segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Reflexao-notícias escolhidas a 27jan

27.01.2104

Três notícias escolhidas para o meu aniversário de algumas que li. Duas que previ, e outra que não previ. A primeira é relativa às praxes. Basicamente, o que se previa, ou antes, o que eu previ, mais tarde ou mais cedo. Agora, que parece ter sido descoberto algum efeito colateral negativo extremado (chame-se-lhe assim...) das praxes, tudo reflecte sobre elas. E porque não reflectiram antes? Esta incapacidade que temos de NÃO ver para a frente!?

A segunda, a de outra morte anunciada, a par de muitas outras; o fecho de uma fábrica, mas esta com quinhentos anos. Que diabo, será que não conseguiremos manter alguma coisinha do antigamente?

A terceira não previ, confesso. O prolongamento do contrato de um senhor (outro como Sir Alex Ferguson, ou Sir Stanley Matthews) do futebol, chamado Arséne Wenger. Parece que se vai manter no Arsenal depois de uma dúzia de anos. Gente decente, tanto a que contrata quem trabalha, como a que trabalha.

Por cá as notícias eram tantas, tantas, tantas que - confesso -, optei por escolher estas...

Reflexão-no The Guardian

 

Arsène Wenger set to stay at Arsenal after club seal £150m Puma kit deal

• Manager 'will be extending contract in summer'
• Puma deal is biggest in English football history

Reflexão-Leonídio Ferreira no DN

 

O Le Monde diz que é a mais velha fábrica de França. Os historiadores hesitam se a fundação foi em 1478 ou 1510. E no edifício uma placa reivindica o ano de 1452. Certo é que a antiguidade de nada parece servir agora à papeleira de Docelles, pois na sexta-feira fechou portas. São 161 trabalhadores no desemprego e uma cidadezinha do Leste francês em estado de choque.

A indignação é geral em Docelles. Os donos são os finlandeses da UPM, um dos gigantes da indústria do papel. Proprietária há décadas, a firma nórdica decidiu encerrar o local porque as suas fábricas mundo fora apresentam excesso de capacidade. É fácil apontar o dedo a esses estrangeiros que se instalam, ganham dinheiro e dizem adeus quando surgem dificuldades.

E, contudo, a UPM esforçou-se por encontrar um comprador. Durante um ano ouviu propostas. Até um cliente fez uma oferta: os finlandeses deixavam 18 milhões de euros em caixa, o novo dono assumia a gestão e a atividade era redirecionada para produtos de maior valor acrescentado que o papel para impressora ou os envelopes, vítimas do e-mail. A resposta foi não, apesar de a UPM poupar em relação às indemnizações (generosas, diz toda a gente).

Será difícil por estes dias encontrar admiradores da globalização nesta cidade dos Vosges. Haverá quem se lembre da máxima de que o capital não tem pátria. É verdade, se bem que as leituras possam ser várias. A mesma UPM que fechou agora a papeleira em França também já fez o mesmo a instalações na Finlândia, até porque tem fábricas do Uruguai à Austrália. Uma multinacional olha para os interesses dos acionistas, não para o passaporte dos trabalhadores.

As cartas de despedimento começam a chegar hoje. E adivinham-se tanto lágrimas como gritos de revolta. Os trabalhadores, porém, não desistiram ainda. Afinal se a sua fábrica sobreviveu às guerras de religião, à Revolução Francesa e a dois conflitos mundiais, por que não pensar que outro futuro é possível. Ideia? Uma cooperativa que possa absorver parte dos funcionários.

Voltemos à globalização. Não falemos demasiado mal dela. Pode vir a dar nova oportunidade à papeleira de Docelles. Tal como os finlandeses chegaram em 1978 e asseguraram trabalho até agora, adivinha-se a vinda de um empresário indonésio. O grupo Paper Excellence comprou nos últimos anos duas fábricas de celulose em França e ameaça não parar por aqui. E há meses, outra papeleira francesa foi resgatada por um tailandês.

Máquinas modernas, trabalhadores especializados, possibilidade de produzir topo de gama. E tradição. A papeleira de Docelles, uma resistente, ainda não se dá por vencida. É um bom exemplo para a indústria europeia. Veremos como acaba esta história.

