

Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta. (Einstein) But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
I love Portugal
E há o Estado a realizar sondagens eleitorais a funcionários públicos com dinheiro e logística igualmente públicos, na presunção, provavelmente justificada, de que tudo o que nos confiscam pertence aos gangues que se apoderaram disto. E há o governo, um governo habituadíssimo a silenciar dissidências, a ameaçar com a tropa qualquer esboço de insubordinação que não seja organizado por estalinistas. E há os estalinistas, os leninistas, os carteiristas e os fascistas afins a calarem os resmungos hipócritas a troco de poder, e da licença para que estendam o seu manto escuro sobre nós. E há a vasta e densa rede de corrupção que os socialistas instalaram por aí, plena de devoção aos valores da família, da amizade e do descaramento em geral. E há as vítimas do sagrado serviço nacional de saúde, que felizmente morrem em recato. E há os milhões que não se gastam a combater doenças gastos em negociatas, compadrios, golas de poliéster e “impulsos” para a “concretização” da “igualdade de género”. E há os incêndios, cuja dimensão e recorrência deveriam denunciar as inúmeras fraudes subjacentes, e que, em vez disso, concedem uma oportunidade para culpar as “alterações climáticas”, os eucaliptos e a “direita”. E há as televisões repletas de propaganda, agora tão escancarada que já permite um programa chamado, sem ponta de ironia ou amargura, “I Love Portugal”. E há “a geração mais informada de sempre”, que do alto de uma admirável ignorância simpatiza com o PAN ou com o BE como noutros tempos menos informativos alinharia na juventude fardada que estivesse à mão. E há uma economia alicerçada no saque rápido e na irresponsabilidade lenta, que cumpre, um por um, os requisitos essenciais à nova bancarrota que se aproxima. E há benefícios fiscais, e uns trocos para a camioneta, aos emigrantes que abandonem as Alemanhas e as Inglaterras e regressem a esta maravilhosa experiência venezuelana. E há o belo sorriso do dr. Costa, representativo de milhares de sorrisos assim, próprios de quem manda e, melhor, de quem sabe que manda sob completa impunidade. E há uma oposição que abdicou de desempenhar o papel por sonhar em mandar também, um bocadinho pequenininho que seja. E há, nos “media” e nos gabinetes, resmas de serviçais de segunda e terceira linhas amestrados para a exaltação dos chefes. E há um ex-animador televisivo, hoje rebaixado a presidente, que confessa experimentar “gozo espiritual” por o país ser “um sucesso”, e já não “uma incógnita e uma dúvida”.Se cada um vai buscar o gozo onde calha, a verdade é que o país nunca constituiu uma incógnita ou suscitou dúvidas: o país é isto. E isto não caiu do céu, nem sequer subiu dos infernos. Isto é o que temos e somos, é a nossa natureza e, para usar uma palavra horrível, a nossa “identidade”. Portugal, meus caros concidadãos, não dá para mais. Dá para bola. Subsídios. Enchidos. Bola. Wi-Fi. Ecopontos. Bola. Via Verde. Netbanco. Bola. Grândolas. Parlapatice. Bola. Fundos europeus. Fundilhos paroquiais. Bola. Festivais. Chefs. Bola. Praia. Proactividade. Bola. Romarias. Sol (que é tão bonito). Bola. Rendimentos mínimos. Rendimentos máximos. Bola. Cabeçudos. Barrigudos. Bola. Rotundas. Penduricalhos. Bola. Comes. Bebes. Bola. Activistas. Ambientalistas. Bola. Irreverência. Reverência. Bola. Certames. Multiusos. Bola. E indiferença, até gozo, espiritual ou não, em ser enxovalhado pelos laparotos que se apoderaram deste curioso cantinho porque quiseram, e sobretudo porque puderam.Aos poucos, convenço-me de que não se trata de acaso. Existe nos portugueses uma genuína propensão para chafurdar na fancaria, apreciar a fancaria, fazer da fancaria um roteiro e uma “agenda”. Claro que o lixo abunda em toda a parte. Em quase toda a parte, porém, não faltam alternativas ao lixo, enclaves de civilização ou vigor ou graça que resistem ao obscurantismo e à boçalidade. Aqui, porém, o lixo parece avançar sem obstáculos. Parece o verdadeiro desígnio colectivo. Parecemos estúpidos. Seremos? Embora não seja adepto de teorias da conspiração, que são a História contada por pantomineiros, acontece questionar-me se, há largos séculos, os illuminati da época não conspiraram para reunir tontinhos, masoquistas e desequilibrados em geral num território a que chamaram Portugal. A ideia era estudar-nos, mas ainda não conseguiram parar de rir.É evidente que muitos portugueses não são idiotas. O problema é que mesmo a maioria dos portugueses lúcidos acredita, não imagino porquê, que a desgraça actual é provisória, e que tivemos um passado luminoso e teremos um futuro redentor. Os portugueses lúcidos, coitados, padecem de saudade e, pior, de esperança, a esperança de que os portugueses restantes, com o pescoço na trela e o olhar no chão, acordem para as delícias da liberdade, essencial à vida adulta. Sucede que para os simplórios a liberdade não é deliciosa: é uma ameaça ou, no mínimo, um risco escusado. Enquanto brincam no recreio, os simplórios gostam que alguém tome conta deles. Com sorte, e uns arremedos de manha, um dia eles tomarão conta de nós. É preciso dar exemplos?
