terça-feira, 5 de junho de 2012

Reflexão-Desporto-selecção nacional

(cartaz a ser admirado por turistas no C.Pequeno em 31.05...)

EUROPEU 2012-SELECÇÃO

Antes da realização de mais um campeonato Europeu, e desta vez - pela primeira recordo -, já com o blogue operacional, cá vai mais uma reflexão "prognosticante" do que vai ser.
 Antes de mais, e para que conste, e no meio da confusão em que se está a tornar a Europa (seja ela qual for...) que melhor bálsamo do que um Campeonato Europeu para "suporiferar"as hostes, e dar-lhes um ânimo, ainda que passageiro? (Miguel Relvas, já te safaste...)

Nestas ultimas semanas,  e como era  fácil de prever, o tempo dos media foi repartido por dois assuntos: o Euro (Campeonato), e o Euro (o outro).
Quanto a este ultimo, as conversas giraram, e girarão, sobre o que se passa na Grécia, a instabilidade em vários países,  as políticas do Governo de Passos Coelho, a  expectativa da "nova França", etc.
Quanto ao primeiro, fomos afogados com alguns milhares de reportagens sobre a lesão na unha do dedo grande do pé direito do  Zé Durão,  a surpresa da convocatória do Tino, o grande campeonato que o Xico das fintas fez no país vizinho mas que nunca tem correspondéncia na selecção, etc. Enfim, o maior conjunto de banalidades que se podem dizer, por unidade de tempo.

Se empatámos a zero com a Macedónia, e perdemos por 1-3 com a Turquia, será lógico pensar-se que com a Alemanha levamos 5, com a Holanda 3, e, quem sabe, com a Dinamarca, quando já nao houver hipótese de apuramento, levamos mais 3, aqui já com algumas das estrelas fora da carroça, lesionados e/ou amuados.
Mas a lógica vale o que vale, e nestes universos, a lógica estatística nem sempre segue a amostra. Portugal perdeu então com a Turquia por 1 a 3, no estádio da luz, oito dias antes de, na Ucrânia, defrontar a Alemanha, no primeiro,jogo do Campeonato Europeu de Futebol de 2012.
Confesso que não me surpreendeu.
Apesar de ter começado a fazer um jogo razoável, a nossa equipa é, na minha opinião, muito fraca. E isso ir-se-á constatar neste Europeu. Se me enganar, confesso que será uma desilusão.
Até a nossa estrela maior (única?)falhou um penalty. Para que conste, uma estrela falha um penalty, um grande jogador, não. Mas isso acontece a todos. Até aos que, como ele, e como a maior parte do Zé Povinho, se julgam os maiores.
Continuamos sem concretização, com uma defesa mais caceteira do que eficaz, com um meio campo sem ideias nem" músculo", sem banco, e com uma refinada e discreta displicéncia por parte de alguns jogadores, como Veloso e Quaresma.
Vejo,no entanto, mas sempre com alguma tristeza, uma parada de sofisticados (mas apatetados) penteados e rebuscadas (mas cretinas) tatuagens, que não trazem o que quer que seja de positivo à seriedade que se pretende que a selecção tenha.

Já agora, e a talho de foice, vou comparar o corte de cabelo e as tatuagens, nos três jogos que iremos ter...

Gosto, e tenho de o deixar escrito para mais tarde recordar, do treinador Paulo Bento. Parece-me ser o único que, no meio daquela rapaziada, tem algum sumo, uma boa dose de honestidade profissional e ética desportiva.

(E não conta para aqui, a passagem que ele me deu na A5, no meio de um monumental engarrafamento, ainda era treinador do Sporting :)) Continuo a pensar que não temos uma equipa, no sentido restrito da palavra. Antes um conjunto de valores individuais (mediano), com um deles francamente acima da média, que silenciosa mas não recatadamente, não defendem os valores da selecção, antes o seu e, consequentemente, os clubes a que pertencem. Coisas do mundo em que vivemos, mas que ficarão para outra reflexão.

O primeiro jogo vai assim ser, e para que conste, uma lição; mas não só de futebol. Vai sê-lo, sobretudo, de verdadeira defesa dos valores de uma equipa; mas da alemã, claro. Pressinto, aliás, que depois das derrotas contra os teutões, e contra a Holanda virá, como de costume à baila, o tal ditado: zangam-se as comadres...

E nunca reconheceremos as nossas muitas limitações, relativamente aos outros, que são, por muito que nos custe, melhores. Em quase tudo...

Entretanto, e para que se arrepiasse caminho, seria interessante que aqueles que " vão abandonar a selecção depois do Euro", o fizessem antes. Para dar o lugar a outros que defenderiam as cores, com muito mais legitimidade.

Uma questão (mais uma...) de ética e deontologia profissional. E de honestidade para com todos aqueles que passam horas e horas a idolatrar, ingénua, cretina e monasticamente, aqueles endeusados.

Que saudades...

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