quarta-feira, 29 de março de 2017

Reflexão - LBC ( Armas ...)

NOTÍCIA NO JORNAL "I" (dos fracos não reza a história...)
A ministra da Administração Interna  reconhece que houve “falhas graves” no controlo e supervisão das armas da PSP.


Constança Urbano de Sousa falou aos jornalistas a propósito do desaparecimento de 57 armas Glock da PSP, no mesmo dia em que decidiu instaurar processos disciplinares em toda a cadeia hierárquica do departamento de armas. Os processos disciplinares surgem depois de conhecidas as conclusões do relatório de inquérito do Ministério da Administração Interna (MAI) que revelou existirem “falhas graves de supervisão e controlo no Departamento de Departamento de Apoio Geral (DAG) da Direção Nacional da Policia de Segurança Pública”, disse a ministra. Além dos processos disciplinares, Constança Urbano de Sousa solicitou também uma inventariação “rigorosa” de todas as armas nas forças e serviços de segurança sob a tutela do MAI e uma  análise “muito exaustiva” de todos os procedimentos de controlo, supervisão, armazenamento e distribuição de armamento aos polícias em geral e aos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A governante revelou ainda que deu início ao processo de cessação da comissão de serviço do ex-diretor do DAG da Direção Nacional da PSP, Paulo Jorge Sampaio, enquanto oficial de ligação do MAI na Guiné-Bissau, que dirigia este serviço de armazenamento de armas e foi recentemente para aquele país. O extravio das 57 armas foi detetado após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial que decorreu no Porto, em janeiro. Outras três armas foram detetadas pelas autoridades espanholas em Ceuta.
Comentário (LBC) - Enquanto "acontecem" estes episódios, há outros que são incomodados por incumprimentos incomparavelmente menores. Enfim...

domingo, 12 de março de 2017

Música - Joan Baez


Os 75 anos de Joan Baez, comemorados em Janeiro de 2016 com muitos amigos (Judy Collins, Richard Thompson, Nano Stern, mas apenas vistos na RTP2 em 12.03.2017






Séries - Tough Trains

Mais uma série sobre comboios pelo mundo inteiro

sábado, 11 de março de 2017

Reflexão - LBC

A engenharia, a gravidade e os tempos

1-Creio fazer parte do senso comum, considerar a engenharia e a gravidade temas inseparáveis. Penso ser algo inquestionável, sobretudo - e aqui confesso e assumo a parcialidade -, se considerarmos a especialidade de engenharia civil. Não houvesse gravidade e a profissão de engenheiro teria, seguramente, outros contornos. Aliás, tê-los-à num futuro longínquo.

Mas a inexistência de gravidade é, para já, ficção científica. Um dia haverá, provavelmente, e noutro lugar certamente, que redescobrir a profissão. Mas esse dia ainda vem longe.

Já a gravidade das consequências da existência da profissão, e por muito que nos custe, acomete-nos diariamente, sempre em crescendo, na sociedade em geral, mas nos transportes, na construção, na saúde, no desporto, enfim, no nosso dia a dia.
Chegados a este ponto do nosso desenvolvimento, é paradoxal a forma como negligenciamos, cada vez mais, e conscientemente, questões que, num tempo anterior, e aqui sem querer ser nostálgico no sentido perjurativo, eram abordadas de forma distinta.
Não queria cair no lugar comum e lamechas do "dantes é que era bom". Não, não era. Mas algumas coisas eram melhores, sim. Creio que tem a ver, directamente, com a perda de valores, de disciplina, de hierarquia que, à data de hoje, e confrontados com os interesses materiais e com a avidez pelo imediatismo do resultado, se vão esfumando e extinguindo.
As novas tecnologias ou a propalada quarta revolução industrial deverão estar na origem dos novos tempos? Certamente que sim. Mas daí a erradicar tudo que está para trás não me parece racional.

