quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Reflexão-Alberto gonçalves (Luisão e o SLB)

http://www.sabado.pt/Opiniao/Alberto-Goncalves/Papoilas-saltitantes.aspx


Finalmente alguém repõe a verdade dos factos; Luisão foi inopinada e barbaramente "apeitado" por um teutão...

Sociedade-Chernobyl

Eis um três em 1: um video de animação com uma visualização interessante sobre o modus operandi, um assunto do nosso tempo que deverá constantemente ser recordado, e uma obra de engenharia de grande dimensão.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Moi-Reflexão : ainda os Jogos Olímpicos Londres 2012







1-O Oscar Pastorius foi autorizado a correr nos Olímpicos, utilizando "novo equipamento".

Não concordo com isto. Pelo facto de ele ser "para-olímpico", a malta envergonha-se e deixa-o correr com os "olímpicos"? E se ele ganha? E se isto" pega"? Os outros olímpicos não se queixarão? E porque é que não se queixarão?...

Qual vai ser a fronteira do equipamento que é passível de ser utilizado? Ou pretende-se que não haja?...

Então para que existem os Jogos Para-olímpicos?










2-Michael Phelps

Sem dúvida um fenómeno. Mas também com um corpo que se verificará, dentro de alguns anos, ser o ideal para a prática da modalidade ("barbatanas," perdão, pés incluídos).
Depois de ter interrompido durante dois anos, após os Jogos de Pequim, e ter voltado, é obra!

E a propósito das disciplinas de "tempo", como a natação e o atletismo, qual o futuro dos tempos e dos resultados, sempre a evoluir?
Teremos cada vez menos competição "visível", já que tudo passará a ser destrinçado pelo computador. A olho nu, veremos 8 atletas a chegarem juntos à meta, ou 8 a tocarem a linha de chegada.

Enfim, é o espectáculo que "a carneirada" quer, não é?

PS-Eu vi o Eusébio jogar, o Carlos Lopes a ganhar a Maratona...mas tambem vi o Phelps nadar, além de ter acompanhado o primeiro homem na lua...;)




3-As naturalizações no atletismo (por enquanto, e com esta expressão, apenas nesta modalidade...)

É um must; o "espectáculo" - palavra que hoje em dia serve para justificar e desculpabilizar tudo o que à gravita à margem do verdadeiro, sério e são desporto  -, e a ganância de protagonismo internacional que lhe está adjacente, e que traz melhores resultados, assim o exige.
Por absurdo, situação a que reduzo habitualmente para melhor se entender, qualquer dia teremos a França com 200 atletas, 20 dos quais franceses, e os outros oriúndos de ex-colónias, ex-protectorados e de outros países. Quem diz a França...

Tudo pelo..."espectáculo".



4-a desigualdade de critérios nas arbitragens, no voleibol no toque por cima, e no andebol na questão disciplinar.
Será que ninguém vê isto?? Ou não querem ver? Depois admirem-se se a vulgarização das modalidades trouxer a sua derrocada...







5-Os jogos olímpicos e o circo

Os jogos olímpicos podem ser considerados os novos circos?

Nalgumas disciplinas olímpicas, como a natação sincronizada, os saltos para a água, a ginástica desportiva ("artística", novo nome artístico) , a "dréssage", é visível o carácter circense de que elas se revestem.

Abstraindo-me do facto de os palhaços também já terem sido substituídos pelos "standup comedy", os números com animais estarem em extinção pelos direitos dos animais estarem na berra (na "dréssage" não há problemas com os animais...), os ilusionistas já se terem independentizado, os "homem forte" já estarem fora do circuito há muito tempo, o que é facto é que o circo está em extinção.
Dali, o que resta, são as acrobacias, agora tornadas disciplinas olímpicas como a ginástica rítmica, alguma da ginástica artística, a natação sincronizada, os saltos para a água, o aspecto erótico das acompanhantes agora protagonizado pelas jogadoras do voleibol de praia, etc.
Aguardam-se por novas e excitantes disciplinas espectaculásticas, tais como futebol de praia, futsal, etc...



5-15 dias é muito pouco tempo para os JO. Mas pronto, é a recessão... 



6-Os tempos pedidos e os microfones a serem metidos para quê??? Muito, mas mesmo muito poucos percebem a língua, e destes, quais os que se interessam por aquela modalidade em particular??
Mas o que mais me espanta, é não haver um caramelo que "distraidamente", dá um soco ou uma pisadela monumental no transportador do microfone!



7-Ninguem ainda notou na óbvia supremacia dos guarda redes de andebol relativamente aos jogadores??



FINAL-A aculturação, a Ganância sem limite e o crime, continuam a compensar.


Moi-Reflexão : O véu e os Jogos Olímpicos Londres 2012


Os atletas árabes e a polémica (??) da utilização de equipamento (não conforme?) como é o caso do véu nas competições.
 

Nos Jogos Olímpicos (JO) de Londres de 2012, uma das primeiras polémicas surgidas, foi a que opôs a Federação Internacional de Judo à delegação da Arábia Saudita. Isto, a propósito de uma das atletas daquele país pretender usar o véu a apanhar o cabelo durante as competições, conforme costume do país.

Proíbiu-a, numa primeira fase, aquela Federação. Ou não usava véu e competia, ou não competia. Sei que depois houve um " entendimento" entre as partes.

Não sei como acabou. Mas hoje em dia, e depois de tudo aquilo a que assisto à minha volta, com perplexidade assumida e contida, poucas coisas me admiram; no entanto, algo que me incomoda de sobremaneira, são os medos hipocritó-políticos de ferir susceptibilidades no panorama diplomático internacional; estes sobrepõem-se a tudo.

