Olá Manuel.
Os embondeiros são uma árvore pela qual me apaixonei, desde logo.
No entanto…
A comida demora tempo e tempo e tempo a chegar, é de má qualidade, deficientemente confeccionada, muito pouco variada, vem quase sempre fria.
Eles arrastam a vida, tudo é exasperantemente lento; desde a comida, ao troco, passando por algo que se peça no meio da refeição.
As acomodações já foram inenarravelmente, repito, inenarravelmente! inadequadas. Agora, para mim, são apenas inadequadas.
O calor no exterior é abrasador, a humidade abafante, o ar condicionado no interior, desequilibradamente frio.
As rotinas irritam-me, não existe um sítio para fazer jogging regularmente (!!!), ou sair à noite. Há dez dias que não me mexo!
A televisão é estupidificante. Descobri a RTP Internacional; em má hora!
A inexistência de vida privada, a obrigatoriedade da vida social, aliadas à intermitência de comunicação com os meus e a estar longe da civilização, exasperam-me particularmente, e são os motivos principais que me levam a encarar a hipótese de poder, no futuro, pôr a questão de não voltar.
Impaciento-me com esta perspectiva.
A Isa faz-me falta.
Preocupa-me a minha mãe. Sempre que lhe falo, é um momento em que ela sofre audivelmente. Evito falar-lhe.
No entanto, tudo continua a avançar alegremente, sem que se veja luz ao fundo do túnel. Os chefes das empresas apresentaram-nos nos dois primeiros dias, e partiram. O costume. Agora desemborra-te (a propósito, há oito dias que estou com diarreia).
Sei que é um processo de aproximações sucessivas. E elas aparecerão, necessariamente.
Mas o que me (nos) foi pedido, ultrapassa largamente o razoável.
Não sei se fará sentido o sacrifício. Nenhum dinheiro paga isto. Pelo menos no meu caso.
Depois das mini-férias em Maio, vou voltar, já que a empresa necessitou de mim nesta fase. Mas vou reflectir se, nas férias de Verão, valerá a pena manter o sacrifício.
Estou preocupado com o jantar. Acho que é injusto alterar-se a data do jantar, só por minha causa, tanto mais que eu poderei, inclusivamente, não estar presente.
Tenho voo marcado a 24 de Abril. Como tenho férias marcadas com os meus filhos em UK, há já 3 meses, entre 11 e 18 de Maio, vou ver se consigo empurrar as férias aí para o início de Maio.
Proponho-te, sem certeza, que lances a data de 8 de Maio.
Diz algo.
Bj à Luisa
Gosto de te ouvir, lendo-te. J
Abç
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