domingo, 31 de agosto de 2014

Séries-The Good Wife s05



Reflexão-F.José Viegas

O real, uma hipótese.

por FJV, em 18.08.14
Na fila do supermercado, mesmo à minha frente, a adolescente bronzeada protesta porque a mãe comprou uvas com grainha (“sementes”, diz ela). Percebo a sua angústia imbecil; há anos, uma rapariga da televisão também anunciou ao mundo que comia uvas e cerejas depois de a empregada da família lhes tirar grainhas e caroços (era “um mimo”). Há coisas que têm os dias contados. Um dia destes, noutro supermercado, uma jovem casadoira admirava-se porque os espinafres “tinham raízes” e não eram as folhas verdes e assépticas que retirava de uma sacola de plástico; a ASAE, em próxima oportunidade, virá em seu socorro – toda a gente sabe que os espinafres nascem no ar e que as pevides da melancia são colocadas lá por patifes sem noção e com perversões sádicas (que não leram a diretiva europeia que institui “uma nova era para os pepinos curvos e as cenouras nodosas”). Há qualquer coisa aqui que não bate certo. A incompatibilidade com o real é uma hipótese, mas a ideia de que o mundo foi criado em laboratório também me inquieta

Reflexão-F.José Viegas

Histeria alimentar

por FJV, em 12.08.14
A mais recente descoberta da histeria alimentar tem a ver com a frutose. Está nas primeiras páginas. De cada vez que almoço com pessoas com menos de cinquenta anos, é vulgar ser alertado para os «venenos» do meu prato; a frutose é a última loucura. Parece que o açúcar da fruta é terrível. Às vezes sou olhado de lado porque uso açúcar no café (não conheço nenhum país produtor de café que o beba sem açúcar) e assisto a conversas sobre os flocos de aveia, como se alguém no seu perfeito juízo os comesse salvo por razões de saúde (aquilo sabe mal, ponto). Não consigo uma refeição sem que apareça uma alma a contar as calorias ou a murmurar «ui, veneno...» ao verificar que molho o pão no azeite, como os meus antepassados. Se acrescentarmos a isso a abundância de 'chefs' em vez dos cozinheiros de antanho, mais a ideia de comer uma bolacha de farelo de duas em duas horas, eis um mundo estupidificado pela comida.

sábado, 30 de agosto de 2014

Argélia-sumos e iogurtes


Sumos e iogurtes

Argélia-Bab Azzouar

 No supermercado do Bab-Azzouar. Especiarias e fígados de ferro


Reflexão-Nuno Saraiva no DN


E viva a incompetência

Portugal é um lugar estranho, onde, ao contrário de outros poisos, a incompetência é apreciada e, até, premiada.
Esta semana, por exemplo, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol chamou a imprensa para fazer um balanço, tardio, da miserável participação da seleção no Campeonato do Mundo. Disse Fernando Gomes que, apesar de terem sido dadas todas as condições, "não fomos capazes, no Brasil, de cumprir o objetivo mínimo exigível". E acrescentou: "Não fomos competentes." Vai daí, e perante a repetida confissão de responsabilidade única, honra lhe seja feita, assumida pelo selecionador nacional, o que é que se faz? Despedem-se os médicos e reforça-se o papel e o poder de Paulo Bento.
O exemplo futeboleiro serve de pretexto para um pequeno escrutínio da nossa memória coletiva. Na verdade, ninguém se lembra de a história registar o despedimento de um qualquer titular de cargo público ou político por incompetência ou má figura.
Senão, vejamos: o atual Governo, manifestamente incompetente no controlo das contas públicas - como se comprova com as derrapagens no défice e com a apresentação de oito Orçamentos Retificativos em três anos -, ainda merece a confiança de 30% do eleitorado que vota - foi assim nas últimas eleições europeias -, e quem veja as sondagens não pode excluir uma vitória da coligação PSD-CDS em 2015.
Por seu lado, a oposição, que claramente tem sido incompetente, ainda consegue ganhar eleições, ainda que de forma pífia, apesar da devastação que a austeridade colossal tem provocado no País.

