Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta. (Einstein) But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
quarta-feira, 31 de agosto de 2022
terça-feira, 30 de agosto de 2022
Entrevista - Ana Paula Vitorino
Chapeau a esta entrevista!
(Ana Paula Vitorino)
“Detesto sonsos e manhosos autocentrados”
Público • Quinta-feira, 25 de Agosto de 2022 • 47
Qual a sua ideia de felicidade
perfeita?
Há momentos em que sinto uma
felicidade imensa que me enche a
alma, pode ser uma paisagem,
uma música, um estar a dois ou
uma coisa muito boa que
aconteceu no mundo.
Qual é o seu maior medo?
É não conseguir estar à altura do
que as minhas pessoas precisam de
mim.
Na sua personalidade, que
característica mais a irrita?
É a incapacidade de desistir de
alguém ou de alguma coisa quando
está na cara que é um caso
perdido.
E qual o traço de personalidade
que mais a irrita nos outros?
Desonestidade, falta de carácter e
incapacidade de pensar além do
próprio umbigo. Detesto sonsos e
manhosos autocentrados.
Que pessoa viva mais admira? Além do meu companheiro e dos meus irmãos (e do meu pai, que nos deixou há poucos dias), todos aqueles que dedicam as suas vidas a lutar pela liberdade e pela igualdade e ao combate à miséria.
Qual a sua maior extravagância?
Pensar que quando for rica vou
viver numa casinha à beira-mar,
aprender a pescar, tratar das rosas
elerapenascomaluzdodia.O
problema é chegar a rica...
Qual o seu estado de espírito
neste momento?
Serenidade pessoal, mas um forte
sobressalto e apreensão pelo
estado em que vai o mundo.
Qual a virtude que pensa estar
sobrevalorizada?
Não me parece que sejam
sobrevalorizadas virtudes, mas
considero que cada vez mais se
aposta em estereótipos do género “jovens, belos, airosos e
dinâmicos”, de preferência com
uma quedazinha para a
insensibilidade social.
Em que ocasiões mente?
Não tenho queda absolutamente
nenhuma para mentir e detesto a
mentira. Às vezes, penso que
tenho uma ligação directa coração,
cabeça e boca...
O que menos gosta na sua
aparência física?
Não posso informar! Respondo
daqui a menos 30kg. Mas gosto das
minhas rugas e dos cabelos
brancos.
Entre as pessoas vivas, qual a
que mais despreza?
Não é uma questão de desprezo,
entendo que há pessoas que já
causaram muito mal ao mundo,
tais como Putin, Trump,
Bolsonaro, Kim Jong-un ...
Qual a qualidade que mais
admira numa pessoa?
Coragem, integridade, lealdade e
genuinidade. E se juntar sentido de
humor fica perfeita!
Diga uma palavra — ou frase — que use com muita frequência Não posso dizer, mas uso outras como “não vamos deitar a toalha ao chão”, “vamos fazer acontecer” e “o céu é o limite”.
O quê ou que méo maior amor
da sua vida?
Em planos diferentes, o meu
companheiro Eduardo, os meus
pais, que já faleceram, os meus
irmãos e... o mar.
Onde e quando se sente mais
feliz?
A fazer coisas de que gosto, quer
no trabalho, quer a tratar das
minhas rosas e das minhas árvores,
quer a cozinhar com os amigos,
quer a olhar para o horizonte no
silêncio da paisagem.
Ana Paula Vitorino
Presidente da AMT
Que talento não tem e gostaria
de ter?
Adoraria saber cantar.
Se pudesse mudar alguma coisa em si, o que é que seria? Controlaria a insatisfação e curiosidade permanentes que geram o desassossego de querer sempre e sempre fazer mais, ir mais longe, descobrir novos caminhos. É tudo muito bom, mas é muito cansativo...
O que considera ter sido a sua
maior realização?
A construção de uma vida muito
feliz e de uma carreira digna e
preenchida que orgulhou os meus
pais.
