Não sei se será deformação pessoal, degenerescência da idade ou padecimento de iliteracia contemporânea, mas hoje em dia, a revista Ingenium da Ordem dos Engenheiros folheia-se, folheia-se e...folheia-se!
A revista prima pela frivolidade, por um sem número de artigos intelectuáló-ilegíveis "da autoria de colunáveis" dos habituais círculos restritos da fauna técnico-administrativa que continua a ditar as leis, mas sobretudo, pela normalização que hoje em dia impera e mina, na generalidade, a sociedade. Se não, atenhamo-nos ao número 186, do qual anexo algumas fotos e comentários.
Antes de mais, o número inusitado de fotos de eventos de diverso tipo. Será simplesmente para aparecer na foto? Deverá ser, já que ninguém é identificável. É impossível, com aquela dimensão, alguém ser reconhecido. Quem estrutura a revista ou deve ser pateta se o faz por iniciativa própria ou,... cumpre bem a função da "voz do dono".
Ou então, e em última análise, e pela moda do RGPD, só se podem colocar fotos deste "género"...(capito?)
1 - Ora aqui está um tema crítico não só na política nacional como na complexidade das Infra-estruturas nacionais! Fazer um inquérito sobre a igualdade de género.
Nada de mais urgente...
2 - O Bastonário reúne-se com o líder parlamentar do PSD. Sim? E falaram sobre que assunto?
(não devia haver espaço...)
3 - Ouvi um dia falar no Conselho Superior das Obras Públicas. Extingiu-se? Pesquisei e as últimas entradas são de há uns anos...
Daqui a uns anos prevejo a Agremiação dos Engenheiros, Engenheiras e Engenheires...(e partes gagas!)
4 - Temas candentes, pendentes e sobressalentes para o anedotário nacional...
(Mas estará tudo tan-tan?)
5 - Ora aqui está um momento importante em que se discute, com os embaixadores e diplomatas, o Aeroporto, a alteração da bitola ferroviária, o problema da habitação, a problemática energética, a opção nuclear, etc...
( Não há pachorra, nem paciência, nem ânimo, nem nada!...)
6 - No meio da banalização, lá surge um artigo bastante interessante - reconheço -, do eng. Fernando Santo que, em três páginas, faz o diagnóstico do que de mal enferma a construção em Portugal, há anos! Simples, escorreito, mas denso! A salientar, no meio da completa frivolidade da revista.
Ainda que o assunto se arraste...(estranho, muito estranho...)
7 - Processo disciplinar?
Mais um momento pitoresco na publicação. Mas alguém percebe este arrazoado de escrita? E não há ninguém que diga que aquilo não se percebe? Que difícil que continua a ser descalçarmos as tamanquinhas, levantarmos o dedo e dizermos: olhe, não percebi e lamento esta forma de publicamente apresentar um problema com este real interesse. As pessoas tem de interiorizar que têm de contar UMA HISTÓRIA e que se tem de PERCEBER! Claro que isto de histórias aconteceu há muito tempo, quando se tinham outros valores como fundamentais para a formação das pessoas...
8 - Como é costume, o fim da revista premeia-nos com mais um extraordinário artigo de Jorge Buescu. Lê-se e PERCEBE-SE! Para esquecer que se leu o que se leu antes...
Penso que a sociedade que criámos ("Multiculturalista"? "pós-moderna", "neo-progressista" "CRETINOCRATA"?) coloca-nos estes obstáculos para nos pôr à prova. Eu continuo a aguentar. Mas custa, e cada vez mais. Sobretudo constatar que o alvo a que se destina está formatado e cada vez mais embrutecido.
Cá vamos, e agora mais do que nunca, cantando e rindo...
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