Reflections on Paris Olympic Games
I followed, once again, and intermittently, some of the events of these Olympic Games in Paris. Interest has been declining. And this, for multiple reasons. But the past leaves a mark.
I regularly watched handball (channel 408), volleyball (channel 409), and judo (canal 407). I made forays into table tennis and athletics. And not much else.
Although I admire the queen discipline of aquatic sports (I realized this when I accompanied Diogo and Filipe during their many years of federated swimming), I don't have the patience to follow it. It is of an unspeakable monotony. Hours spent admiring the tilework in the surroundings...
On the one hand, it is impressive to see the evolution of the numbers in athletics and swimming, but on the other hand, it is curious to note the trend that these same results show towards an asymptote, resulting from the limitations of human capabilities. Antidote? Alternative pathetic modalities are being invented (in both senses!)...
Watching athletes like those in the decathlon (or triathlon) perform such disparate sub-specialties, but with such specific technicality, can only be understood by someone who has practiced, at a certain level, some sport.
The spectacular nature and evolution of indoor volleyball, as well as handball, are evident. The overwhelming supremacy of the attack over the defense in the first, and the role of the goalkeepers or aerial play in the second, are proof of this.
From another angle, and despite understanding why and how they have been introduced into the "spectacle society" circuit, I cannot understand some events, more worthy of a circus than the Olympic Games.
Yes, definitely "the circus is in town"! What is the interest in having half a dozen girls underwater, all painted (?), identical in physique, with predictable and visible difficulties in breathing, to perform synchronized movements? And having the kids skateboarding or performing acrobatic movements to the sound of a pamphlet song, always analogous? I have no doubt that one of the next events will be a fashion show of drag queens in swimsuits with one or another mandatory move...
(The people are really basic for accepting this hammering of absurd things down their throats. They didn't go to the schoolyard when they should have, nor did they get beaten up when they should have, and then this is what happens).
When there was a circus at the fairs - now it's becoming extinct, with only the circus of those very tiny and rich companies of clowns remaining - there were also trapeze artists, aerial and ground acrobatics, jumps into strange places, weightlifters, etc., etc.
There seems to be a kind of reinvention of disciplines that have nothing to do with spectacle. It makes me laugh. Whoever played indoor volleyball more seriously understands the futility, the inconsistency of beach volleyball. What is the objective? Put the ball in the empty space? Simple! But no! The flock rejoices at that, as if it were Organic Chemistry or Quantum Physics. As if it had a titanic level of difficulty. Passing the redundancy, wait twenty years and you will see what awaits you physically...
Nowadays, a lot of things confuse me. From the previous controversy with "handicapped" athletes, now with lgbtaeiou, transgender or trigender, tetragender or whatever, passing through the introduction of new modalities like climbing, skateboarding, synchronized swimming or breakdancing (??).
By the way, couldn't an opening ceremony be held without controversy? Without those so-called minorities that only complicate things?
Finally, three other reflections: in the first, it greatly impresses me, in team sports, the need to constantly greet each other with "pats and taps," as if they were needy children or people with dementia. It's when they are introduced to the public, it's when they go to the bench, it's when they leave the bench, it's when they start the game, it's when they finish a part of the game, it's in the timeouts, it's when they do something well, it's when they mess up (??), everything is a moment for them to self-satisfy with the pseudo support of others.
Secondly, the way it is agreed upon and is complicit with the customs and practices of certain countries. Why is the participation of athletes with headscarves accepted? Or with the whole body covered? The day this leniency conflicts with the rules due to any accident, all hell will break loose.
Third: how is it acceptable for athletes to participate with necklaces, earrings, and other adornments? Of course, this will only end when there is an accident and then everyone will reflect...
It is, after all, the trivialization of a moment that should be unique by doing something WELL done. Or how modern and inconsistent habits are acquired, to the detriment of ancient rituals that have their reasons for being.
Let's have hope. Yes, because I don't have any!
Reflexões de uns Jogos Olímpicos
Acompanhei, uma vez mais, e intermitentemente, algumas das disciplinas destes JO em Paris. O interesse tem vindo a diminuir. E isto por múltiplas razões. Mas o passado deixa rasto.
Vi, com regularidade, o andebol (canal 408), o voleibol (canal 409) e o judo (canal 407). Fiz incursões no ténis de mesa e no atletismo. E pouco mais.
