domingo, 20 de fevereiro de 2022

Reflexões várias

Em Portugal, é mais antiga e mais continuada a hegemonia da Esquerda, também porque não temos entre nós, em força e evidência, as causas que, no resto da Europa, têm levado à reacção: a Leste, houve uma maciça vacinação contra a Esquerda, produto de décadas de comunismo; a Ocidente, há, por exemplo, em França, uma imigração de difícil integração nacional e, em Espanha, movimentos separatistas poderosos. Mas se o separatismo não existe por cá, as ideias simpáticas e levianas da regionalização, que agora renascem no Centrão, podem vir a trazer perturbações semelhantes; bem como a marginalização ética e legal de forças políticas que cumprem as regras do sistema.

Jaime Nogueira Pinto no Observador

Eis o dr. Costa, um mentiroso persistente e rude, crescido na manha partidária e estranho ao escrutínio. É, sem surpresas, tão prepotente quanto limitado, embora fiquem dúvidas sobre a consciência das limitações: ele tem noção daquilo que é ou, pelo contrário, julga de facto ser o que tenta, atabalhoadamente, parecer? Não sei. Não me interessa. Interessa que burgessos há muitos. Alguns, por desdita ou sarcasmo divino, alcançam uma posição susceptível de influenciar as nossas vidas. Não vale a pena notar que o resultado é calamitoso. ...Daqui a oito dias, o povo revelará o que quer. O que quer o povo? Uma parte quer a miséria na medida em que beneficia dela. Uma parte quer a miséria por recear as alternativas. Uma parte quer a miséria por não a reconhecer enquanto tal. E a parte que sobra não quer a miséria. Esperemos que, nas urnas, a parte que sobra exceda as três partes anteriores. Linhas vermelhas? A linha vermelha é exactamente a miséria, também conhecida por socialismo. É a psiquiatria, e não a História, a explicar o buraco a que descemos há 25 anos. E que repetimos há 15. E em que teimámos há 6. Por uma vez, se tivermos juizinho, a História é o que pode estar para vir. Difícil e modesto que seja, o que vier é preferível ao dr. Costa. Mais dr. Costa? Era o que faltava!

 

Alberto Gonçalves no Observador

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