segunda-feira, 17 de setembro de 2012

vetvals-reflexões


Independentemente de achar esta discussão necessária e actual, mas para a qual continuo a considerar ter muita insegurança, sobretudo no que aos aspectos económico e financeiro diz respeito, e depois de um sábado intenso com o casamento do Filipe e do tudo ( o "do" é propositado...) do que lá se passou, e que vai ser um dos (poucos) momentos que vou fazer por nunca esquecer, aqui vos deixo um daqueles momentos que, para mim, continua a preencher preferencialmente o meu quotidiano: uma entrevista de um homem único que continua a falar, aos noventa anos, com uma sensatez e razoabilidade que, estas sim, vão abandonando os homens que nós insistimos em (re)eleger...

Até amanhã (camaradas:))

 RTP Noticias - Adriano Moreira, uma entrevista aos 90 anos - http://www.rtp.pt/noticias/?article=585212&layout=122&visual=61&tm=9&&source=mail

No dia 16/09/2012, às 23:12, "Vasques de Oliveira" <mjvoli@gmail.com> escreveu:

Pois é José

Sem papas na língua e com poucos miolos dentro do crânio. Mas também te digo, há muito boa gente a reagir assim, só que me parece que não gastam muito tempo a reflectir.

Esta jovem se calhar achou tudo muito bem até lhe tirarem 7% do vencimento, como a generalidade das pessoas acha tudo muito bem enquanto não lhes vão ao bolso, depois é que é uma chatice.

A verdade porém é que:

1.      Se estamos assim é porque andámos muitos anos a gastar mais do que produzíamos e a endividar-nos mais que o sustentável. As pessoas (e os governos) deviam achar que o dinheiro nascia debaixo das pedras ou que quem nos emprestava não nos ia pedir o seu reembolso (ou aumentar os juros quando começaram a ter medo que nós não pagássemos). Enquanto a Europa do Norte trabalha e vive sem luxos as pessoas dos países do Sul gozam (gozavam) a vida na boa. A velha história da cigarra e da formiga.

2.      É bem sabido que cortes significativos na despesa têm que ser feitos no funcionalismo público e nas prestações sociais. Os gastos supérfluos do Estado têm que ser reduzidos e progressivamente eliminados, mas isso é um processo lento e não contribui significativamente para o desequilíbrio das contas públicas. Quanto mais tempo demorarmos a equilibrar as contas mais a dívida, e portanto os sacrifícios, aumentam.

3.      A renegociação das PPP é difícil e lenta e este governo não foi responsável por elas. Deve o Estado deixar de cumprir os seus compromissos? Era o nosso fim. O mesmo para os défices das empresas públicas. E se mesmo assim as pessoas se queixam vigorosamente dos aumentos nos transportes…

4.      Toda a gente critica o governo por não fazer nada para o relançamento da economia e quando ele toma uma medida (redução da TSU das empresas) aqui d’el-rei.

5.      Até agora ninguém apresentou uma medida, uma, alternativa às que o governo tem tomado. Será que existe? Uma conheço eu: é despedir uma centena de milhar de funcionários públicos; não será mais razoável diminuir os salários de todos e evitar mais desemprego? E os empregados do sector privado não devem contribuir também para os sacrifícios?

 

Nós, os mais cultos, temos obrigação de ver as coisas de uma forma pragmática e desapaixonada.

Um abraço

Manuel Vasques de Oliveira

 

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