Reflexão-Ferreira Fernandes in DN

 

O País a nu, como no Meco

Por Ferreira Fernandes

Amanhã, os jovens corvos voltarão às ruas. Não se escondem, o fato é comum para todos, preto e sobre ele uma capa pesada, faça sol ou frio. Aqueles fato e capa não escondem, expõem a aceitação da mais bizarra das afirmações: somos manada. Num jovem não seria de esperar rebeldia e inquietude? Ora, ora, talvez agora o padrão seja outro, ser rancho, ser grupo. E de grupo sem mérito nem voo. Ali, naquele país inculto e pobre, anunciar pelo fato e pela batina uma conquista, mesmo patética, já é conquista: olhem, sou estudante universitário! Fica com a taça, jovem corvo. Nunca saberás que o mérito seria teres participado em debates e ganho, ou perdido, mas participado; seria teres gozado o prazer de aprender, de duvidar, de perseguires, mesmo erradamente, a luz. Mas esse não és tu. Tu, goza os teus três, quatro anos de fato de luto - o único diploma que te distinguirá a vida inteira, três, quatro anos a andar pelas ruas a proclamar nada. Entretanto, sobe um patamar e praxa. Isto é, leva a tua ambição ao nível dos fundilhos do teu traje. No começo, obedece e humilha-te. Serás premiado, depois, com mandar e humilhar. Fica-te por aí, rasteiro. De grande, só a colher de pau. Fica-te por aí, és o País. Sem saberes que um só dos teus podia redimir a todos. Um só estudante, bela palavra, no pátio de uma universidade, bela palavra, dizendo as mais certas das palavras para um jovem: não vou por aí.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Reflexão-Carlos Fiolhais (Público)

Educação, Ciência e Economia: Um ministro pouco sábio

Vários têm sido, no governo, os candidatos ao título de campeão da asneira. Rui Machete tem-se esforçado, mas, não querendo ficar atrás dessa figura maior do PSD, um político do CDS, António Pires de Lima, ministro da Economia (dividindo a pasta com Paulo Portas), resolveu entrar na competição quando defendeu há meses a introdução nas escolas básicas e secundárias de uma disciplina obrigatória de Empreendedorismo. A ideia não é só dele: integra a“Estratégia de Fomento Industrial” aprovada em Conselho de Ministros. A escola, pela voz do ministro da Economia e com a aprovação de todo o governo, tem de estar ao serviço dos negócios.


Ora isto é um disparate. A escola tem de formar para a vida, transmitindo conhecimentos, moldando atitudes e inculcando valores. E a vida está muito longe de se restringir à gestão de empresas. Pires de Lima, no seu mundo Superbock, acha que a escola tem de formar muitos meninos e meninas para alimentar os quadros empresariais. Olha para uma criança do 1.º ciclo e vê nela um gestor em potência. Não lhe interessa se ela vai dominar o Português, a Matemática ou a Física, para os quais as horas lectivas parecem não chegar: tem é de dominar o Empreendedorismo. Não sabemos que disciplina irá ele extinguir para acrescentar a nova. E falta-nos saber que parte do orçamento do seu Ministério irá servir para pagar aos professores de Empreendedorismo, quiçá empresários falidos que ambicionam um emprego escolar. Ou saber se vai apelar aos empresários bem sucedidos para investirem na contratação de docentes para as nossas escolas.


Não contente com esse disparate, o ministro acrescentou outro há dias. Afirmou que não se pode alimentar um modelo que permita à investigação e à ciência viverem no conforto de estar longe das empresas e da vida real”. E esclareceu: “Uma boa parte da investigação é financiada por dinheiros públicos e não chega à economia real. Não chega a transformar o conhecimento em resultados concretos que depois beneficiem a sociedade como um todo.”Ficámos a saber que não é só a Educação que tem de se orientar para as empresas, também a Ciência tem de o fazer. Percebemos agora a razão dos cortes na ciência, com a redução drástica do número de bolsas: os investigadores não estão virados para o mundo das empresas. Estão a estudar linguística, topologia ou óptica quântica, em vez de virarem para o fomento da indústria cervejeira. O ministro Pires de Lima vê um doutorando e acha um desperdício ele não estar a desenvolver estudos na área do engarrafamento. Ficamos expectantes quanto às verbas que o Ministério da Economia vai proporcionar à ciência aplicada ou os benefícios fiscais que vai conceder aos empresários que contratem cientistas utilitários.


O ministro da Economia pouco sabe de Educação e de Ciência. E, absorto como tem andado nos seus negócios (tanto das empresas como da política, os dois entre nós muito bem misturados), também sabe pouco da vida real. Se soubesse, saberia, por exemplo, o que recordou há semanas no Porto, numa conferência sobre Ciência, Economia e Crise, o físico espanhol Pedro Echenique. Em 1995, quando se discutia nos Estados Unidos uma diminuição do financiamento público à investigação científica, os CEO de 15 das principais empresas de base científico-tecnológica, como a IBM e a General Electric, subscreveram uma carta aberta pedindo o reforço da ciência fundamental. Queriam que o Congresso continuasse o apoio "a um vibrante programa de investigação universitária com visão de futuro".


Acontece que o futuro costuma chegar pela mão de cientistas inovadores, em geral muito longe da “economia real”. Não faltam exemplos. O laser foi inventado há mais de 50 anos, numa equipa de ciência fundamental (ora cá está: a óptica quântica!) que trabalhava nos Bell Labs. Na altura foi chamado uma descoberta à procura de aplicações. Hoje é o que se sabe: está por todo o lado, nos cabos ópticos, nos CD, nas cirurgias, no corte de materiais, nas luzes das discotecas e até nas caixas de supermercados, por onde passam os códigos de barras das cervejas. Com a orientação de Pires de Lima jamais teria havido lasers.


