quinta-feira, 28 de março de 2024

Reflexão - Microscopic plastics

sublinhados meus


https://www.theguardian.com/environment/2024/mar/06/microscopic-plastics-could-raise-risk-of-stroke-and-heart-attack-study-says?utm_source=Arterial&utm_campaign=40fd60145b-EMAIL_CAMPAIGN_2017_11_16_COPY_01&utm_medium=email&utm_term=0_b442fc2e5e-40fd60145b-194058356

Microscopic plastics could raise risk of stroke and heart attack, study says

Scientists link tiny particles in blood vessels with substantially higher risk of death

Ian Sample

Doctors have warned of potentially life-threatening effects from plastic pollution after finding a substantially raised risk of stroke, heart attack and earlier death in people whose blood vessels were contaminated with microscopic plastics.

Researchers in Naples examined fatty plaques removed from the blood vessels of patients with arterial disease and found that more than half had deposits contaminated with tiny particles of polyethylene or polyvinyl chloride (PVC).

Those whose plaques contained microplastics or nanoplastics were nearly five times more likely to suffer a stroke, heart attack or death from any cause over the following 34 months, compared with those whose plaques were free from plastic contamination.

The findings do not prove that plastic particles drive strokes and heart attacks – people who are more exposed to the pollution may be at greater risk for other reasons – but research on animals and human cells suggests the particles may be to blame.

“Our data will dramatically impact cardiovascular health if confirmed because we are defenceless against plastic pollution,” said Dr Raffaele Marfella, first author on the study at the University of Campania Luigi Vanvitelli in Naples. “The only defence we have available today is prevention by reducing plastic production.”

Because plastic pollution is ubiquitous, reaching across the entire planet, Marfella said even if society succeeded in the massive task of slashing plastic pollution, any health benefits from the cleanup would not be seen for years.

The doctors embarked on the research after noticing a rise in strokes and heart attacks in patients who would normally be considered low risk. Marfella and his colleagues wondered whether plastic pollution might be involved in damaging people’s blood vessels by driving inflammation.

Writing in the New England Journal of Medicine, the doctors describe how they analysed fatty plaques removed from 304 patients with atherosclerosis affecting the carotid arteries. The carotid arteries are the main blood vessels that supply blood to the neck, face and brain. The disease causes a build-up of plaque in the arteries, which substantially raises the risk of stroke. The plaques can be removed by a procedure called carotid endarterectomy.

Lab tests on the extracted plaques revealed polyethylene in 150 patients and polyvinyl chloride in 31, alongside signs of inflammation. On examination under an electron microscope, the researchers spotted jagged foreign particles in the fatty deposits, most less than a thousandth of a millimetre across.

The doctors followed 257 of the patients for an average of 34 months after they had carotid plaques removed. Those who had plastic particles in their plaques were 4.5 times more likely to have a stroke or heart attack, or to die from any cause, than those whose plaques were free from plastic pollution.

Marfella said the discovery of plastics in the plaques was “surprising” and that the likely effect on cardiovascular health was “worrisome”. The findings may explain what doctors call “residual cardiovascular risk”, he said, where 20%-30% of patients who have been treated for common risk factors, such as high blood pressure and diabetes, still go on to have heart attacks and strokes.

Further work is needed to confirm whether plastic pollution plays a role in strokes and heart attacks, but Marfella called for greater awareness of the potential threat.

“People must become aware of the risks we are taking with our lifestyle,” he said. “I hope the alarm message from our study will raise the consciousness of citizens, especially governments, to finally become aware of the importance of the health of our planet. To put it in a slogan that can unite the need for health for humans and the planet, plastic-free is healthy for the heart and the Earth.”

Holly Shiels, professor of integrative physiology at the University of Manchester, said the impact of micro- and nanoplastics on plaque formation and coronary heart disease needed greater attention. “It is conceivable that microplastics and nanoplastics, and the toxins they carry, could trigger events leading to the development of atherosclerosis,” she said.

 

Reflexão - Diogo Quintela

 

(Sublinhados e reflexão minha - Lindo, simplesmente lindo! O ridículo realmente mata! Só a malta do PS é que não vê!)

(José Diogo Quintela)

Os resistansos

“Mesmo na noite mais triste, em tempos de servidão, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que faz um cartaz giro no Photoshop”.

Ainda abananados pelo resultado das eleições, os portugueses encontram-se de braços caídos, sem saberem o que fazer. Felizmente, podemos contar com a velocidade de reacção da JS que, instantaneamente, publicou nas suas redes sociais um cartaz a exortar o povo à acção. Por cima de um punho erguido está o slogan “Junta-te à resistência”. Depois, lê-se: “pela Liberdade, pelo Estado Social, pelo Progresso”. Uma lista, ainda que reduzida, de muito do que está em perigo agora que vamos ter um governo do PSD a conduzir-nos à tirania, como sempre aconteceu nas inúmeras vezes em que já governaram desde o 25 de Abril. Faz bem a JS em estar atenta e perceber que o que vivemos agora tem paralelos com a 2.ª Grande Guerra.

