terça-feira, 27 de março de 2012

Mocambique - 1ª carta aos amigos

Cá estou eu a dar notícias.
A ambientação tem sido durita, já que isto, apesar de não ser no deserto, é bem longe da civilização, e ainda não encontrámos o melhor local para permanecer aqui durante a noite, bem como aos fins de semana.
As condições, próprias do arranque de um projecto enorme, num sítio sem condições, ainda são mínimas.
Estamos alojados em Nacala, num hotel fraquito, que tem rigorosamente nada para ver. Estamos a mudar a equipe (que agora é de 5, mas será de cerca de 110 - o empreiteiro será de 2500, previsto...) de hotel, já que o inicial era abaixo da crítica.
Durante o dia, entre as 8 e as 18.30 passamos a vida no estaleiro temporal, a cerca de 45 minutos de Nacala, ou seja, todos os dias há a ida e a volta, com uma vista espectacular e diferente, é certo, mas que rapidamente passará a rotineira....
Quando isto tudo estiver a andar, é possível que o projecto seja muito interessante; pela dimensão (linha férrea de 30 Km, construção de um porto de raiz, e todas as infraestruturas de apoio), pelo custo (cerca de 1000 milhões de euro de construção!...),e pela inovação técnica (a Vale, que é o cliente, é a segunda maior mineira mundial..., primeira no cobre).
Tudo isto me leva a encarar com ânimo, a minha permanéncia aqui.
Tanto mais que, desta vez não vou estar directamente ligado à obra, mas antes, e pela primeira vez, assumir a responsabilidade de toda a logística do projecto, o que é verdadeiramente aliciante, pela novidade, e pelo desafio.
Como dizia um encarregado que conheci: "o que for, soará".
Vou contactando.
Aguardarei aqui, juntamente com os embondeiros, e esta bebedeira diária de calor e verde, um abraço teu
Abç
Luiz

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