Se houvesse vida depois da
morte, quem ou o quê gostaria
de ser?
A mulher que sou, mas com mais
poder para eliminar injustiças e
minimizar o sofrimento em todas
as partes do mundo.
Onde prefere morar?
Onde estiver o meu coração.
Qual o seu maior tesouro?
As minhas pessoas.O que considera ser o cúmulo
da miséria?
A pobreza sem esperança nem
saúde.
Qual a sua ocupação favorita?
Lançar projectos inovadores e
fazer bolos.
A sua característica mais marcante?
Determinação e força para ir em
frente, mesmo contra todas as
adversidades.
O que mais valoriza nos amigos?
Serem amigos e estarem lá.
Quem são os seus escritores
favoritos?
Mikhail Cholokhov, Dostoiévski,
Oscar Wilde, George Orwell, John
Steinbeck, Vergílio Ferreira, Lídia
Jorge e, pelas minhas raízes
moçambicanas, Mia Couto e
Paulina Chiziane. E Pessoa,
Sophia, O’Neill, Ruy Belo,
Herberto Helder... sempre!
Quem é o seu herói de acção?
Corto Maltese, pelo mar e pelo
aventureirismo romântico.
Com que figura histórica mais se identifica?
Nelson Mandela é uma grande referência. Mas também me identifico com com a determinação feminina da Padeira de Aljubarrota!
Quem são os seus heróis na vida
real?
Aquelas mulheres que todos os
dias de madrugada apanham
comboios e metros, com um lho
pela mão e outro ao colo e vários
sacos, para irem trabalhar num
emprego em que o salário mal dá
para sustentar a família.
Quais os nomes próprios de que
mais gosta?
Rita e José.
Qual o seu maior arrependimento?
Não ter tido filhos nem adoptado
uma criança.
Como gostaria de morrer?
Com serenidade e não criando
sofrimento às minhas pessoas.
Qual o seu lema de vida? Sempre para a frente, aprendendo com os erros e fazendo o melhor que puder.
Carta ao Porto Canal (Andebol) de 26.08.2022
Exmos. Senhores
1 - Sou espectador regular do vosso canal.
Parabéns, antes de mais, pelo empenho evidenciado e por utilizar o “canal aberto“ para divulgação de temas das mais variadas origens e que contrastam radicalmente com outros canais, “fechados”, que de tão fechados não se apercebem da pequenez dos seus horizontes e da globalização que, serena e pacatamente, invade pacificamente (neste caso) a nossa sociedade.
2 - Tenho uma predileção manifesta pelo andebol. E que melhor equipa do que a do FCP para defender a camisola da modalidade? Equipa que, recorde-se, tem feito um trabalho extraordinário na defesa da modalidade e do nome do país. Parabéns, assim, e igualmente, por essa divulgação.
3 - No entanto, não poderia deixar passar esta oportunidade para salientar a (compreensível?) parcialidade de um comentador, de sua graça, creio, Manuel Mendes.
A forma - assumidamente parcial -, de ver os jogos (TODOS!) sempre para o lado do FCP é tal que, não só insulta quem está a ver o jogo pelo jogo (como é o meu caso), como acaba por se contradizer de um minuto para o seguinte.
4 - Exemplo?
No passado jogo do FCP contra o Ademar Leon, na vossa transmissão de 20.08 pelas 16.55, no minuto 4.35 , num primeiro momento exulta um golo do Vitor Iturriza com assistência do Fábio Magalhães fruto de “uma ligação perfeita”, devido aos "largos anos que se conhecem no FCP e na selecção nacional” . Na jogada seguinte, aos 5.46, considera uma falha do mesmo Iturriza a passe do Fábio, “natural por estar no princípio da época e as coisas ainda não saírem bem”.
Ora esta última justificação pesa, sem dúvida, e na minha opinião, mais do que a primeira. Que necessidade tinha de “exultar”, daquela forma, a primeira combinação? Ela saiu bem? Ok, ainda bem. Não tem que ilustrar daquela forma, para, logo no minuto seguinte, se ter de contradizer. Como diria o outro: “não havia necessidade”.
