segunda-feira, 30 de julho de 2018

Reflexão - João Gonçalves ( "Caso" Robles)

Reflexão (LBC) - Vou ali, já venho!...ou como recuar um passo para dar dois em frente - daqui a um ou dois anos claro -, será a saída que prevejo para este "problema". 
Ricardo Robles, ministro pelo BE daqui a uns tempos. 
Para mais tarde recordar...


(João Gonçalves in JN)

Porventura a maioria dos leitores nunca terá ouvido falar no Robles. O Robles é um moço apessoado, de olhos azuis esverdeados, a dealbar os 40, com o rosto devidamente ornamentado por uma barba aparada e cuidada. Podia ser uma personagem de Camilo ou de Eça, e bem menos de alguns dos "escritores" que costumam babujar o partido que ele representa. O Robles é um misto de antigos "brasileiros" dos romances daqueles dois com deslumbrados pela Revolução pós-1848, panfletários "românticos" que na actualidade rilham os dentes contra o capitalismo, e os desmandos sociais que provoca, pelas televisões. É daí, se for, que os leitores conhecerão o Robles, essa acaciana figura do Bloco de Esquerda. Um partido a que, muito adequadamente, da saída de Lisboa pela autoestrada adiante pouca gente presta atenção. Sucede que o Bloco do Robles, para além de partido-artista de variedades e de televisão, onde supera qualquer concorrência, é um partido sem o qual Costa nunca teria sido primeiro-ministro. O Robles vinha da chamada Margem Sul do Tejo, como dantes se vinha do Brasil, e estudou em Lisboa para engenheiro. Enquanto estudava, participou em vários programas de variedades de rua contra os exames o que, para além do olhar melancólico, o salientou. Quando o radicalismo se uniu para formar o Bloco, a maior "notícia falsa" do regime, Robles aderiu. Como engenheiro, mantinha um olho na revolução e outro, veio agora a saber-se, no betão e na especulação imobiliária. O Robles ajuda a pintar slogans contra a propriedade, ao mesmo tempo que faz chorudos negócios imobiliários. O Robles é contra o alojamento local. Mas, no seu prédio remodelado, tinha previsto seis mais cinco apartamentos para o efeito já que a lei só prevê sete de cada vez. O Robles luta pelo arrendamento social e por isso aceitou manter uns senhores na sua propriedade, por oito anos, a troco de 170 euros, estilo "aqui pode morar gente" que ele pintava à entrada de prédios devolutos. Porque nas Avenidas Novas aparentemente tem outros a pagar-lhe quatro dígitos em rendas. O Robles, como todo o Bloco, é daqueles que vai "buscar dinheiro onde há dinheiro". Deu, aliás, o exemplo. Pediu 500 mil euros emprestados ao banco público para tratar do prédio que lhe foi vendido pela Segurança Social por 300 e tal mil. Ora Robles é vereador municipal em Lisboa com o pelouro "social", fazendo maioria com o PS. Afinal quem é Robles, pergunta o leitor? É o Bloco.

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