Através da penumbra que desceu sobre a sociedade portuguesa, vislumbra-se uma candeia de esperança que alumiará o caminho que teremos de percorrer para sair desta situação tenebrosa. Essa candeia chama-se JS e o caminho é o da resistência, do sacrifício e da abnegação, necessários para encarar sem medo aquelas situações limite nas democracias em que os resultados eleitorais não são do nosso agrado. Glosando as imorredoiras palavras do poeta Alegre: “Mesmo na noite mais triste, em tempos de servidão, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que faz um cartaz giro no Photoshop”.

Um mês depois da morte de Alexei Navalny, enquanto o mundo ainda chora a perda de um resistente à tirania, eis que surge o sucessor. Miguel Costa Matos, o Espártaco do Largo do Rato. O Mandela de Carcavelos. O Zapata de São Bento. Costa Matos revelou-se um português da cepa de Martim Moniz, Aristides Sousa Mendes ou Salgueiro Maia. Tal como estes heróis, Costa Matos viu-se no meio de uma situação decisiva. E, tal como estes heróis, Costa Matos decidiu. Como Moniz às portas de Lisboa, Sousa Mendes no consulado em Bordéus ou Salgueiro Maia no Terreiro do Paço, Costa Matos estava no sítio certo, no momento certo: a liderança da organização juvenil do Partido Socialista no rescaldo de umas eleições democráticas. Tinha de actuar. O país pedia-o, a situação exigia-o, Costa Matos sabia-o. Agarrou-se ao computador e o resto é design. Na ocasião determinante, os jovens da JS disseram presente. Através de um corajoso like acompanhado por emoji do polegar em “fixe!”. Em nome da intervenção cívica, os militantes-mirim não hesitaram em perder 3 minutos para resistir.

Porém, embora admire a valentia dos jovens socialistas e lhes agradeça o provável martírio (afinal, a vingança dos governos eleitos do PSD sobre quem se atreve a resistir-lhes costuma ser célere e cruel), não consigo evitar um reparo sobre a linguagem. Sinceramente, comparar a vitória da AD à ocupação nazi da França parece-me um bocadinho ridículo. É preciso falta de imaginação para equivaler Montenegro a Hitler. A sério que Portugal em 2024 se tornou na Alemanha em 1942? É que eu olho para o que vem aí e não vejo o 3.º Reich. Não, eu vejo é o Império Galáctico. Não estamos a resistir a nazis. É pior que isso. Nós estamos a resistir ao pérfido Imperador Palpatine e ao seu capanga Darth Vader. Portanto, um cartaz a anunciar a resistência é espectacular, mas não chega. É preciso que Costa Matos e seus camaradas formem uma aliança rebelde para salvar Portugal. Juntem um mercenário dono de uma nave velhinha, porém velocíssima, um wookiee, uma princesa, um aprendiz de jedi e dois robots impertinentes, e comecem a resistir à séria. Não têm desculpa para não fazer nada. Sem empregos nos gabinetes ministeriais, o que não vai faltar à malta da JS é tempo.

Reflexão - Carmo Afonso

Por vezes ainda fico pasmado comigo. Como, por exemplo, julgando que já tinha visto tudo o que diz respeito à imbecilidade ou à falta de senso dos terráqueos. Engano-me, obviamente. A última foi esta. Já tinha ouvido o Camilo Lourenço exortar, na "Cor do dinheiro", contra esta moça. Mas como ele também não é perfeito, assumi que se excedesse na apreciação. Afinal estava certo e pecou por defeito! Nunca a tinha visto nem ouvido. Fiquei boquiaberto, estupefacto, incrédulo. Como é que é possível dar palco e protagonismo a um ser como este? O pobre do José Manuel Fernandes, enquanto interlocutor no debate, ainda ensaiou um ou outro esclarecimento. Em vão. Que paciência senhores. Que paciência e tolerância têm certos seres para com outros. Só assim entendo a fé...

O palco que pessoas como esta têm nos nossos  me(r)dia, apenas reforçam a ideia que temos deles e de quem os dirige. Mas não haverá uma única alminha que faça as perguntas certas?

Como eu costumo dizer: pobre marido... (ou "marida", nos tempos que correm...)






Livros lidos - O novíssimo Príncipe

Relendo as memórias do Professor Adriano Moreira, o tal que dizia ser pouco tolerante com a má educação, a arrogância e a inteligência mediana. 