5 - A questão não é, reitero - apenas -, este momento. Este comentador insiste em comentar, comentar, sem se aperceber das sistemáticas contradições, dos sucessivos enganos (irreflectidos, admito) em que se enovela e enovela os espectadores menos atentos. E isto porquê? Muito simplesmente, pela parcialidade de que enferma.
6 - Eu percebo que para o comum dos adeptos do FCP (e do SCP, já que não sigo o do SLB por ser canal fechado), esta fórmula de argumentação seja encarada como “o pico da sabedoria , o supra-sumo do conhecimento da modalidade, o cúmulo do vocabulário desportivo”. Para aqueles que, como eu, vêem apenas “o jogo” e não são tendenciosos, afigura-se como uma menoridade, uma insuficiência sistemática, uma necessidade de ser ouvido e que não se coaduna com o profissional que se pretende profissional e que deverá - apenas - relatar o que acontece.
7 - Isto, claro, não retira o mérito ao esforço que o visado põe na retórica e na tentativa de intercalar um vasto repertório linguístico (regra geral prolixo com sucessivos sinónimos...) com que preenche o seu espaço de locução.
8 - Por fim, quero deixar bem claro que não conheço, nem o visado nem qualquer pessoa que o conheça. Baseio-me unicamente no que vejo e oiço no vosso canal!
Felicito-vos, finalmente e uma vez mais, pelo canal, pela divulgação da modalidade, e pelos comentadores da mesma (que não o visado).
Os meus cumprimentos
Luiz Manuel Boavida Carvalho
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
Os Super Túneis
A história da humanidade é também a história da tecnologia. Para superar oceanos e montanhas, os engenheiros ultrapassaram os limites da construção subterrânea e cavaram túneis que se pensava serem impossíveis de executar. Acompanhamos os seus feitos voltando aos locais gigantescos de três projetos de túneis: através das montanhas e sob o mar. Em 1871, o túnel ferroviário do Mont-Cenis foi o primeiro a atravessar os Alpes. Os trabalhos deveriam levar 30 anos, mas uma máquina revolucionou o mundo da mineração. O martelo pneumático quebrou todos os recordes na construção de túneis. Na sua inauguração em 1994, o Eurotúnel era o túnel submarino mais longo de todos os tempos. Cavar três túneis ao longo de 50 quilómetros sob o Canal da Mancha foi, de facto, um feito triplo. Por último, mas não menos importante, o túnel do Monte Branco, concluído em 1965, foi o túnel rodoviário mais longo do seu tempo
terça-feira, 23 de agosto de 2022
Reflexão - José Diogo Quintela
https://observador.pt/opiniao/alguem-que-arc-com-isto/
Alguém que Arc com isto
Faz tanto sentido dizer que Joana d’Arc era um rapaz porque se vestia de rapaz, como dizer que era um atum porque ia para a guerra dentro de uma espécie de lata de conserva.
O Globe Theatre, antigo teatro de Shakespeare em Londres, anunciou que vai encenar uma nova peça sobre Joana d’Arc em que a protagonista é não-binária e usa os pronomes they/them. Como a Donzela d’Orleães às tantas se veste de rapaz para ir combater ingleses, o transactivismo diz que, então, é porque não era uma mulher, mas sim um homem. Imediatamente, houve protestos por parte de feministas que consideram que se trata do apagamento de um símbolo da luta das mulheres por direitos iguais aos homens, já que Joana d’Arc desafiou convenções sociais e de género para mostrar que uma mulher tinha a mesma valia que um homem. Vai-se a ver e cai tudo pela base, uma vez que Joana d’Arc afinal era um rapaz. As feministas queixam-se da misoginia desta apropriação iconográfica. Uma reclamação que tem tudo para crescer, principalmente desde que uma figura pública com o estatuto de JK Rowling resolveu entrar na refrega com essa nova forma de protesto social que é o retuíte. Ou pode ter sido o like, não sei bem.