Saiamos agora do presente e recuemos no tempo.
Durão Barroso, cujo Governo incompetente até registou, a meio do mandato, uma censura violenta nas urnas que levou à "fuga" do ex-primeiro-ministro, acabou promovido a presidente da Comissão Europeia - lugar que ocupa até outubro - e, quem sabe, chegará um dia a secretário-geral da ONU, para gáudio do orgulho nacional.
António Guterres, cuja passagem por São Bento não fica certamente na história pela competência e capacidade de tomar decisões, é agora o nome dileto de uma parte da esquerda - mas também de uma certa direita - para ocupar a vaga que Cavaco Silva há de deixar em Belém, lá para janeiro de 2016.
E, no que a lugares de governação diz respeito, também não foi por incompetência que Pedro Santana Lopes, cujo mandato como primeiro--ministro durou apenas um semestre, acabou por cair. Isto apesar da trapalhada que foi a formação do Governo ou os erros clamorosos cometidos numa abertura de ano letivo, atrasando o regresso às aulas.
Na regulação bancária também não faltam exemplos de promoção da incompetência. Vítor Constâncio ficará para sempre associado - pela inépcia, para dizer o mínimo - ao BPN, o maior escândalo financeiro, até agora, da história portuguesa. Objetiva e factualmente, a incompetente supervisão do então governador do Banco de Portugal, que não detetou em tempo útil as ilegalidades cometidas no BPN, mereceu ser premiada com uma "promoção" a vice-presidente do Banco Central Europeu.

E até D. Sebastião, que se mostrou incompetente na batalha de Alcácer Quibir contra os muçulmanos, ficou na história como "o desejado", inspirando o mito sebastianista de salvação da pátria. Logo ele que, pela morte, espoletou a crise dinástica que haveria de nos empurrar para os braços dos Filipes espanhóis, conduzindo-nos à perda da independência nacional.

O que os factos demonstram é que, definitivamente, estamos condenados - por culpa própria - a viver num país que, perante todas as evidências, encolhe os ombros, se conforma na cultura do "tivemos azar, pá!" e é condescendente com a incompetência. Como disse Salgueiro Maia às suas tropas, na madrugada de 25 de abril de 1974, "há diversas modalidades de Estado: os Estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos". E o estado a que isto chegou é o de "viva a incompetência".

Livro-Amin Maalouf


Primeiro livro que leio dele, em francês, e na Argélia. Apresenta um ponto de vista equilibrado,

sobre o desejo que ele tem para um novo mundo. e não evita críticas tanto aos USA, como aos estados Árabes

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Desporto-Judô (Telma Monteiro)

 

Mais um segundo lugar da Telma Monteiro em mais um campeonato do Mundo, por oposição a não sei que lugar da selecção nacional de futebol em mais um campeonato do Mundo.

E cá vamos, cantando e rindo!

 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ralph Waldo Emerson

"Nothing can bring you peace but the triumph of principles.”
Ralph Waldo Emerson

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ténis-Federer

Torneio de ténis de Cincinnatti, entre Ferrer e Federer. Aos 33 anos, ainda faz umas flores.
Grande jogo, ao vivo na Argélia. A ver se apanho ainda o andebol...

Futebol-Académica-Sporting na Argélia

Primeira jornada do Campeonato Nacional da 1ª divisão deste ano. Académica-Sporting em directo. ao vivo na Argélia. Para começo, foi...o costume. Duas equipas que mais pareciam de outro escalão divisionário.
Mas a sensação de estar a ver o jogo, aqui, é interessante.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Argélia-Pastelaria/Padaria


Uma pastelaria "ocidentalizada" no aspecto. Quanto ao resto ainda falta! Na encomenda, a demora no atendimento apenas com uma pessoa à frente, depois na entrega, e como foi o chauffeur a ir buscar, em vez de 20 unidades, apenas 18..Não há remédio! Têm sempre de se "enganar"...