Apesar de admirar a disciplina raínha das modalidades aquáticas (apercebi-me quando acompanhei o Diogo e o Filipe nos seus muitos anos de natação federada), não tenho paciência para a acompanhar. É de uma monotonia inenarrável. Horas a apreciar a azulejaria das redondezas...
Se por um lado impressiona ver a evolução dos números do atletismo e da natação, por outro é curiosa a tendência que esses mesmos resultados evidenciam para uma assímptota, decorrente da limitação das capacidades do ser humano. Antídoto? Inventam-se modalidades alternativas (em ambos os sentidos!) patetas...
Assistir a atletas como os do decatlo (ou triatlo) a fazerem sub-especialidades tão díspares, mas com uma tecnicidade tão específica, só pode ser entendido por quem praticou, num certo nível, alguma modalidade.
É evidente a espectacularidade e a evolução do voleibol de pavilhão, bem como do andebol. A supremacia avassaladora do ataque sobre a defesa no primeiro, e o papel dos guarda redes ou o jogo aéreo no segundo, são disso prova.
Já noutro ângulo, e apesar de perceber porque e como têm vindo a ser introduzidas no circuito da "sociedade espectáculo", não posso entender algumas modalidades, mais dignas de um circo do que de uns Jogos Olímpicos.
Sim, definitivamente "the circus in in town"! Qual o interesse em ter meia dúzia de garotas debaixo de água, todas pintadas (?), iguais no físico, com dificuldades previsíveis e visíveis em respirar, para fazer movimentos sincronizados? E de ter os putos a fazer skate ou a efectuar movimentos acrobáticos ao som de uma música panfletária, sempre análogos? Não duvido que uma das próximas modalidades será uma passagem de modelos de dragqueens em fato de banho com um ou outro movimento obrigatório...
(A malta é mesmo básica ao aceitar esta martelagem pela goela abaixo de coisas absurdas. Não foram para o recreio quando deviam ter ido, nem levaram porrada quando deviam ter levado e depois dá nisto)
Quando havia o circo, nas feiras - hoje está em extinção, havendo apenas o circo daquelas companhias finérrimas dos ricalhaços -, também havia trapezistas, acrobacia aérea e de solo, saltos para sítios esquisitos, levantadores de halteres, etc., etc.
Há como que uma espécie de reinvenção de modalidades que de espectáculo nada têm. Faz-me rir. Quem jogou voleibol de pavilhão mais a sério, percebe a inutilidade, a inconsequência do voleibol de praia. Qual o objectivo? Colocar a bola no vazio? Simples! Mas não! O rebanho rejubila com aquilo, como se de Química Orgânica ou Física Quântica se tratasse. Como se tivesse um grau de dificuldade mastodôntico. Passe a redundância, esperem vinte anos e vão ver os que os espera no físico...
Hoje em dia muita coisa me faz confusão. Desde a anterior polémica com os atletas "handicaped", agora com os lgbtaeiou, os transgéneros ou trigéneros, tetragéneros ou quejandos, passando pela introdução de novas modalidades como a escalada, o skate, a natação sincronizada ou o breakdance (??).
Já agora, não se poderia fazer uma cerimónia de abertura sem polémica? Sem as ditas minorias que só complicam?
Finalmente, três outras reflexões: na primeira, mete-me muita impressão, nas modalidades colectivas, a necessidade de se cumprimentarem constantemente com "tapinhas e palmadinhas", como se se tratasse de crianças carenciadas, ou de portadores de demência. É quando são apresentadas ao público, é quando vão para o banco, é quando saem do banco, é quando começam o jogo, é quando acabam uma parte do jogo, é quando fazem qualquer coisa bem, é quando fazem asneira (??), tudo é o momento para se auto-satisfazerem com o pseudo apoio dos outros.
Na segunda, a forma como se pactua e é conivente com os usos e costumes de certos países. Porque se aceita a participação de atletas com o lenço na cabeça? Ou com o corpo todo coberto? No dia em que este facilitismo entrar em conflito com as regras por um acidente qualquer, cai o Carmo e a Trindade.
Terceira: como se aceita que atletas participem com fios ao pescoço, brincos e outros adornos? Claro que isto só acaba quando houver um acidente e, aí, tudo vai reflectir...
É, enfim, a banalização do momento que deveria ser único por se fazer algo BEM feito. Ou como se ganham vícios modernos e sem consistência, em detrimento de rituais antigos mas com razão de ser.
Tenhamos esperança. Sim, porque eu não tenho!