(A verdade é que não é a primeira vez que a roupa masculina de Joana d’Arc é motivo de polémica. No século XV, foi razão para a considerarem herege, no século XXI é razão para a considerarem homem. Os beatos de hoje em dia continuam obcecados com as opções estéticas de Joana d’Arc.)
A grande questão é: esta nova peça enquadra-se no âmbito da liberdade artística do autor ou, pelo contrário, extravasa esses limites e é uma reescrita da história, ainda para mais com consequências nefastas para um grupo tradicionalmente diminuído como é o das mulheres? Quer dizer, na realidade, essa é a segunda grande questão. A primeira é “o que é que este tema interessa?”, mas isso é porque eu sou um homem hetero patriarca cis branco (agora ligeiramente bronzeado) ocidental sexy europeu privilegiado, e estas querelas entre feministas e transactivistas não me afectam, pois estou repimpado cá em cima a ver a arraia-miúda à bulha.
Por um lado, a fita das feministas é embirração. Estão a focar-se num pormenor secundário. Numa história sobre uma pessoa que convence toda a gente a ir para a guerra porque um anjo lhe apareceu a dizer que ia ser giro, considerar-se que o que é inverosímil é a pessoa ser trans, parece-me um preciosismo. Até porque a figura de Joana d’Arc já foi alvo de variadas interpretações artísticas, desde uma sindicalista na Chicago de 1920 até uma ET predadora sexual, e ninguém se aborreceu por aí além. E nem sequer é a primeira vez que é levantada a questão da ambiguidade sexual de Joana d’Arc numa peça. Ingrid Bergman, quando explicou a George Bernard Shaw porque é que não protagonizaria a sua peça Santa Joana, disse-lhe: “Eu gostava da outra Joana, a que era uma rapariga. A sua é um rapaz.”
No entanto, desta vez não é apenas a Ingrid Bergman que não aprecia, as feministas todas estão mesmo a levar a mal. Queixam-se que o não-binarismo era um conceito desconhecido no século XV. E nisso têm razão. Faz tanto sentido dizer que Joana d’Arc era um rapaz porque se vestia de rapaz, como dizer que era um atum porque ia para a guerra dentro de uma espécie de lata de conserva – que também ainda não tinha sido inventada em 1430. Há quem considere que este anacronismo já é ir longe de mais. No fundo, argumentam que é como se, numa nova versão do Frei Luís de Sousa, D. Madalena de Vilhena descobrisse que o Romeiro é D. João de Portugal, o marido que ela julgava morto em Alcácer Quibir, após consultar a sua conta do Instagram @ninguém_niguém_afinal_sou_eu. Mas, mesmo um equívoco cronológico tão significativo tem de estar protegido pela liberdade artística do autor.
Por outro lado, Joana d’Arc é um símbolo feminista histórico, uma adolescente que desafiou as limitações que a sociedade medieval impunha às mulheres, alcançando uma preponderância e uma notoriedade que só estavam disponíveis aos homens. As feministas consideram que transformar Santa Joana em São Joana é roubar-lhes uma personagem na sua já longa luta contra a opressão sexista. Acham que é essa a motivação ideológica da peça.
Para que lado me inclino? Para nenhum, como é óbvio. Como já aqui referi, enquanto superpredador nesta cadeia alimentar que é o heteropatatipatriarcado um-cis-dois, borrifo-me nisto. Mas, se tivesse de me pronunciar, diria que a posição transactivista do autor da peça tem os seus méritos. Sejamos francos, aquilo que Joana d’Arc fez em vida não é, de todo, feminino. Estamos a falar de iniciativa, coragem, capacidade, talento para a guerra, tudo características que faltam a uma fêmea. O transactivsmo está correcto ao postular que, se uma pessoa demonstra possuir qualidades que são típicas do sexo oposto ao seu, então é porque essa pessoa é do sexo oposto.
