americano são tão mutuamente dependentes que os astronautas americanos não podem voar para a EEI sem lançadores de foguetes russos, e os cosmonautas russos não podem sobreviver a bordo da estação sem a tecnologia americana.
Claro que essa parceria de longa data poderá acabar. Uma lei dos EUA de 2011 já proíbe a China de aceder à EEI ou de trabalhar com a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA). No entanto, se potências hostis como os EUA e a Rússia conseguem encontrar maneiras de cooperar no espaço, certamente algo semelhante pode ser alcançado aqui na Terra.
Devemos ter esperança. A Guerra Fria durou quatro agonizantes décadas, em boa parte porque a União Soviética se recusou a reconhecer o valor dos mercados e da propriedade privada e evitou o contacto com o Ocidente. O mesmo não pode ser dito da China. Mais de 600 000 estudantes chineses estudam no exterior todos os anos, e 450 000 deles fazem-no nos EUA e na Europa, onde constroem redes sociais e profissionais duradouras.
Enquanto nos preparamos para conflitos globais nos próximos anos, precisamos de trabalhar para um futuro moldado pela colaboração. Independentemente de a questão ser estabilidade financeira, mudança climática ou paraísos fiscais, há uma argumentação forte em defesa de os interesses nacionais serem mais bem servidos por meio da cooperação internacional. No entanto, com as cadeias de fornecimento a serem reorganizadas, acordos comerciais bilaterais e regionais a serem negociados e os governos regionais - como o da Califórnia - à procura dos seus próprios acordos a nível global, teremos de expandir o alcance dessa cooperação.
A globalização está numa encruzilhada. De uma forma ou de outra, organizações internacionais e estruturas multilaterais precisarão de acomodar os novos "polos" de poder geopolítico que estão a surgir. As decisões que estamos a contemplar hoje terão implicações significativas e de longo alcance para o futuro do nosso planeta. A única questão é se elas serão tomadas de forma unilateral ou colaborativamente. Devemos invocar a vontade dos nossos antecessores do pós-guerra, para que também nós possamos estar "presentes na criação" de uma ordem que seja adequada para o nosso momento na história.
(Resposta do pai da Isabel, a propósito de uma história "de Natal" que um amigo, muito católico, lhe mandou) Zezinho
Fartas-te de gozar com estas histórias para crianças. Sabes que já não tenho idade, nem paciência? Para ti está bem que ainda só tens 90. Fartei-me de chorar e não havia "nexexidade".
Zezinho, se conheceres esse Vitor manda-o para cá que eu ensino-o como se procura trabalho. A partir dos 12 anos, saía eu de casa, todos os dias, para responder a anúncios. Era na agência do Diário de Notícias, no Rossio, onde eu entregava a correspondência. Sabes, Zezinho, o que é andar, aos 15 anos a descarregar uma camioneta com sacas de carvão às costas. Saia daquele armazém imundo, às 6 da tarde, sujo de carvão a correr para casa, tomava banho, continuava a correr até à estação de Benfica, com os livros debaixo do braço,, onde apanhava o comboio, para entrar às 8 da noite na Escola Veiga Beirão, no Carmo. Saía da escola às 11, apanhava o comboio à meia noite em ponto e deitava-me depois da uma, para entrar novamente naquele armazém imundo às 8 da manhã. Ainda bem que aquele armazém faliu. Zezinho, sabes o que é que aconteceu depois? Continuei a responder a anúncios, caminhando todos os dias para a agência do Diário Notícias, no Rossio, como se fosse para o trabalho.
Histórias destas eu aceito. Quando tas contarem, manda-mas.
O mais patético é que depois de perderem a oportunidade um tempo antes, despedem Rui Vitória com...dois auto-golos em Portimão.
Ou estava tudo combinado com a saída de JJ dos árabes?...