Livros lidos - José Vilhena

 Recordando os tempos de José Vilhena a parodiar os (pseudo) intelectuais da altura!




VetVals - Suspensão (março 2024)

 

Amigos e conhecidos:

"Ontem um anjo disse-me”. Não, ainda não cheguei a este ponto. Trata-se apenas do título de um livro do Prof. Carvalho Rodrigues que li, já lá vão alguns bons anos.

Utilizo-o apenas para fazer a ponte com o meu ombro. Ou seja, “ontem o meu ombro disse-me”.

E o meu ombro tem razão; toda!

Eu explico: o meu ombro direito queixou-se-me muito hoje de manhã (27.03.2024), depois de eu o ter solicitado de sobremaneira ontem à noite no treino, contra-vontade (…). E fez-me uma série de perguntas - todas inteligentes, todas polémicas, todas com senso! -,  às quais tive, obviamente, de responder, mesmo que algumas me custassem de sobremaneira...

Enfim, uma conversa a dois, com a qual não vos vou maçar.

Como tal, conto-vos a parte final que é a que interessa: chegámos então a acordo que eu vou suspender a coisa. Chega! Não vale a pena remar contra as diversas marés que nos assolam nos tempos que correm. 

Creio que alguns já sabem a minha história de sócio do Sporting. Eu relembro-a: julgando que fazia uma grande coisa, o meu pai decidiu, a determinada altura, creio que em 1976/77, oferecer-me cartão de sócio do clube. Ao fim de algumas semanas, e depois de presenciar ao vivo e à minha volta o espectáculo que adivinham, pensei que algo estava errado. Ou seja, eu ali! Assim, pedi ao meu pai para me dar o dinheiro da quotização. Dar-lhe-ía melhor caminho e não tinha de aturar os 20 vândalos que, quinzenalmente, à minha volta, viam um jogo que eu, sinceramente, nunca via. Belas decisões: a minha de querer deixar de ser sócio, e a de meu pai de me ter deixado de falar durante uns tempos (…).

Ora o meu ombro direito (o esquerdo já foi operado) aconselhou-me a deixar de jogar por uns tempos. Adiantou-me razões de vária ordem, mas a mais evidente, que é a de há 24 horas estar com o braço praticamente imobilizado, tem de ser tida em primazia. Mesmo que, desta vez, eu tenha os vândalos noutro patamar :)

Por agora, vou parar. Como dizem os ingleses num determinado palco: it’s time! ;)

Até dia 09 no jantarinho

PS - Ah, e claro que em 02 ganhe o melhor…;)

segunda-feira, 25 de março de 2024

Reflexão - How was the puberty blocking scandal ever allowed to happen? (The Spectator)

 (sublinhados meus)


How was the puberty blocking scandal ever allowed to happen?

A gender neutral toilet (Credit: Getty images)

Remember when Irish singer Róisín Murphy was set upon by the mob last year? Her crime: she criticised puberty blockers and said we should stop dishing them out like candy to vulnerable kids. The blowback was furious. Armies of activists damned her as a transphobe, a bigot, a bitch. 

They pronounced her ‘over’, which is PC-speak for ‘unpersoned’. They threatened to boycott her gigs. Virtually every review of her new album, Hit Parade, contained a swipe about her sinful utterance. The most shameful was the Guardian’s. It’s a great record, the reviewer said, but it comes with the ‘ugly stain’ of its creator’s evil views. 

Well, now, six months on, NHS England has banned puberty blockers for gender-confused children on the basis that there is ‘not enough evidence’ they are safe. Róisín was right. Remember this next time you witness a witch-hunt – often the witch is just a woman telling the truth. 

The vindication of Róisín Murphy raises serious questions about the state of our public life. That someone could be so ruthlessly maligned merely for raising questions about medical interference in the lives of fragile children is shocking. That she was shamed for saying something that was plainly correct makes it even worse. It was a timely if chilling reminder that crusades against so-called ‘hate speech’ are as apt to crush truth as they are to tackle hate.

It wasn’t only Murphy who felt the prong of the digital mob’s pitchforks. Everyone who raised concerns about the prescription of puberty blockers to healthy kids risked expulsion from polite society. Even though, in the words of the Times, these are ‘controversial drugs’, whose use to treat gender dysphoria was essentially ‘experimental’, a climate of censorship made it incredibly difficult to have frank, open discussion.

NHS whistleblowers have been raising the alarm about puberty blockers for years. Yet their concerns frequently fell on the deafest of ears. In activist circles, it was breezily assumed that these people must be vile bigots, hell-bent on depriving ‘trans kids’ of ‘life-saving treatment’. 