Aliás, há bastante tempo que eu ando desconfiado que algumas façanhas da história de Portugal que nos habituámos a atribuir a mulheres foram, na verdade, realizadas por homens. São demonstrações de inteligência, habilidade e virtude que tenho muita dificuldade em reconhecer como femininas.
Por exemplo, a Rainha Santa Isabel. De certeza que era uma mulher? É que transformou pão em rosas. O leitor conhece alguma boa ilusionista do sexo feminino? Pois, eu também não. Quando pensamos em magia, pensamos no Houdini, no David Copperfield ou no Luís de Matos. As meninas só lá estão para desaparecerem ou serem serradas ao meio.
E D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques. Ou será pai? A forma como, depois da derrota na batalha de São Mamede, D. Teresa correctamente recuou nas suas pretensões, é varonil. Quem já viajou num carro conduzido por uma mulher, sabe que as mulheres são péssimas a fazer marcha atrás.
Outra: a Padeira de Aljubarrota. A sério que achamos que uma mulher despacha 7 soldados castelhanos só com uma pá de forno? Está bem, está.
D. Luísa de Gusmão. Segundo os cronistas da época, terá dito ao seu marido, futuro D. João IV, que preferia ser rainha por um dia do que duquesa a vida toda. Essa vontade férrea de ser rainha é suspeita. Rainha em inglês é “queen”, que, como toda a gente sabe, é calão para “homossexual”. É evidente que D. Luísa de Gusmão era trans.
Mas há mais: soror Mariana Alcoforado também era um homem. Escreveu belíssimas cartas de amor no século XVII, uma altura em que as mulheres mal sabiam ler e escrever.
E Rosa Mota, com aquela frondosa lã debaixo dos braços, mesmo à macho? Já para não falar de Nossa Senhora de Fátima. Fartei-me de subir às árvores no quintal da minha avó com os meus primos, e as minhas primas nunca passavam da primeira ramagem. Querem convencer-me que uma rapariga, ainda para mais naqueles preparos, conseguia trepar ao cimo de uma azinheira?
Como estes há muitos outros casos de figuras da nossa história que tomamos por mulheres mas, numa segunda análise, percebemos facilmente que são homens. Obviamente, os erros de atribuição de género não acontecem apenas num sentido. Também os há no sentido oposto. Há personagens da história de Portugal que nos habituámos a ver como homens e que demonstraram ser mulheres. Pedro Álvares Cabral, por exemplo: ia para um sítio, com indicações precisas sobre o caminho, e mesmo assim perdeu-se. Mesmo à gaja.
Receba um alerta sempre que José Diogo Quintela publique um novo artigo.
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domingo, 21 de agosto de 2022
Reflexão - Os netos
O interesse e o entusiasmo com que a Maria, o Francisco e o Vasco ouvem o "Chamuças", perdão, o "nosso primeiro", deixa-me convencido de que temos futuro...
quinta-feira, 18 de agosto de 2022
Notícias - Frederico Varandas suspenso por 70 dias
(Cá vamos, cantando e rindo...
A 4 dias da realização do jogo no Estádio das Antas. Que coincidência!)
Mão pesada contra a "lesão à honra": Frederico Varandas suspenso por 70 dias por críticas a Pinto da Costa
Discurso do presidente do Sporting contra homólogo do FC Porto no Núcleo de Carregal do Sal após o final do Campeonato valeu um pesado castigo por parte do Conselho de Disciplina da FPF.
Tem acesso livre a todos os artigos do Observador por ser nosso assinante.
Um discurso “explosivo” no final do Campeonato de 2021/22, uma sanção pesada no início do Campeonato de 2022/23: Frederico Varandas, presidente do Sporting, foi esta terça-feira suspenso por 70 dias pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol na sequência das críticas feitas ao homólogo do FC Porto, Pinto da Costa, quando falava a sócios e adeptos no Núcleo Sportinguista de Carregal do Sal.
