quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Reflexão-vetvals


O "Sorumbático" é um dos blogs que, habitualmente, leio.

O "Carlos Medina Ribeiro" (CMR) é um dos seus bloguistas, e coloca ali, com muita regularidade, alguns posts sob o título "a malta do é igual ao litro".

Desde lixo espalhado pelas ruas de Lisboa, a estacionamentos completamente despropositados, passando por sinais de trânsito incompreensíveis, aos triliões de graffiti que ornamentam a cidade, é um sem número de situações caricatas com as quais, todos, de uma forma ou de outra, somos habitualmente confrontados no dia a dia, e que, como eu, lamentamos.

Sinceramente adoro ser confrontado com elas, e tenho até muita inveja, conforme já lhe escrevi, de não ter aquela força que impele o CMR a fazer aquele levantamento.

Mas "a malta do é igual ao litro" é assim...

Ora "nós" não...

E é (também) por isso que a nossa tertúlia semanal se vai mantendo há quarenta anos, tal como disse ontem, 12. 02.2013, na Isaura.

E como?

Entre muitas outras coisas, a principal, é a de contarmos exclusivamente - sublinho -, exclusivamente, com gajos porreiros. Alguns até sabendo jogar voleibol. Do antigo, claro está...
Do "contemporâneo", há um ou outro que insistem em fazê-lo; desde fazendo transportes de bola descarados só com o objectivo de manter a sustentação da bola, até à completa banalização do pontapé, vale tudo. Sei que esses jovens que andam, habitualmente, por outros caminhos (às terças entenda-se...), saberão reencontrar a voz da razão e, claro, o caminho do Colégio...

Estou igualmente convicto que - outros -, saberão resistir aos sucessivos e insistentes pedidos que a generalidade da comunicação social lhes têm feito chegar, para a alteração das regras, com a consequente visualização dos nossos jogos em canal fechado...
Sei que eles saberão recuperar o trambelho, e se, quando reflectirem, não caírem no ginásio de riso por aquilo que pensavam, cairão em si, naturalmente.

O núcleo tem sentido nos últimos tempos, mas mais do que é normal, alguma palpitação, e um ou outro sobressalto no meio da refrega do jogo. Corriqueiro para uns, estranho para outros, motivo para ficar com uma cabeçorra ainda maior do que aquela com que ficam quando o Benfica perde ou empata, lá se tem sabido ultrapassar esta espécie de mágoa que povoará provavelmente os pesadelos de alguns na noite do treino.

Mas recordemos a história.

O núcleo foi fundado em 1973, para jogadores que não tinham escola de voleibol, ou que nunca tinham jogado volei federados. Ao longo dos tempos foi-se transformando. Passando por períodos com maior e/ou menor assiduidade, por momentos em que a escola de voleibol do Técnico imperava, (neste tempo com uma sustentação de bola "diferente" da de hoje), pela bonapartização do Alvaro, foi-se, enfim, sabendo acomodar aos tempos.

E novos tempos se estão a viver...

Por decisão daqueles que têm querido e sabido preservar o núcleo, há uma heterogeneidade muito particular nos elementos que o constituem, mas que origina, por vezes,  descontinuidades e intermitências no jogo, descaracterizando assim, pontualmente, o jogo "normalizado" que se desejaria.

A incorporação e aceitação de novos elementos, ainda que no passado se tivesse norteado por dois predicados - ser "um tipo porreiro" e saber jogar volei-, tem deixado secundarizar progressiva mas conscientemente, este último, passando o facto de ser "um tipo porreiro" a ser o estatuto preferencial para a aceitação no núcleo.
A este propósito recorde-se o caso do Vítor Santos ou do Zé Artur, que "jogavam bem", mas não exibiam exactamente o perfil de um tipo porreiro...

Optou-se pela integração. E sou obrigado a reconhecer que podemos não ter um voleibol de primeira; definitivamente!
Mas as pessoas -e isto é sem dúvida mais importante -, essas de certeza que são de primeira...


Diagnóstico? Estamos mais velhos, com menos capacidades físicas, mas sobretudo com menos amplitude emocional para compreender e desculpabilizar o disparate; o nosso e o dos outros.

Se se entende o falhanço propriamente dito, ou seja, o remate para a rede ou para fora, o serviço falhado, há uma preocupação  que tem de ser - definitivamente - uma obsessão para todos:

A INTEGRIDADE FÍSICA DOS COLEGAS !

1-Assim, teremos de procurar:

    a)Não violar o campo adversário.
    b)evitar bater na rede (os que se penduram estão excluídos :)

2-Quanto à tentativa de preservação da qualidade do jogo propriamente dito, teremos de procurar:

    a)não banalizar o jogo com os pés;
    b)Evitar fazer transporte de bola descarado.
    c)Aconselhar os colegas que não saibam fazer, habitualmente, as melhores opções no jogo.


Os tempos que correm, de mediocratização generalizada da sociedade que (des)construímos, em todas as suas vertentes, é, como todos sabemos, um fantasma (realidade?) com que teremos de viver.

Pessoalmente, não quero fazer parte da "malta do é igual ao litro".

 PS- fiquei, e por oposição à minha intervenção, contente com o que ouvi, por parte da generalidade dos intervenientes, e que vou - zelosamente- guardar, para mais tarde recordar.

Ou seja:
"Não tem havido problemas de relevo nos treinos, sem ser uma ou outra discussão sobre bolas fora ou dentro".

Sem comentários:

Enviar um comentário