Authors like Abigail Shrier and Hannah Barnes, who meticulously documented the ‘experiments’ being carried out on gender-confused children, were demonised and even censored. Some stores refused to stock their books. Shrier was slammed for her ‘murderous bigotry’. Such was the hysterical pitch of this silencing crusade: query puberty blockers and you’re complicit in the deaths of ‘trans kids’.

Opposition to puberty blockers became tantamount to blasphemy in certain circles. The soft tyranny of it all is best summed up in the fate of Graham Linehan. He was brutally cast out from the cultural universe for his gender-critical dissidence while celebs who dutifully mouth slogans like ‘Gender-affirming care saves lives’ – shorter version: give kids drugs – still bask in the limelight. 

And now, NHS England is putting a stop to puberty blockers because their ‘safety’ and ‘effectiveness’ cannot be guaranteed. Other nations have cracked down too. Experts are concerned that these drugs can have ‘long-term physical effects’, including for ‘the reproductive system…the bones, the brain and other parts of the body’.

Think about the madness of this, the horror of it. Vulnerable kids were given experimental drugs whose safety is uncertain and whose side effects might be severe and yet it was those who questioned the use of the drugs who were demonised. It was those who urged caution who were savaged and shamed. It was those who called for a rethink who were treated like lunatic outliers.  

People are right to say that the cavalier prescription of puberty blockers to children with autismyoung lesbians and other kids who really need love, not drugs, is one of the great medical scandals of our time. And it’s a scandal that was aided and abetted, from start to prayed-for finish, by censorship. By the silencing of dissent. By an unforgiving insistence on conformity.

It was the liberty blockers who made the puberty blockers scandal possible. This must be a key lesson from this sordid affair – that in the absence of free, rigorous debate, terrible ideas and policies can take root. It is under the cover of censorship that folly always advances. Absent the sunlight of free thought and truthful scrutiny, all kinds of stupidity and cruelty can spread with frightening ease. 

In the end, it was the perseverance of the dissenters that won out. It was their defiance of both noisy activists and captured institutions, their steely expression of their heartfelt concerns even in the face of libels and threats, that brought about the ban on puberty blockers. If they hadn’t been so dogged, kids would still be being experimented on today, their small bodies reduced to vessels of ideology. 

There is much to feel down about in relation to the puberty blockers scandal. Medical experts succumbing to ideological crusades. Supposedly liberal journalists turning a blind eye to medical experimentation on kids, including huge numbers of girls. Opinion-formers staying silent, perhaps because they value being part of the in-group more than they do the safety of children. After all, what are a few hundred damaged kids in comparison with their own continued presence on the dinner-party circuit?   (Puerra, esta é forte!!)

But there is something to cherish here too: the realisation, undeniable now, that nothing good comes from censorship whereas truly wonderful things can flow from the free expression of our deeply held beliefs. Free speech saves lives. 

Séries - Superior Interests

Série , bem séria, sobre a eutanásia e o drama que isso constitui para os pais, para os envolvidos na área da saúde e para quem é bem formado.




Almoço tertúlia - IST3

Almoço com Luis Melo e Rui Cardal no Fragateiro na Trafaria em 21Março2024.








Reflexão - Alberto Gonçalves

 (sublinhados meus)


A má vontade popular

Das duas uma: ou se proíbe os fachos de votar ou se proíbe os fachos de concorrer. O que não podemos é continuar a tolerar partidos e eleitores intolerantes. Contra a discriminação urge discriminá-los

Primeiro insultaram os jovens, mas não me importei porque não sou jovem. Não, agora a sério: primeiro insultaram realmente os jovens. Foi uma inovação. Durante décadas, escorreu por aí um discurso acerca da necessidade de envolver os jovens na política como se isso, por si, constituísse uma virtude e um avanço civilizacional. Havia correntes de opinião a reclamar a descida da idade de voto para os dezasseis anos. Havia jornadas e acampamentos das juventudes partidárias. Com abundância de paternalismo e impecável conversa mole, produziam-se chavões lindos que combinavam numa frase os “jovens” e o “futuro”. Os jovens eram o futuro, do país, da humanidade, do planeta e da Via Láctea. Os jovens eram a esperança. Os jovens eram a “irreverência”. Eram.

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Tudo acabou a 10 de Março, quando se percebeu que a maioria dos jovens votou à “direita”, e que uma parte significativa desses jovens votou, Deus nos acuda, no Chega. Desde esse momento que a percepção deu uma cambalhota: os jovens sonhadores e imaginários do passado afinal são um motivo de preocupação. No serão daquele Domingo, a “geração mais informada e esclarecida de sempre” transformou-se num bando de calões, burros que nem portas, intolerantes que nem postigos. A culpa é do TikTok. Dos videojogos. Da escola. Dos pais. De todos nós, embora sobretudo de todos eles, esses imberbes e mimados fachos.