Tomo dois exemplos: o desporto e a manutenção de equipamentos e infraestruturas

2-O que queremos hoje em dia com o desporto? Ver quem é efectivamente o melhor com a utilização, unicamente, das capacidades físicas de cada um? Ou, e na perspectiva sobranceira e interesseira de alguns conhecedores e das multidões que pagam, assistir a mais um "espectáculo"? Entenda-se aqui "espectáculo", não no seu sentido tradicional, mas enquanto veículo de consumo para gerar e girar dinheiro, com a participação voluntária, naif do povo.
E se se tiver de recorrer a outros estratagemas que não sejam os que decorrem do simples treino, pois que seja. 
Doping? Treinos em altitude? Transfusões de sangue? Tudo serve, enfim, para justificar o resultado e, claro, "o espectáculo". Pois é, é isto que se pretende, não o desporto, porque esse não traz rendimentos, esse desporto - o verdadeiro!-, já faz parte da História.
E aquele espectáculo começa, desde logo, por exemplo, nas cerimónias de abertura, sejam dos JO, ou de um qualquer campeonato de qualquer modalidade. Qualquer país organizador quer ser melhor do que o anterior. Mesmo caindo no ridículo de se ficar, depois, com instalações desportivas ao abandono, vulgo "elefantes brancos", ou cair no ridículo, como foi, a (falta de) organização nos jogos do Rio de Janeiro 2016, ou a construção de estádios para o Mundial em 2014.
Depois prossegue com a invenção de modalidades como, por exemplo, natação sincronizada ou ginástica acrobática. Ou com a  reinvenção de verdadeiras sub-especialidades como Volei de praia ou futsal. E o espectáculo continua; Continua com a reinvenção de Regras em modalidades existentes como o voleibol e futebol para as "adaptar aos tempos". E culmina com a olimpiarização de novas modalidades, que de espírito olímpico têm pouco, como  BTT, DMX,  karatê, ou escalada.  Reflicta-se com a alteração de regras de participação no atletismo; como é possível a participação de Oscar Pistorius? Se não é com o medo de "discriminação", só pode ser para o circo, perdão, para o espectáculo. Entretanto recua-se, sempre que se mete o pé na argola...
Assiste-se, assim, a uma pseudo-renovação consecutiva do espetáculo, não como um bem em si, mas para contento das multidões que consumística e carneiristicamente seguem os totens, matreiramente manobrados pelos sponsors.

Claro que ninguém fala que a obtenção de recordes nas modalidades raínha (atletismo, natação e ginástica desportiva) tende para uma constante. Ninguém se apercebe, ou quer falar, das assimptotas que constituem a quebra sucessiva de recordes nos últimos decénios. Ninguém fala na impossibilidade de continuar, nos moldes em que estão estruturadas algumas modalidades, a quebrar recordes e a alimentar o espectáculo.
Ninguém fala, enfim, do fim das capacidades humanas nos moldes e nos referenciais que tutelam, actualmente, as modalidades. Antes se procura, a qualquer custo, fazer render o modelo, modificando pontualmente os referenciais.
Mas o espectáculo, esse continua...
Até quando? Creio que, pela falta de capacidade crítica do ser humano e pela falta de memória, ad eternum...

3-Na criação de infraestruturas assiste-se, igualmente, não ao espectáculo na forma que se vê no desporto, mas numa outra cambiante.
Há décadas atrás, quando se comprava um carro, ou se concebia uma infraestrutura, tínhamos a noção da durabilidade desse bem. Havia uma vida útil que norteava a concepção. Existia um conforto pela durabilidade do bem, como, por exemplo, nos casos dos carros e aviões. Os interiores eram espaçosos e havia espaço.
Hoje em dia, os conceitos ou se alteraram, ou, mantendo-se, aumentaram o seu custo exponencialmente devido ao crescimento da população.
Um carro compra-se não para durar vinte ou trinta anos, mas para durar meia dúzia, não só porque os materiais estão programados para durar não mais de "x" anos, como a sociedade pretende-se de consumo. O estatuto, esse, claro, é diferente de quem troca de carro. É outra forma de gerar e girar dinheiro. É o deitar fora "o velho" (quase novo!) para comprar novo (semi-velho!)!

