quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Moi-Reflexão - A “experiência” e a “pintarolice”

A “experiência” e a “pintarolice”

Na mesma jornada em que o SLB foi goleado nas Antas por 5-0, parece que com grandes exibições do trio de ataque constituído pelo Hulk, Falcão e Varela, o SCP perdeu em Alvalade 2-3 com o Guimarães, depois de ter estado a ganhar por 2-0, e depois de Manniche ter sido expulso por agressão clara, inequívoca, a um jogador do Vitória, enquanto retaliação a uma suposta cotovelada deste (?).

Na ausência de uma sanção disciplinar do árbitro à pretensa falta do jogador vimaranense, o génio (em ambos os sentidos…) e a experiência (num único sentido…) de Manniche, empurrou-o, de uma forma espontânea, para  fazer justiça por mote próprio.

No início da época, o hino generalista que louvou a chegada e a “experiência” de Manniche, foi unânime, excepção feita a alguns ”idosos para cá de Algés”. Eu fui um deles.
A experiência pode ser condição necessária, mas não é suficiente. E foi assim que se matou, não à nascença, mas ainda na infância, o pobre. O pobre, apesar da sua “experiência”, endeusou, endeusou, e quando deu por ele, aterrou (fez aterrar, na verdade…) no último jogo, e da forma que vimos…


A pintarolice é genética, e característica intrínseca dos jogadores de futebol, sejam eles do SCP, do SLB ou do FCP.
Por muito que o SCP queira ser um clube “diferente”, a pintarolice” tem vindo – infelizmente -, também a alastrar, desde o candidato (derrotado) a presidente (abençoado Dr. Bettencourt!), passando pelo actual treinador, pelo actual director desportivo (o Pintarolas Mor) , pelo aspecto (penteados , vestimenta, óculos, enfim…) e atitude de ex e actuais jogadores, e culminando, como se viu, na débacle no último jogo.

Por muito que custe ao Presidente, com “a mudança” que se implementou, instalou-se uma “nova pintarolice” no SCP, ainda que com outra roupagem (esta nos dois sentidos, literal e figurado…).

No futebol português, não há senhores do futebol, por muito que nos custe. Os “nossos” são outras pessoas, mesmo que Figo e Rui Costa constituam, de alguma forma, excepções à regra . Não são Sir Bobby Charlton, nem Franz Beckenbauer, nem Arséne Wenger, nem Cruijf, nem o treinador da Escócia (não sei o nome) que, recentemente, num jogo entre a Escócia e a Argentina, se recusou a apertar a mão ao treinador da Argentina (Maradona), porque este tinha sido “o autor” do golo com a mão, no célebre jogo dos quartos de final do campeonato do Mundo de 1986, entre a Inglaterra e a Argentina, e no qual o treinador escocês era defesa central.

Os nossos futebolistas pintarolas de renome (o que quer que isso seja…) não andam de Seat, como os seus colegas, nas estradas deste país, acelerando e assustando os comuns mortais, mas em contrapartida mantêm os tiques, ou seja, andam mascarados, maquilhados. Simplesmente quando se trata de evidenciar o seu “miolo” (experiência, leia-se), lá vem o discurso papalvista bacoco, ornamentado com um penteado “cretinó-gelístico”, protegido por óculos saídos de um filme de ficção científica, adornado com o trapito lustroso de último grito (da moda e dos símios…), e – last but not the least -, o incontornável chinelito no pé!
Não é a “experiência”, mas a cultura que marca as pessoas.

Se houvesse uma  (verdadeira…)liderança dentro da secção de futebol do SCP, o Manniche nunca tinha tido esta atitude, porque ela resulta, independentemente da falta de formação de base da generalidade dos jogadores,  do facto de ele “ser como é…”, de estar “à solta”, com o muito provável, e mudo, beneplácito do seu amigo Costinha. E agora que já se sente senhor, e já adquiriu estatuto, já pode tomar atitudes destas, experientes, entenda-se….

Caso tivesse ganho este jogo, o SCP teria ganho um balão de oxigénio para mais uns tempos, de forma a mascarar o desastrado e pobrezito início de época (que todos os clubes de uma forma ou outra têm), e, muito provavelmente, adiar os sucessivos  tralhos que, têm ocorrido, e que, tudo o indica, continuarão a ocorrer.

Manniche prestou, apesar de tudo, na minha modesta perspectiva, e apesar do que escrevi,  um valoroso contributo ao SCP, pondo (ainda mais) a descoberto, a surda balbúrdia que existe,  promovendo a antecipação da resolução de um conjunto de, chamemos-lhes “crises” que, na realidade, e por muito que se queira ocultar,  existem na equipa de futebol do SCP.

Vai ser um fim de ano bonito, vai…

Música -

Música - This is where we live

Música - Sigur Ros Hoppipolla