Séries-Justified s03

 Ou como se recorda e faz reviver os filmes de cowboys, com os bons e os maus, cinquenta anos depois. Ah, que saudade do "Mascarilha" (ainda visto na casa do avô Luiz) do "Bonanza", do "A man called Shanandoah", do "High Chaparral". Sim, esta série do "Justified" ajuda a reviver esses tempos, com as óbvias e necessárias adaptações à era moderna. Mas a sensação de constante  identificação com o Marshal Raylan Givens, e com o seu inseparável chapéu, é constante.

Argélia-fax ONA


Para a posteridade; ou como se chega aqui, ilegal, sem apoio, e sem saber falar francês...

Argélia-Ambiente

De regresso a Blida, na nova (velhíssima) carrinha 4x4 que a Sateig disponiblizou, depois de eu a ter pedido cerca de três meses antes, e perto do super aterro onde vai ser construído um parque (??), uma nuvem de poeira resultante da movimentação dos camions inundava a estrada por onde circulávamos.
Enfim, a defesa do ambiente no seu melhor!
Pouco mais à frente parámos já que a carrinha aqueceu, presume-se que por falta de água...Tinha, de acordo com o responsável pelo parque de viaturas, Khaled, saído da garagem onde tinha feito a revisão...
Nas fotos o motorista Mustapha e o engenheiro hidráulico Mohammed Hamrat


Séries-The Good Wife s04



quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Maria

Maria buscadora, ou os primeiros e grandes indícios do espírito científico que ela transporta :)

sábado, 9 de agosto de 2014

Filme-Loch Ness


A Escócia, uma história calminha sobre a lenda do monstro, e o dilema da descoberta na Ciência. E um Ian Holm imbatível!

sábado, 2 de agosto de 2014

Reflexão-Maria Fátima Bonifácio

 

O nosso governo não dispõe desta vantagem, como se tem visto, enleado como vive por constrangimentos constitucionais e desapoiado por um semi-presidencialismo que paralisa o Presidente da República. Reformar Portugal torna-se assim mais difícil, pelo imobilismo sistemático da extrema-esquerda e de parte do PS, para quem toda e qualquer reforma de consequência constitui um atentado aos sacrossantos "direitos adquiridos", mesmo quando a mais elementar aritmética comprova que são incomportáveis.

Portugal vive refém de uma partidocracia caracterizada pela incapacidade de compromisso dos partidos à Esquerda. O mundo laboral, entregue ao Partido Comunista, tornou-se intocável ao abrigo de uma Constituição obsoleta. O PS, por medo ou convicção, não se atreve a tocar na arca sagrada dos direitos dos trabalhadores. Só os "neo-liberais", indiferentes à pobreza e ao desemprego, defendem reformas sócio-económicas susceptíveis de irem apetrechando o País para uma competição global bem sucedida, que é o único meio de a prazo minorar o desemprego e tornar Portugal mais próspero.

Ilude-se quem acredita que a nossa salvação está na restauração da estrutura económica assente numa miríade de micro-empresas familiares, como acontecia antes da crise e de boa parte delas terem sido irradiadas. Este mundo, que António Costa quer em larga medida reanimar (ver entrevista ao Público de 20/7), não é do Mundo de hoje. Mas, é claro, um semelhante diagnóstico só podia proceder de um "neo-liberal" tipicamente desalmado e unicamente movido pela ambição de empobrecer o País e ajudar os ricos a prosperar. Deste absurdo se acusa Passos Coelho , o ideólogo do "neo-liberalismo" doméstico que teve a ousadia de querer preparar Portugal para enfrentar o mundo contemporâneo. Infelizmente, a rigidez das instituições e a força do corporativismo deitaram largamente a perder este desígnio meritório.

Se a agenda apodada de "neo-liberal" pudesse ser levada por diante, Portugal entraria mais rapidamente no séc. XXI. Como sempre, estamos atrasados, aferrados a paradigmas que já eram velhos há trinta anos, e ingenuamente apostados em que a Europa, e até o Mundo, nos ajudarão a conservá-los.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014