sábado, 31 de dezembro de 2016

Filmes - The Field

 Espectacular filme de 1990, com Richard Harris e John Hurt, visto no meu novo Macbook Pro recém chegado da Suíça, e "downloadado" quando ainda estava no activo :)
O filme tem uma preocupante actualidade: os novos tempos que não olham a meios para atingir os fins, o lucro pelo lucro, o desrespeito pelos valores humanos numa Irlanda rural e pobre do início do séc. XX, onde a igreja ainda tem um poder invejável.

Música - Sting (em japonês)


domingo, 25 de dezembro de 2016

Reflexão - Francisco José Viegas

Empoderamento, aitem e genderificar.

por FJV, em 09.12.16

Em português, gentrificação é a palavra usada para significar gentrification, do inglês (gentry), que vem do francês arcaico (genterise) – significa a ocupação do centro das cidades por gente mais ou menos rica. O seu uso pode irritar-nos; é um pouco como se escrevêssemos roque em vez de rock. Na rádio, sobretudo, ouvem-se coisas desta novilíngua – mas admito que nos gabinetes da burocracia há ainda mais abundância de expressões, que convinha registar. Outro dia ouvi dizer que era preciso fazer um debate sobre a genderificação (do inglês gender, género), uma vez que há cargos que estão muito genderificados. Semanas antes escutei uma senhora exigir mais empoderamento (empowerment) para as mulheres e que ela própria tinha contribuído para empoderar mulheres num país de que já não me recordo da América Latina, e o presidente da Câmara de Valongo publicou um livro sobre política onde insiste na necessidade de empoderar os cidadãos do concelho. Depois, há os cidadãos e as cidadãs que dizem aitem em vez de item (um advérbio latino, igualmente) e que já evito corrigir, embora apeteça chicoteá-los. Pessoas que falam mal o português decidiram falar em portinglês. Mas pensam mal em ambas as línguas.

Reflexão - Francisco José Viegas

Os inteligentes tomaram conta de Lisboa; basicamente, isso significa que estamos lixados. Veja-se isto: trabalho numa zona tranquila de Sta. Cruz de Benfica, um bairro que nunca teve problemas de trânsito.
Em trinta anos recordo-me de três ‘toques’ entre automóveis; nenhum atropelamento; há gente que pedala pelas ruas e que passeia os canídeos; vejo peões a praticar jogging livremente; há empresas por ali, como aquela em que trabalho – têm lugares de estacionamento; restaurantes de bairro fazem o seu negócio; moradores vivem em silêncio, entre plátanos, acácias, araucárias e (é certo) canteiros que estão por tratar.
Entretanto, os lunáticos das obras – uma divisão camarária que ataca de surpresa, mandatada por inteligentes que desenham a cidade a régua e transferidor (por causa das curvas) – chegaram a este lugar tranquilo e vão instalar uma rotunda, alargar os passeios e torná-los irregulares de modo a diminuir drasticamente a faixa de trânsito (por onde circulam atualmente três linhas de autocarro), criar espaços de estacionamento para prejudicar os moradores, instaurar sentidos proibidos, reduzir o espaço para quem corre e passeia, multiplicar o fluxo de trânsito em ruas antes tranquilas e arborizadas (onde, imagine-se, ainda há duas semanas passeavam patos e pavões da Mata de Benfica, nossa vizinha), inviabilizando também o acesso à avenida mais próxima, e dificultando a vida a condutores e transeuntes. 
Aguarda-se – claro – a chegada da Emel e dos psiquiatras. Ou da polícia. Depressa.

Act.: Sim, já chegou a polícia, que toma nota – diligentemente – das matrículas dos carros que não se habituaram às novas regras de trânsito que de um momento para o outro alteram os hábitos de trinta anos de paz.

Leituras

Courier Internacional dez2016
e "On bullshit", um mini livro denso, sobre a "cultura" dos dias de hoje.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Coro da OE - 80º aniversário

No youtube na comemoração do 80º aniversário da Ordem dos Engenheiros







https://youtu.be/lpeACXwMx8M

Jantares Turma IST



Jantar da turma do IST na Adega das Gravatas em Carnide em 15.12.2016. Monteiro, Jacinto, Jorge Matos, Fernando Pereira, Freitas, Hilário Cunha, Luis Mata Cristina Lajinha, António Pratas e João Cruz



VetVals - 29 Novembro 2016


 Fotos tiradas pelo Paulo Azevedo. Luis Costa, Carlos Amorim, Zé Azevedo, Jorge Infante, Jorge Orestes, Rui Cardal, Manuel Oliveira, eu, Alfredo Duarte, Mário Guerra, Manuel Piedade



Jantares Gil 2


Jantar NVLGV no Pardieiro em 19.dez.2016 com Zé Eduardo, Armando Lopes, Eu, Luis Pedrosa, Jorge Infante, Maurício Vale, Mário Carvalho, Rui Cardal e Paulo Azevedo.