Depois insultaram os ex-abstencionistas, uma segunda inovação. Passei a vida a ouvir relambórios sobre os riscos do abstencionismo e a relevância de o combater. Até há uns dias, votar era um dever cívico, e não faltava quem quisesse alterá-lo para uma obrigação inscrita na lei. Em vez de uma preferência banal, o alheamento dos cidadãos face aos actos eleitorais representava uma ameaça ao próprio regime, quiçá um prenúncio do Apocalipse. Qualquer subida da abstenção causava pranto público. Qualquer descida, ainda que ligeira, era festejada com orgulho patriótico. Era.

A 10 de Março, a abstenção caiu a pique e ninguém festejou. Mesmo que uma quantidade impressionante de gente resolvesse ir às urnas, a verdade – e a desgraça – é que o fez principalmente para votar à “direita” e com generosidade, ai Jesus, no Chega. Num ápice, as hossanas à “participação” evaporaram-se. E o “dever cívico” tornou-se uma chacota dos sagrados valores democráticos. Em estúdios televisivos, comentadores pesarosos afirmaram que, para cometerem semelhante vergonha, mais valia que os eleitores não tivessem saído de casa. Os ex-abstencionistas, descobriu-se com pesar, são fachos.

A seguir insultaram-se os emigrantes. Os emigrantes, que espalhavam pelo mundo o melhor de Portugal. Os emigrantes, a nobre matéria da nossa diáspora. Os emigrantes, que justificavam centenas de périplos oficiais de deputados, ministros e presidentes, invariavelmente rendidos ao “calor humano” das “comunidades” lusitanas. Os emigrantes eram a bravura que exportávamos, eram os cérebros que fugiam, eram os justos descendentes de Cabral e Magalhães. Eram.

Deixaram de o ser a 10 de Março. Ou a 20, para ser exacto. Os emigrantes votaram, votaram mais do que costumavam e, inacreditavelmente, votaram em largas doses na “direita” do, cruz credo, Chega. As sombras anoiteceram a Metrópole, que ficou um breu ao concluir que, para cúmulo, o intelectual Santos Silva fora varrido do parlamento por troca com um antigo emigrante ilegal em França, onde vendia bacalhaus ou assentava tijolo ou alguma coisa decerto menos prestigiante que a sociologia e a devoção a Guterres, Sócrates, Costa e Lula da Silva. Nos “media”, as análises especializadas não demoraram. Além dos que receitam a cessação do direito de voto a semelhante corja, defrontaram-se a tese de que os emigrantes são ingratos versus a tese de que os emigrantes são traidores versus a tese de que os imigrantes são estúpidos versus a tese de que os emigrantes no Brasil foram influenciados pelo sr. Bolsonaro (?). Um ponto mostrou-se consensual: os emigrantes são fachos.

Enquanto se estende a merecida rajada de ofensas aos algarvios e aos concelhos, freguesias, ruas e famílias do território nacional que votaram substancialmente no, vade retro, Chega, convém reflectir e mudar de rumo. Daqui em diante, das duas uma: ou se proíbe os fachos de votar ou se proíbe os fachos de concorrer. O que não podemos é continuar a tolerar partidos e eleitores intolerantes. Contra a discriminação, urge discriminá-los. Se “Abril”, entre aspas e vénias, existiu para que o povo escolha em liberdade, o povo é livre de escolher bem, ou seja, escolher as forças defensoras do pluralismo, ou seja a esquerda. Se o povo escolhe mal, leia-se a direita reaccionária habitual e – abrenúncio – o Chega, é sinal decisivo de que não se está a cumprir “Abril”. E cumprir Março dá nisto. A vontade popular é soberana, a má vontade não.


domingo, 24 de março de 2024

Reflexão - Get Your Cholesterol in Check

 

An illustration of a pensive-looking person surrounded by four hexagons filled with various items related to cholesterol, including nuts, avocados and dumbbells; a chart on a clipboard; medications and a monitor; and meat, dairy and alcohol products. Colorful cholesterol shapes float in the background.


https://www.nytimes.com/2024/01/31/well/live/cholesterol-tests-levels-heart-disease.html?utm_source=Arterial&utm_campaign=40fd60145b-EMAIL_CAMPAIGN_2017_11_16_COPY_01&utm_medium=email&utm_term=0_b442fc2e5e-40fd60145b-194058356

Get Your Cholesterol in Check

It’s critical for preventing heart disease and other serious health problems.

Jan. 31, 2024


Sonia Pulido

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While 86 million adults in the United States have high cholesterol levels, one third of Americans say they haven’t had their numbers checked in the last five years.

