Independentemente
de achar esta discussão necessária e actual, mas para a qual continuo a
considerar ter muita insegurança, sobretudo no que aos aspectos económico e
financeiro diz respeito, e depois de um sábado intenso com o casamento do
Filipe e do tudo ( o "do" é propositado...) do que lá se passou, e
que vai ser um dos (poucos) momentos que vou fazer por nunca esquecer, aqui vos
deixo um daqueles momentos que, para mim, continua a preencher
preferencialmente o meu quotidiano: uma entrevista de um homem único que
continua a falar, aos noventa anos, com uma sensatez e razoabilidade que, estas
sim, vão abandonando os homens que nós insistimos em (re)eleger...
Até
amanhã (camaradas:))
No dia 16/09/2012, às 23:12, "Vasques de Oliveira"
<mjvoli@gmail.com> escreveu:
Pois é José
Sem papas na língua e com poucos miolos dentro do crânio. Mas
também te digo, há muito boa gente a reagir assim, só que me parece que não
gastam muito tempo a reflectir.
Esta jovem se calhar achou tudo muito bem até lhe tirarem 7% do
vencimento, como a generalidade das pessoas acha tudo muito bem enquanto não
lhes vão ao bolso, depois é que é uma chatice.
A verdade porém é que:
1. Se
estamos assim é porque andámos muitos anos a gastar mais do que produzíamos e a
endividar-nos mais que o sustentável. As pessoas (e os governos) deviam achar
que o dinheiro nascia debaixo das pedras ou que quem nos emprestava não nos ia
pedir o seu reembolso (ou aumentar os juros quando começaram a ter medo que nós
não pagássemos). Enquanto a Europa do Norte trabalha e vive sem luxos as
pessoas dos países do Sul gozam (gozavam) a vida na boa. A velha história da
cigarra e da formiga.
2. É bem
sabido que cortes significativos na despesa têm que ser feitos no funcionalismo
público e nas prestações sociais. Os gastos supérfluos do Estado têm que ser
reduzidos e progressivamente eliminados, mas isso é um processo lento e não
contribui significativamente para o desequilíbrio das contas públicas. Quanto
mais tempo demorarmos a equilibrar as contas mais a dívida, e portanto os
sacrifícios, aumentam.
3. A
renegociação das PPP é difícil e lenta e este governo não foi responsável por
elas. Deve o Estado deixar de cumprir os seus compromissos? Era o nosso fim. O
mesmo para os défices das empresas públicas. E se mesmo assim as pessoas se
queixam vigorosamente dos aumentos nos transportes…
4. Toda
a gente critica o governo por não fazer nada para o relançamento da economia e
quando ele toma uma medida (redução da TSU das empresas) aqui d’el-rei.
5. Até
agora ninguém apresentou uma medida, uma, alternativa às que o governo tem
tomado. Será que existe? Uma conheço eu: é despedir uma centena de milhar de
funcionários públicos; não será mais razoável diminuir os salários de todos e
evitar mais desemprego? E os empregados do sector privado não devem contribuir
também para os sacrifícios?
Nós, os mais cultos, temos obrigação de ver as coisas de uma
forma pragmática e desapaixonada.
Um abraço
Manuel Vasques de Oliveira
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