“O Processo Disciplinar foi instaurado no dia 31.05.2022 e remetido à Comissão de Instrutores da Liga, tendo por objeto ‘Eventual lesão da honra’. Concluída a instrução do processo, cuja direção e encerramento é regulamentarmente da competência da Comissão de Instrutores da Liga, esta última remeteu o processo ao Conselho de Disciplina no dia 26.07.2022, apresentando relatório final com acusação. A audiência disciplinar realizou-se no dia 09.08.2022″, explicou o órgão em comunicado.
“No dia 16.08.2022 decidiu o Conselho de Disciplina julgar procedente, por provada, a acusação, que imputava ao arguido declarações dirigidas a outro agente desportivo, apodado nomeadamente de ‘corruptor ativo’ e ‘uma vergonha para o desporto português’ e consequentemente, sancionou o Arguido Frederico Nuno Faro Varandas, pela prática da infração disciplinar p. e p. pelo artigo 136.º, n.ºs 1 e 3 por referência ao artigo 112.º, n.º 1, ambos do RDLPFP21, havendo reincidência, na sanção de 70 (setenta) dias de suspensão e, acessoriamente, na sanção de multa de 130 (cento e trinta) UC, quantificada em 13.260 € (treze mil duzentos e sessenta euros)”, acrescentou sobre a decisão final.
“Ao senhor Pinto da Costa, por mais que lhe custe e por mais tentativas que faça para tentar apagar as suas ações, será sempre recordado como um corruptor ativo. E eu aqui estarei para lhe recordar até ao último dia da sua presidência que é um corruptor ativo e uma vergonha para o desporto português, ao mesmo tempo que aguardarei com expectativa o desfecho do processo Cartão Azul. Um país que reconhece o senhor Pinto da Costa como uma referência é um país sem valores. E um país sem valores é um país sem futuro. Portugal não pode nem nunca poderá ser esse país”, referiu num longo discurso Frederico Varandas no Núcleo do Sporting de Carregal do Sal, antes de visar também todos os comentários feitos em abril pelo homólogo por ocasião dos 40 anos da presidência dos azuis e brancos de Pinto da Costa.
“Nestas últimas semanas tive a oportunidade de ler inúmeros comunicados e textos de personalidades da nossa praça a felicitarem os 40 anos da presidência do senhor Pinto da Costa e a enumerarem as qualidades, as conquistas e os feitos. Fiquei surpreendido é que na lista dos feitos não vi nada sobre as vergonhosas escutas do Apito Dourado, sobre o facto de este ter fugido para a Galiza horas antes de a Polícia Judiciária ir buscá-lo a sua casa, de ter pagado a familiares seus milhões de euros da FC Porto SAD e dos inúmeros casos de coação e intimidação a jornalistas como a recente agressão, vista por todo o mundo, a um jornalista da TVI por um elemento da comitiva do presidente. Se é para referir os feitos dos 40 de presidência, então, por favor que o façam com rigor e coragem”, acrescentou.
terça-feira, 9 de agosto de 2022
Televisão - "Primeira Pessoa" com Rentes de Carvalho
Excepcionalmente, neste episódio, a apresentadora Fátima Campos Ferreira interveio pouco. Ainda bem.
Ouvir o escritor José Rentes de Carvalho, reconhecido na Holanda mas não em Portugal, e francamente "muito mais velhote", é mais um elucidativo retrato do nosso país.
quarta-feira, 3 de agosto de 2022
Tertúlias - Fontanelas
Em 22Jul2022, almoçámos na sociedade, em Fontanelas, depois de três anos de interregno, devido à pandemia e outras 600 razões.
Zé Carlos, Zé Eduardo Carvalhal, Pedro Teixeira, Tó Zé Sardinha, Zé António Motta, Paulo Santos e eu. Cinquenta anos depois reencontrámos o Pedro Teixeira.
"Still looking" for others...
da esquerda para a direita: Zé Eduardo Carvalhal, Pedro Teixeira, Tó Zé, Zé António, Paulo Santos