Getting your cholesterol tested — and under control — is critical to preventing heart disease and other serious health problems. But figuring out when to test and what to make of the numbers can feel daunting.

How harmful is “bad cholesterol” for your health? Should you worry if your total cholesterol is just on the cusp of being too high? And how much can you lower your levels by changing your diet or exercise habits?

We asked experts what to know about cholesterol tests and management.

What is cholesterol?

Cholesterol is a fatty substance (also called a lipid) that is produced by the liver. It’s essential for making cell membranes, hormones and more. Usually your liver makes all the cholesterol you need. But some foods, like meat and dairy products, may increase the cholesterol circulating in your blood, which is why you may be asked to fast before a cholesterol test.

Cholesterol gets a bad rap because there’s strong evidence linking higher levels to plaque buildup in the arteries and the hardening of blood vessel walls over time. In medical terms, this is called atherosclerosis. Eventually, the buildup can block blood flow to your heart, causing a heart attack. Pieces of plaque can also rupture and travel to other parts of your body, causing a stroke.

Most people don’t have any symptoms until their arteries are already severely clogged. That’s why doctors look to cholesterol levels to catch and treat cardiovascular problems early, said Dr. John Wilkins, an associate professor of cardiology and epidemiology at Northwestern University Feinberg School of Medicine.

When do you need a cholesterol test?

According to the American Heart Association, all adults 20 or older should get their cholesterol checked every four to six years. You may need more frequent checks if you have certain risk factors, such as high blood pressure, diabetes or a family history of heart disease.

But heart disease is becoming increasingly prevalent among younger people. The National Heart, Lung and Blood Institute recommends starting cholesterol testing between the ages of 9 and 11, or as young as 2 years old if there is a strong family history of high cholesterol and heart disease. Your doctor can help you decide when it’s time for a test.

What do cholesterol tests show?

A doctor can check your cholesterol through a blood test called a lipid panel or lipoprotein profile. This measures total cholesterol; low-density lipoprotein, or LDL, cholesterol; high-density lipoprotein, or HDL, cholesterol; and triglycerides, another type of fat that hardens the arteries and mainly comes from food. These are all reported in milligrams per deciliter.

Sometimes the test includes very-low-density lipoprotein, or VLDL, which carries triglycerides to different parts of the body.

For some people, a doctor may also order a test for apolipoprotein B, or ApoB, which is the particle that actually carries the cholesterol in your blood. This is considered a more accurate predictor of heart attack risk, particularly if you have moderate or only slightly elevated LDL numbers, said Dr. Stephen Kopecky, a preventive cardiologist at Mayo Clinic in Rochester, Minn.

There are a handful of home tests that use a blood sample from a finger prick to check cholesterol. If you use one of these tests, you should still discuss your results with a doctor and, when possible, get in-person testing, which is considered more reliable.

What are normal cholesterol levels?

What counts as “normal” depends on several factors. Cholesterol levels generally increase with age. Men tend to have higher levels throughout their lives, while women typically experience an increase during pregnancy or at menopause. Certain genes can also influence how much cholesterol your body makes.

Perhaps the most important number to track is your LDL, which is considered the “bad cholesterol” that can build up on artery walls. For most people, LDL should be below 100 mg/dL — the lower, the better.

People with diabetes, existing plaque buildup or other factors that put them at risk of heart disease may need to keep LDL below 70, said Dr. Douglas Jacoby, medical director of the Penn Medicine Center for Preventive Cardiology and Lipid Management.

High triglyceride levels are also associated with increased risk of heart disease. Ideally, these levels should stay under 150 mg/dL.

HDL, also known as “good cholesterol,” picks up extra cholesterol from your arteries and carries it back to the liver so it can be removed from the body. That is why higher HDL levels are generally considered better. Aim to keep HDL above 40 mg/dL, with above 60 considered optimal.

But when HDL is higher than 80 mg/dL in men or 100 mg/dL in women, it may lose its protective function and instead accelerate atherosclerosis, some studies suggest.

Understanding Your Cholesterol

Test results provide your levels and help determine your risk of heart disease.

LDL levels below

100 are ideal ...

... while HDL

levels above 60

are heart-healthy.

Triglycerides, a

different type of fat,

should be below 150.

Total cholesterol

below 200 is ideal,

but other levels can

provide more insight.

It can be trickier to assess your heart disease risk when LDL or triglyceride levels fall into a “borderline high” category. In these cases, a doctor may review some additional calculations included in your test report, such as your total cholesterol, which is calculated by adding HDL, LDL and 20 percent of your triglyceride level.

An even more useful measure may be the non-HDL number, which can indicate how much of the total cholesterol is made up of LDL and other artery-clogging particles. This number doesn’t include triglycerides, so it may more accurately reflect your cholesterol when you’re eating normally, rather than fasting for a blood test.

