domingo, 28 de fevereiro de 2016

Reflexão-Francisco José Viegas

Tramp, Trump.

Por Francisco José Viegas
Em se tratando de política americana, a Europa acha que se trata de um concurso de beldades da Vanity Fair. Não é. Por isso, a cada semana que passa, os europeus esperam que caia uma bigorna e esmague tanto a criatura como o seu penteado e a possibilidade de Donald Trump ser candidato às eleições presidenciais. Parte dos americanos também. Mas o Trump xenófobo (nas eleições de 2000 acusava Pat Buchanan do mesmo pecado), contra quem as grandes figuras do partido republicano se manifestam diariamente, desesperadas, faz parte da paisagem local (e a “paisagem”, ainda que nos assuste, tem direito aos seus representantes). O que defende ele? Protecionismo económico, 20% de taxas sobre bens importados, 15% de penalização a empresas que se “deslocalizem” dos EUA, fim às intervenções no exterior (o regresso do isolacionismo americano), varrer os oligarcas tradicionais da política, autenticidade, reabilitação da “alma americana”, entre uma vasta série de propostas “patrióticas” que de vez em quando aparecem na cena europeia, sob a capa de populismo, à esquerda e à direita. É a política, mesmo quando é má.

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