sábado, 3 de setembro de 2016

Reflexão - Adriano Moreira

A nova geração responsável pela governação, que não conheceu as agruras monstruosas das guerras, é submetida a uma circunstância que parece ter como dominante o neoliberalismo económico com os seus centros de poder frequentemente convencidos de que as finanças não são matéria de políticos, sem reparar em que a política pode responder com um conceito contrário. E com modéstia para ambas as atitudes, porque se a política não evitou os conflitos armados nem no passado nem no presente, a crise económica e financeira mundial não tem recebido remédios sábios assinaláveis e inevitavelmente esperam por renovação das políticas. O desconcerto de falta de modelos, a já chamada "cacofonia das nações" por analistas desconcertados pelo ruído que perturba a busca da racionalidade perdida, tudo apela à reinvenção de uma governança mundial que reponha a vontade de reorganizar em paz um mundo pluralista, o qual não pode omitir a memória da experiência dos desencontros do passado para orientar a resposta necessária às exigências do "mundo único". Começando por desembaraçar o novelo em que se transformou o exercício da governação europeia.

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