Doctors can also look at your cholesterol ratio, which is the total cholesterol divided by HDL. The higher the ratio, the greater your risk of heart disease.

What can I do to lower my cholesterol?

Eating more soluble fiber in the form of legumes, whole grainsseedsfruit and vegetables can help bind cholesterol in the digestive tract and remove it from your body. Some foods, like nuts, avocados and fatty fish, also contain polyunsaturated fats, which lower LDL cholesterol in the blood.

Try to limit foods high in saturated fats, trans fats and cholesterol, such as red meat, butter and cheese, and choose plant proteins like soy and minimally processed foods instead.

Though the effects of these dietary choices on cholesterol vary from person to person, they can still “lower your risk of heart attack or stroke or dying within three months” of making diet changes, Dr. Kopecky said.

Exercising a few days a week can further decrease your LDL and triglyceride levels while increasing HDL cholesterol, Dr. Kopecky said. And these lifestyle changes can substantially benefit even those who need cholesterol-lowering drugs.

What about medication?

A doctor may recommend cholesterol-lowering drugs if you have already had a heart attack or stroke or if an ultrasound or angiogram shows significant blockages in your arteries. A provider may also consider medication if your LDL cholesterol is 190 or higher.

For most other people, doctors consider cholesterol levels in combination with age, family history of heart disease, smoking history and other factors before deciding whether to prescribe a drug, Dr. Wilkins said.

The most commonly prescribed cholesterol drugs are statins, which reduce LDL cholesterol. It may take some trial and error to find the right drug and dose, Dr. Wilkins added, and most people need to stay on statins for life. Stopping the medication can cause your cholesterol levels and risk of developing heart disease to go back up.

“No one has zero risk,” he said. “But there’s a lot you can do to mitigate it.”

A version of this article appears in print on Feb. 6, 2024, Section D, Page 7 of the New York edition with the headline: Don’t Be Daunted: Get Cholesterol Levels Checked. Order Reprints | Today’s Paper | Subscribe

 

sábado, 23 de março de 2024

Livros lidos - As causas do atraso Português

Sem dúvida o melhor livro que tenho lido, com datas, fundamentação histórica e bibliográfica, enfim, sem truques. O Marquês de Pombal, o ouro do Brasil, o século das lutas liberais, as décadas de antes do Estado Novo, os anos do pós 25 de Abril, está cá tudo. 



















Desporto - Andebol e a qualificação para os JO de Paris

Começámos por perder com a Noruega por três golos. Ganhámos, de seguida à Tunísia e voltámos a perder com a Hungria. Não há pachorra para que tenhamos sempre, em qualquer modalidade, esta sina de desconcentração associada a um "deixa andar que há tempo". A História não falha, apenas tem acasos, como o do Éder no Europeu de futebol..




Cartoon - Work Chronicles00

 






Reflexão - LBC (Eleições 2024 - O rei vai nu, ou ...para mais tarde recordar...)

A Vitória do Chega ou: ("Os estúpidos votaram")

Um milhão e cem mil de brutos, iletrados, estúpidos e mentecaptos votaram no Chega. 
Enfim, será que será agora? "Pode ser que sêsse" como diria o Pai Garcia.

Pergunta: Porque será que houve esta votação massiva no Chega?

- Será que os votantes do Chega votaram contra a patética modernice do wokismo, contra a estupidez da ideologia de género, do excessos de protagonismo no ambiente, dos activistas da Climáximo, das milhentas greves da CP, das urgências entupidas, da inflação das consequências das alterações climática? Os estúpidos votaram!

- Será que votaram contra o que se passou nestes 8 anos de governos socialistas com o apoio do BE e do PCP?? Contra a incompetência de ministros como o Costa da Educação, o vendedor da saúde Pizarro ou o eminente presidente da AR? Sim, os estúpidos votaram!

- Será que meditaram sobre a forma como o Ricardo Araújo Pereira (e outros "influencers") menorizou o Chega e alguns dos que o defendem? Ou figuras - algumas efectivamente caricatas... -, como aquelas só existem no Chega? Não, concluíram! E os estúpidos votaram!

- Será que os estúpidos prefeririam votar na AD, mas porque as linhas vermelhas que foram traçadas à direita deveriam tê-lo sido à esquerda, impeliram-nos para o Chega? Pois, e os estúpidos votaram!

-Será que os estúpidos viram e ouviram como os me(r)dia trataram a extrema direita nestes tempos e pensaram: se calhar isto não é bem assim? Pois, e votaram!
(Ou... ) Será que os me(r)dia tinham como objectivo isso mesmo, ou seja, chamar os estúpidos - potenciais votantes no Chega -, antecipadamente de estúpidos, para ver se eles mudavam o voto que se antevia?