Pena que aquelas almas que negoceiam tudo, não se revoltem quando naqueles países se apedrejam mulheres até à morte, ou quando as obrigam a andar de burka, ou quando as excisam, ou quando não as deixam exercer os mais elementares direitos. Isto para não falar naquelas escolas onde são, desde crianças, educados contra o espírito ocidental. Isto tudo sob o manto da religiosidade...

Se isto nao me entristecesse de imediato, arrancar-me-ia um amargo sorriso!

Mas voltando ao judo, e para lá do "jeito" que dá fazer judo com lenço (..penso que os fios e quejandos estão proibidos!), são objectivas, e entendem-se, as questões que se prendem com a segurança, e que foram de imediato avançadas pela tutela, para justificar o impedimento da participação da atleta.

Mas no meu entender, incorrecta e indevidamente. Claro que por detrás está a questão diplomática.

Mas o que realmente há, é um medo latente.

Medo de assumir a razão principal; e essa qual é?

Pura e simplesmente " uma questão de princípio", algo que vai rareando nos tempos que correm, em todos os vectores da nossa sociedade, mas, como já referi, com os receios hipócritas de ferir susceptibilidades.

Cada vez mais, tem-se medo de invocar "o princípio": o velho, bem sonante e rotundo "NÃO"!

Quando os ocidentais se deslocam a países árabes, sabem de antemão, quais as regras pelas quais se têm de reger. Aceito este facto, e não o contesto, apesar de não concordar com ele. A regra é esta!

Álcool?; religião?; formas de vestir?; direitos das mulheres?; Sabemos todos ao que vamos, aceitamos as regras, e cumprimo-las, mesmo que, hipócrita e muitas vezes descaradamente, os locais sejam os primeiros a prevaricar.

Porque carga alternadíssima de água é que temos de cumprir as regras deles, do lado "civilizacional"?

Querem usar véu em competição? Compitam entre eles, e nos femininos, todas de burka se quiserem, ao fim de um dia do Ramadão, e fazendo a interrupção para a oração do costume. Não há qualquer problema.

Porque é que a comunidade internacional, a grandessíssima maioria (!!!), há-de alterar o seu referencial,  e o bom senso que resultou deste amadurecimento de há séculos "do lado de cá", para ir ao encontro de meia dúzia de basbaques que ainda estão na idade média no que respeita aos mais elementares direitos civilizacionais?

Não bastava termos de nos revoltar com as injustiças que, a toda a hora, ouvimos serem praticadas na Síria, no Irão, no Iémen, no Sudão, ainda temos de andar com paninhos quentes, com medo de ofender os ditos?

Tempos difíceis, muito difíceis!





quinta-feira, 9 de agosto de 2012

José Hermano Saraiva


Vi a luta de classes no José Hermano Saraiva
(Pedro Tadeu 24.07.2012 no DN)

A primeira vez que percebi a brutalidade do exercício do poder político tinha uns sete ou oito anos de idade. José Hermano Saraiva explicava, no programa O Tempo e a Alma, que D. Afonso Henriques mandou casar a filha de 15 anos, a infanta D. Urraca, com D. Fernando II, de Leão. "Era ainda uma criança, coitadinha!", sublinhava, com ar teatral, para nos emocionar com o drama da menina. E eu emocionei-me.

A primeira vez que percebi a existência das classes sociais, os interesses distintos que as perseguem, a divisão que as separa, a contradição e a luta entre elas, permanente, foi, no mesmo programa, num outro episódio, dedicado aos Painéis de São Vicente de Fora.

Neles, como todos sabem, vemos 59 figuras: da nobreza, do clero, da burguesia e do povo do século XV. Neles desenvolve-se, ainda hoje, um mistério interpretativo em cada uma daquelas caras.

Para José Hermano Saraiva, o significado profundo daquele quadro, o significado perene da sua própria intervenção televisiva, era este: a grandeza e honradez do povo português, "da gente humilde" que com o seu esforço, engenho e coragem garantiu o seu sustento e sobrevivência, mas também a independência e a liberdade de Portugal. Um povo vencedor, apesar das traições e dos desvarios que sempre atravessaram os comportamentos das classes dominantes. Estas, no entanto, deram-nos indivíduos de enorme estatura que, em inúmeras ocasiões, sobrepuseram-se à mediocridade dos seus pares e mudaram o curso da História.

Era uma narrativa de heróis, de vilões, de indivíduos. Era também a história de uma identidade coletiva: a do povo português, a "Alma", a Nação, que ele intelectualizava com compromisso ideológico.

O ministro do Estado Novo, que teve a polícia de choque na universidade a reprimir a crise académica de 1969, terminaria essa sua primeira série de programas, onde dizia bastante mal dos poderosos, para ser embaixador no Brasil. "Chutado para cima", dir-se-ia hoje.

A revolução do 25 de Abril aceitou-o de volta à TV, mais depressa do que o seu passado político faria supor. A historiografia dos anos 80 e 90, onde era proibido existirem heróis ou vilões, tentou liquidar a credibilidade científica deste homem, mas, provocando enorme ciumeira, a sua popularidade cresceu.

Para muitos portugueses, mesmo aqueles que, como eu, estavam na barricada política oposta à de José Hermano Saraiva - talvez mesmo, se as circunstâncias o exigissem, dispostos a travar uma guerra fratricida, mas patriótica, como nos tempos imemoriais que ele narrava -, a notícia da sua morte é a notícia do fim de um bom pedaço da nossa história pessoal. É uma notícia triste.