Jantares Escola Alemã Dez2016


Jantar 14dez2016 da Escola Alemã no cinema Império. Carlos Medeiros, João Leite, Miguel, Carlos, Zé Rato, ??, Manuel Ribeiro, Pedro Gomes, Vasco Costa, Feijó, Zé Magro, Eu e Zé Borges (João Tatá tirou foto)

Almoços - Gil 1

Almoço em 15.dez2016.  na cervejaria Baleal na Baixa, com José Augusto, Infante, Jorge Coelho e Armando

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Reflexão - vários

Os episódios da banca, os disparates do Banif, do BPN, do BES e da CGD que levaram a créditos malparados e que exigem agora verbas astronómicas de capitalização e de cobertura de prejuízos, os empréstimos de favor a amigos para influenciar o sistema bancário e tantas decisões pouco fundamentadas deveriam ter assinatura, algures, deveriam ter identidade e responsabilidade anexas ao processo. Mas não, a responsabilidade fica no "sistema", esta que é a entidade mais famigerada da vida nacional, responsável pelas avarias da electricidade, as facturas erradas dos telefones, os exageros na conta do gás, os atrasos nos centros de saúde e a desordem na educação. É o "sistema".

António Barreto DN dez2016

Acto II

Finalmente temos uma versão à escala nacional do filme de Abraham Zapruder. O original, de 1963, mostrava o homicídio de um Presidente a sério. A nossa fita, realizada há dias por autor anónimo, mostra a zaragata de dois presidentes a brincar, um par de dirigentes desportivos que trocaram insultos, empurrões e cuspidelas nos corredores de um estádio. Parece fascinante, não parece? E não é. No entanto, a suprema insignificância do episódio não impediu todos os canais indígenas de passarem as imagens em modo contínuo durante horas e horas de emissão. Como as imagens são mudas, em cada canal o espectador beneficiou da ajuda interpretativa de analistas especializados, só por acaso a mesma rapaziada que regularmente aparece a "analisar" penáltis, transições ofensivas e entradas a pés juntos. Os comentários incluíram momentos de elevada densidade técnica, do género: "Homessa, nota-se perfeitamente que X está a sair da casa de banho!"; "Não diga asneiras, o que é evidente é que Y leva os braços no ar!"; "Aquilo não é cuspo, pá, é vapor do cigarro electrónico..."; "Eu percebo que você esteja nervoso."; etc. Desde segunda -feira até ao fecho desta crónica que isto se prolonga sem parança: pessoas aparentemente adultas a "debater" um assunto que não existe, com protagonistas que não existem e sob uma normalidade que não devia existir. Já sabemos que, na medida em que elegeram o sr. Trump, os americanos são ignorantes. Falta-me a palavra para definir os portugueses.

O BOM

Memórias secundárias
O primeiro concerto que vi foi o de Leonard Cohen no Dramático de Cascais, em 1985. Tinha 15 anos, cheguei sozinho e entrei acompanhado por um casal de hippies tardios. Eles eram simpatizantes, e eu devoto. Excitado e chato, massacrei-os com o "contexto" de cada canção. Em troca, ou para me calar, partilharam comigo a merenda. Foram amigos de uma noite. Não voltei a saber deles e raramente os lembrei. Talvez me relembrem agora. Ou não, tanto faz. E é isto. Sobre Cohen, muitos esgotaram os louvores. Guardarei os meus.
Alberto Gonçalves 25.11.2016

 

ntigamente, obter uma licenciatura dava um trabalhão. O estudante estava obrigado a realizar testes de inglês técnico, que depois enviava ao professor por fax ao domingo. Ou arranjava maneira de a direcção de um rancho folclórico lhe conceder "equivalências" numa série de cadeiras. Em suma, o estudante cumpria regras e esforçava-se. Hoje, o processo começa a simplificar-se: o licenciado é aquele que inclui esse facto no seu currículo, mesmo que o facto seja falso e a passagem pela universidade se resuma a uma ida apressada à casa de banho.
Alberto Gonçalves 10.11.2016

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Séries na TV

 No Discovery Channel, "Incredible Engineering Blunders", "Impossible Engineering" e "Strip the city". No canal 2 "Os homens da Fé"