Vetvals 16.07.2013
Ontem, 16.07.2013, depois de mais um treino no Valsassina, eu, o Manuel Oliveira, o António Pires e o Zé Eduardo fomos experimentar um novo restaurante.
Depois da confusão havida com o Solar dos Duques, onde apenas o Zé Eduardo ainda esperou por nós até às 22.15, lá nos reunimos, depois de alguma dificuldade na localização, na Cervejaria da Esquina.
Ambiente selecto, limpo, arejado, com boa iluminação, digno, como o Zé nos informou posteriormente, do Chefe qualquer coisa ( já me esqueci do nome). Mais um daqueles jovens arrivalista modernó-gastronómico que está muito em voga, e que esta sociedade embala muito bem e serve para a malta papar, aliás como muitas outras coisas; mas isso é outro rosário...
Desde o início que a tarefa principal das meninas que nos serviram, meninas pagas pelo chefe por tuta e meia (e esta meia certamente paga em "géneros"...), é passar o tempo a sorrir para o cliente, encharcando-nos em copos de cerveja de formas e quantidades variáveis. De referir que a cerveja era muito boa!
Trouxeram-nos uma carta bem diferente; no peso já que era em metal, na forma como estava estruturada, e - mais importante - no conteúdo. Tudo carérrimo e sem muitas opções, por analogia ao que habitualmente comemos, seja no Xico Do Murtal, ou na ida Isaura.
Enfim, no que me diz respeito, bebi uma cerveja em mini-alguidar de vidro e duas tulipas. De seguida fartei-me de comer pão torrado, que por acaso até estava estaladiço como gosto. Servi-me de duas colheres de chá de miolo de sapateira, duas colheres de sopa de pica-pau (bem tenrinho e saboroso), comi dois camarões, duas colheres de chá de queijo, um descafeínado,...e paguei 22 euro.
Claro que a sapateira foi feita em molho de alhos vinagrete regada com rolle de champ de vitesse agrédoux e apanhada no Pulo do Lobo; o pica-pau era de porco preto caçado na segunda noite de lua cheia na serra dos Agrelos; os dois camarões enchambrados em pêpe le pew, com ligeiro aroma de côcharmon des jalousies; o queijo aromatizado em meia cana de Telvos, e curado pelo Santo Espírito do Ovelho-mór.
Tudo "de casta"...
Mas confesso que, olhando para trás, me sinto - como direi?- basicamente, cheio de pão torrado!!
Ainda me servi da casa de banho que integrava, para lá de três espelhos extensivos fixos a 1,90m(??), e de um ferrolho de quinta (talvez de onde vieram os queijos), um chuveirinho daqueles que os os moços árabes utilizam depois de aliviadas as necessidades. Isto para lá do pé direito de 3m. Arquitectices que, tal como "o resto", se pagam...
Uma noite para não esquecer!
José, claro que tudo isto só foi possível, única e exclusivamente, pelo teu empenho e amizade que tens por nós, e nós por ti...:)
Mas eu tinha de registar esta noite no meu diário. E desta forma...:)
PS-Zé, não conheço outros relacionamentos teus. Mas crê que, nos tempos que correm, aqueles de ontem à noite são muito bons, parcialidade à parte.
Ainda bem que tens “Esquinenses” como nós. Dizemos-te, não aquilo que queres ouvir, mas, de olhos nos olhos (grande programa!) o que pensamos, o que sentimos, de uma forma directa.
Somos assim, talvez um pouco “ventosos” na forma, reconheço. Não temos jeito para dizer que “o restaurante é muito agradável, come-se bem e muito, a comida é requintada (alguma é!), as pessoas são agradáveis, etc.”. Não fazemos flores, não temos a boca cheia de papas, nem compomos o ramalhete (grande jogador!) como outros.
Não temos a característica que mais colhe hoje em dia na nossa sociedade: a hipocrisia.
Imagino que terás amigos que dirão noutros palcos, e noutros “registos” (esta está muito em voga…), e igualmente de outra forma, não o que lhes vai na alma, mas o que acham que é educado.
O Manuel, com o seu mau feitio (eu não, claro…), que é pacificamente aceite no palco que partilha connosco, tem esta grande vantagem (aliás tal como a Isabel…), com a qual aprendi a conviver e que, diga-se de passagem, me faz sentir uma enorme confiança e paz, neste mundo da tanga, do charlatanismo e do jogo do empurra que temos de habitar.
E Zé, não acredito que o Manuel mude. Eu não; nem mudo, nem creio que ele mudeJ.
De maneira que já sabes: quando quiseres uma opinião honesta sobre um restaurante, quando quiseres “ a truly advice”, just call by our name, and we’ll be there...
Se não,…olha, tenho a certeza de que há muitos à espera: daqueles que, ontem à noite, aceitariam de bom grado a sugestão que nos fizeste de nos pagares a refeição…J
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