Existe, de facto, em Portugal um problema de ligação das empresas com a investigação. Mas ele não se resolve com a diminuição da investigação fundamental. Não se resolve com menos ciência, mas sim com mais ciência. Precisamos, em particular, que os gestores percebam o valor da ciência, tal como os seus congéneres norte-americanos, e invistam nela, apoiando os programas públicos de ensino avançado e pesquisa, e contratando, com o seu próprio dinheiro, doutores e pós-doutores. Não precisamos de economias na ciência, mas sim de pessoas na economia que apostem na ciência.


Tudo isto é sabido pelo ministro Nuno Crato. Não poderá ele explicar ao seu colega?

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Sociedade-Media






















Pergunta:
Depois do folhetim Shumacher, da morte de Nelson Mandela, do drama do Meco, da morte de Eusébio, e da telenovela Ronaldo, aguardamos com grande expectativa o que os nossos media nos reservam...

Livros

Um livro de bolso sobre Churchill, creio que dado junto com a edição do Sol em que vinha o anúncio da DB do Luis Mata.
Muito bem escrito, aliás estranhamente bem escrito para uma edição de bolso, e "oferecida". Não sei se historicamente correcto, mas não cai no elogio habitual do personagem que habitualmente se faz, antes o critica, sobretudo no que ao percurso político diz respeito. 
Vou procurar os outros da colecção, já que me pareceu para lá de bem escrita, bem fundamentada.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Futebol-Cristiano Ronaldo




Como diria o velho Ventoínha dos Parodiantes de Lisboa: "Contrariado mas vou"...
Parabéns ao R7.
Nesta mediocrid..., perdão, pasmaceira, o homem é mesmo uma excepção, quer (não) se queira ou não... :).
E a segunda bola de ouro parece que lhe assenta, bem!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Apanhados





Entre a gata do Inatel a posar para a foto, ou um "cãodutor" invulgar, fica a excelente informação prestada pela Câmara de Almada num painel no centro da Caparica...

Tertulia - Orestes





















Tertulia em casa do Jorge Orestes, com a Diana, a propósito das músicas que eu queria copiar para o ipad.
Claro que a refeição cozinhada pelo Jorge estava, como de costume, divinal. O cracklé do bolo de maçã estava entre o 19,8 e o 20,4... :)


Livros-Amazon (Tempos difíceis)

A primeira encomenda da Amazon, para experiência. Os temas dos livros são os do costume: a treta de sociedade que construímos, e as patranhas que se divulgam.
Para experiência foi positivo, apesar de ter havido dois pontos "menos controlados"; encomendei o livro "On Bullshit" com capa dura, e o "The drugs don't work" ter um número de páginas inferior ao expectável.
De resto, tudo ok. Ou não fossem british...

sábado, 18 de janeiro de 2014

Diogo

Na revista Única do Expresso, em Maio de 2007, saía uma reportagem, na qual era incluída a foto e comentário sobre o Diogo, que "posto" hoje na entrada do blog.
Agora, meia dúzia de anos volvidos, e após três na "Velha Albion", já é bom recordar uma (outra) fase da vida.
Que rápido que "esta coisa" da vida é...


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Reflexão-(Luís) Melo

(Luís Melo Seara Carvalho)

Eu estou de volta, depois duma semana em Paris, surpreendido por encontrar este paíseco de luto pela morte dum bom moçambicano, onde todos os abutres da cena nacional se querem agora pendurar ( mais uma vez ) para terem algum protagonismo… Cúmulo do ridículo, é a tentativa de vir nas notícias dum dos bobos da corte que há muito tem vindo a decair no seu talento, só por que deu boleia ao Rei da Bola!!! Ou adiarem aquela comenda a outro dos Reis, só porque o Primeiro morreu… Se pudéssemos exportar toda cretinice que se consegue gerar nesta terrinha em contentores, rapidamente pagávamos a dívida!

De resto, tudo igual e pronto para mais um ano de decadência e roubo de esticão como um dos gajos do sistema lhe chamou… Mais algumas coisas curiosas para vos contar, depois de duas semanas a percorrer as estradas desta Europa, que não respira saúde, mas que mantém a ilusão de que é um dos grandes deste mundo!

PS1: Já agora, ponham o homem no Panteão Nacional, como fizeram com aquela cantadeira do ‘Povo que Lavas no Rio’… Senão, iremos assistir a várias vozes ‘influentes’ do protagonismo bacoco-provinciano a berrar que há descriminação racial nesta Nação do Faz de Conta…

PS2: Pois é, não há remédio… Quando piso o ‘solo pátrio’ fico logo com uma destas indisposições…

Até amanhã!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

2014-fotos



Primeiras fotos do ano de 2014: vai ser um ano bravo (como o mar), e quanto ao resto,...tudo na mesma!...