Alfredo, it’s time!E não, não é de jogar ténis ou padel, ou lá como se escreve!A algumas horas do primeiro jogo desta nova época - e sobre o qual ainda não ouvi, em qualquer canal, qualquer notíciazita sobre o assunto; não entendo! - tenho de te dizer!Alfredo, sem querer eleger-te o que quer que seja, como se faz naqueles programas de televisão primários de hoje em dia em que qualquer jovem - vestido com um fato apertado qual espartilho de uma senhora da “Victoria age” -, iletrado, com um “Curço superior de Kumunica-ção” e sem tem ter onde cair morto, é eleito por fazer algo absolutamente trivial, aqui fica, uma vez mais, o meu (nosso, penso) reconhecimento pelo trabalhinho que vens desenvolvendo desde há uns anos para cá.Imperfeições? Seguramente que as haverá. Desde logo, seres de um clube que insiste em monopolizar adeptos e que, por isso, aplainará (o meu avô tinha umas plainas lindas!!) o panorama nacional para, depois, ir lá fora e, decorrente da falta de concorrência, fazer as figuras a que estamos habituados…(este comentário é só para fomentar a discussão da plebe…).Logo a seguir a escolha das cores. Realmente o encarnado (ou será cor-de-rosa?…) não é uma cor que se adeque a mapas deste calibre e com esta densidade de informação. Mas, enfim, gostos são gostos!…Depois, penso que um trabalho desta natureza poderia ser aproveitado para, numa qualquer Universidade - sei lá, Química, Astrofísica, Arqueologia…-, se investigar algo. Não existe, seguramente, com este rigor de levantamento e de pré-tratamento de dados, qualquer universitário que se debruce desta forma e com este “approach” ao universo geronte. Mas também, a quem é que interessa o que este grupo de “pré-gerontes” faz? Há “income”? Há dinheiro envolvido? Há interesse político? Jogam futebol? Não!; logo, não há interesse.Mas, voltemos á galhofa…Quanto aos “seis magníficos”, desde logo agradecer-te Alfredo pela analogia com um grande filme que passou há muitos, muitos anos e que, mais tarde, teve uma pobre sequela, sem a dinâmica nem o ritmo que a primeira teve, condizente aliás com os pobres tempos que vivemos desde há uns anos para cá, tempos, como sabem os que de mais perto lidam comigo, do “show-off” a qualquer preço, da galhofa constante, da falta de seriedade no tratamento de temas que deveriam antes ser sérios.
Realmente, nós sim, nós somos magníficos! Por isso nos mantemos!
Temos de felicitar aqueles que se distinguem. E, no nosso caso, com todas as mazelas, ausências, viagens, trabalho - porque ainda há quem tenha essa cruz -, incidentes que acontecem, é de louvar quem tem uma presença assídua, sem desvios padrão assinaláveis. Os quatro que ainda dão o corpo ao manifesto, merecem! Os outros dois, noblesse oblige, para o comentário não ser muito encarnado…!
Quanto aos “seis menos magníficos”, não pude deixar de reparar na “baixa médica” e no “treino de ginásio”. Com esta disciplina, estás aqui estás na Luz…
Com todas as despesas que tens, perdão, temos tido, confesso que me surpreendeu o saldo…:)Em setembro lá estaremos