- Será que os estúpidos têm ouvido e visto o que se passa por essa Europa fora quanto à mudança dos ventos, e resolveram não ligar nem aos me(r)dia nem aos partidos de esquerda?

- Será que os estúpidos ouviram a defesa - explícita -, de determinados valores como a defesa nacional, a NATO, a Europa, o controlo da imigração, a acusação da estupidez da ideologia de género, os avós e pais da Mortágua, etc., etc., e decidiram votar? Pois, os estúpidos fizeram-no.

- Será que os estúpidos recordaram estes oito anos de governos do PS com o apoio da extrema esquerda, lembraram-se das sucessivas demissões (5?, 10?, 15?), do escândalo da decisão do aeroporto, do da tap, do do despedimento por watsup, do dos envelopes no gabinete do primeiro ministro, do do SEF, etc., etc?. 
(Haveria de ser bonito se isto se passasse com o Passos Coelho ou com o Montenegro).

- Será que há "democratas" (intelectuais, entenda-se...) que podem votar na extrema esquerda, mas há "estúpidos" que não podem votar na direita?

- Será que os estúpidos reconheceram no André Ventura um verdadeiro líder, com todos os defeitos que TODOS os políticos têm?

- Será que os estúpidos não entenderam porque é que "os democratas" não deixaram o CHEGA ter direito a vice-presidente na AR nas legislaturas anteriores?

-Será que os estúpidos não perceberam porque é que o PS pode fazer a geringonça sem nada anunciar previamente (por causa da conjuntura), mas que o PSD não pode (por causa da conjuntura)??

-Será que esta esquerda extrema ainda não aprendeu que está fora de tempo?

Mas, a cereja em cima do bolo é, sem dúvida, e para lá da não eleição do Augusto Santos Silva que sempre perorou o partido, a eleição de cinquenta deputados do Chega à assembleia, no ano em que se comemoram os cinquenta anos do 25 de Abril. Ele há coisas do arco da velha! 

Pergunta : Ninguém estranhou as "sucessivas derrotas" de André Ventura nos debates? 
Ninguém achou, sei lá, estranho, que os comentadeiros levassem alguns candidatos à glória, mesmo sendo literalmente trucidados por AV?
Não haverá uma, uma alminha que tenha olhado, reflectido e concluído que, apesar de tudo, o homem "teria dito alguma coisa de jeito"?
Não, concluiu a intelectualidade lusitana. Tudo foi popularucho, para papalvo papar...
Eu sempre achei que ele os ganhou todos, alguns por bem mais do que um ponto de diferença, mas enfim, sou eu - e mais um milhão e cem mil deficientes...-,  a pensar...

Há personalidades caricatas? Há! Há populismo nalgumas propostas? Há! Há vendedores (literal) de banha da cobra? Há! Há uma proposta para um orçamento impossível de cumprir? Há! Mas,...quem os/as não tem?










A Derrota (?) 

Que gal(d)eria!...Claro que houve as excepções como o Manuel Valsassina, o Duarte Cordeiro ou o J L Carneiro. Mas a grande maioria foi marcante. No topo, claro, o eminente João Costa da Educação ou o PNS. O anúncio do aeroporto em Alcochete numa noite, com o desmentido na manhã seguinte, ficará para mim, sempre, sempre, na História!




O debate político que nos tem sido dado, mesmo pelo PSD (...), continua, ininterruptamente, a ser caracterizado pelos valores e pelos intérpretes que temos e que insistem em apelidar-nos de dementes mentais. 

Dos partidos minoritários - que insistem em sobreviver, mesmo décadas depois de já terem desaparecido das civilizações mais desenvolvidas -,  aos novos, conotados com a direita, todos eles primam por nos chamarem aquilo que - verdade seja assumida -, na realidade somos: uma cambada de aculturados.

Debatem as coligações que hipoteticamente farão após o 10 de Março e os aumentos - sempre os aumentos! -, de pensões e do salário mínimo. 

Criticam os outros pela inexistência do desejado anúncio de uma coligação. 

Anunciam os que estiveram nos últimos oito (Oi-to!...) anos no governo, o que desejam fazer mas que não concretizaram, por causa da Troika, de Passos Coelho e, claro - subconscientemente -, de D. João II e de D. Afonso Henriques.

O espectáculo desgraçado com que nos continuam a presentear os nossos políticos (apelidêmo-los assim...) justifica, seguramente, não só o espectáculo do absentismo como o advento de um partido como o "Chega".

Constato ser uma realidade europeia, senão mundial. Uma moda? Ou um sinal dos tempos?