Já nas infraestruturas, a necessidade de ganhar dinheiro manifesta-se, mas de uma forma bem mais sinuosa, como se comprova, aliás, no dia-a-dia. 
Depois da concepção, vista cada vez mais "à vol d'oiseau" pela crescente desconsideração - profissional e económica -, de que é alvo, vem a parte da construção / execução, parte de leão, já que é aqui que se gere e gira a parte mais importante do bolo económico de todo o projecto. 
Dispensados de Responsáveis de Obra, ou de Projecto, os elementos seniores, por serem mais caros do que aqueles que chegaram recentemente à profissão, ou dos que procuram outra colocação mais apelativa, deixam-se os grandes interesses de quem chefia a execução, seja na óptica do promotor seja na do executor, liderar os processos de obra, remetendo para a manutenção e pós-venda questões fulcrais e determinantes da vida útil das infraestruturas. 
Negligencia-se e deprecia-se o conhecimento de quem teve a experiência de uma vida na efectiva realização de processos, na sua litigância, ou no seu aconselhamento. Poupam-se uns tostões, por oposição aos milhares que se hão-de gastar na fase de manutenção, seja para reparar ou refazer o que se não preveniu antes, seja, em casos extremos, para indemnizar terceiros por acidentes ocorridos na utilização.

Estamos numa fase da nossa civilização, em que o eficaz puro e duro, se sobrepõe a tudo, não olhando a meios. Não sei se já estivemos bem mais perto de outro caminho para uma vida mais equitativa para todos. Imagino que, por este, as discriminações e as desigualdades se irão aprofundar deixando, como é hábito, os mais fortes propagar as boas (?) novas.


Luiz Boavida Carvalho

quarta-feira, 8 de março de 2017

Côro Ordem Engenheiros (IP)


Côro da Ordem quando fomos convidados  pelas Infraestruturas de Portugal em 22.02.2017, na comemoração do seu 10º aniversário.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Reflexão Rui Hortelão (Sábado 02.03.2017)

A transparência é a arma de arremesso dos tempos políticos modernos. De caso em caso, em Portugal e lá fora, sucedem-se as suspeitas e as investigações, as desconfianças e as (raríssimas) condenações. É excepção a Islândia, onde em 2008 a Justiça declarou o ex-primeiro-ministro Geir H. Haarde culpado por ter escondido a crise financeira do restante governo; e onde, no ano passado, o então primeiro-ministro, Sigmundur Gunnlaugsson, teve de se demitir por ter omitido na declaração de património os 50% que detinha de uma empresa offshore, que nem era ilegal.

Em Portugal, pelo contrário, há ministros que alteram leis à medida dos interesses pessoais dos gestores que querem contratar; secretários de Estado dos Assuntos Fiscais que escondem, durante anos, informação relevante sobre 10 mil milhões transferidos para offshores ou que viajam para ver a bola à conta de empresas do sector que tutelam; há um primeiro-ministro que recebeu uma recomendação da Assembleia da República para fazer uma auditoria forense à Caixa Geral de Depósitos e que a ignora desde 2 de Agosto; há um governador do Banco de Portugal (BdP) que, no momento de contratar um novo director de supervisão nomeia quem tinha esse mesmo cargo durante o período que antecedeu o colapso do BES; há um ex-líder do Bloco de Esquerda que acusou esse mesmo governador de "impreparação técnica" e de ser "um perigo para Portugal", mas que agora aceitou o convite para integrar o Conselho Consultivo do Banco de Portugal; há um governo que, através da Caixa Geral de Depósitos e com o apoio do BdP, contesta uma decisão judicial para divulgar a lista dos maiores devedores do banco público; há um ex-primeiro-ministro que foi preso e está há meses sob suspeita sem acusação, apesar das muitas histórias por explicar relacionadas com empréstimos de amigos e avales do banco público; há um ex-Presidente que falou de escutas ao Palácio de Belém, que patrocinou um encontro discreto do seu assessor pessoal com um jornalista num café da Av. de Roma e que não se coíbe de voltar ao tema para se ilibar do que o seu próprio homem de confiança de décadas escreveu em livro; há todo um grupo que estoirou com dois colossos empresariais portugueses (BES e PT) e que segue vida como se nada fosse; e há um outro, ainda mais numeroso, de deputados, reguladores, auditores, advogados, comentadores e jornalistas que fazem carreira da alternância entre funções públicas e privadas.

Por fim, há a realidade: um desprezo total pela transparência e uma impunidade quase tão grande para todos os envolvidos.

Reflexão - Assalto ao Castelo (SIC)

 Reportagem de Pedro Coelho na SIC sobre a implosão do BES/GES e sobre o facto do Banco de Portugal saber de tudo antes da implosão.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Cartoon

Tempos difíceis? Outros tempos?
Não! Simplesmente os mesmos; tempos e intervenientes