domingo, 6 de novembro de 2022

Reflexão - Porto Canal (LBC)

 Exmos. Senhores:


Tive oportunidade de, em 26.08.2022 (ver mail anexo mais abaixo), evidenciar a minha estranheza pela forma como um dos comentadores do Porto Canal, mais concretamente o Sr. Manuel Mendes -, fazia a locução do jogo de andebol entre o F.C.P. e o Ademar Lèon.

Recentemente, e persistindo no meu interesse em acompanhar a modalidade no referido canal, assisti ao jogo entre Dínamo de Bucareste  e F.C.P. 

Independentemente de compreender a parcialidade que os comentadores  exibem nos dois canais a que assisto, recordo - o Sporting canal e o Porto Canal -, e isto, como já referi, pelo facto do Canal Benfica ser em "sinal fechado”, não posso deixar de me referir a este episódio que aconteceu aos 15’54’’ da segunda parte do jogo em Bucareste.

 
Na sequência de um ataque do Dínamo, conduzido pelo ex-jogador do S.L.B, Kukic, e no qual aparenta  ter sido travado - faço notar que não tenho conhecimentos para saber se devida ou indevidamente -, é dito pelo comentador Manuel Mendes:

- “está a encenar”.

E logo a seguir, de uma forma que me abstenho de qualificar mas, na minha opinião, totalmente desajustada:

- "não mudou a cor da camisola”.

Foi tal o meu espanto que voltei atrás para saber se tinha sido aquilo que tinha ouvido. Foi!


Mais à frente, aos 17’45’’, o mesmo comentador, prosseguindo na mesma linha:
- “eu também queria muitas coisas”.

Considero-me uma pessoa sensata e sem tendências na avaliação da modalidade, nomeadamente no que aos lances mais polémicos, diz respeito. 
Apenas pretendo ver "um jogo" e, se possível,  “em paz e sossego”.

Confesso que não sei se o comentador em causa tinha ou não razão na sua apreciação. 
Mas não pode, ou não deve…, na minha modesta opinião, “complementá-lo" daquela forma. Mesmo que este tipo de comentário galvanize os noventa e muitos por cento (?) de espectadores do clube que assistem à reportagem. Eu entendo que, em primeira análise, é este o universo da amostra a quem se destina o comentário em questão. E, em última análise, “pretende” ouvir aquele tipo de comentário. Mas que cai mal a quem, imparcialmente e apenas pela modalidade, assiste, tenho de o referir, pois não me parece ser o tipo de comentário que contribua para um melhor entendimento da modalidade. 
E, em última análise, para apaziguar a conhecida rivalidade entre os dois clubes.

Os meus cumprimentos

Luiz Carvalho






(Mail enviado ao Porto Canal, em 26.08.2022 pelas 15h58m)

Exmos. Senhores

1 - Sou espectador regular do vosso canal. 
Parabéns, antes de mais, pelo empenho evidenciado e por utilizar o “canal aberto“ para divulgação de temas das mais variadas origens e que contrastam radicalmente com outros canais, “fechados”, que de tão fechados não se apercebem da pequenez dos seus horizontes e da globalização que, serena e pacatamente, invade pacificamente (neste caso) a nossa sociedade.

2 - Tenho uma predileção manifesta pelo andebol. E que melhor equipa do que a do FCP para defender a camisola da modalidade? Equipa que, recorde-se, tem feito um trabalho extraordinário na defesa da modalidade e do nome do país. Parabéns, assim, e igualmente, por essa divulgação.

3 - No entanto, não poderia deixar passar esta oportunidade para salientar a (compreensível?) parcialidade de um comentador, de sua graça, creio, Manuel Mendes. 
A forma -  assumidamente parcial -, de ver os jogos (TODOS!) sempre para o lado do FCP é tal que, não só insulta quem está a ver o jogo pelo jogo (como é o meu caso), como acaba por se contradizer de um minuto para o seguinte.

4 - Exemplo?
No passado jogo do FCP contra o Ademar Leon, na vossa transmissão de 20.08 pelas 16.55, no minuto 4.35 , num primeiro momento exulta um golo do Vitor Iturriza com assistência do Fábio Magalhães fruto de “uma ligação perfeita”, devido aos "largos anos que se conhecem no FCP e na selecção nacional” . Na jogada seguinte, aos 5.46, considera uma falha do mesmo Iturriza a passe do Fábio, “natural por estar no princípio da época e as coisas ainda não saírem bem”. 
Ora esta última justificação pesa, sem dúvida, e na minha opinião, mais do que a primeira. Que necessidade tinha de “exultar”, daquela forma, a primeira combinação? Ela saiu bem? Ok, ainda bem. Não tem que ilustrar daquela forma, para, logo no minuto seguinte, se ter de contradizer. Como diria o outro: “não havia necessidade”. 

5 - A questão não é, reitero - apenas -, este momento. Este comentador insiste em comentar, comentar, sem se aperceber das sistemáticas contradições, dos sucessivos enganos (irreflectidos, admito) em que se enovela e enovela os espectadores menos atentos. E isto porquê? Muito simplesmente, pela parcialidade de que enferma.

6 - Eu percebo que para o comum dos adeptos do FCP (e do SCP, já que não sigo o do SLB por ser canal fechado), esta fórmula de argumentação seja encarada como “o pico da sabedoria , o supra-sumo do conhecimento da modalidade, o cúmulo do vocabulário desportivo”. Para aqueles que, como eu, vêem apenas “o jogo” e não são tendenciosos, afigura-se como uma menoridade, uma insuficiência sistemática, uma necessidade de ser ouvido e que não se coaduna com o profissional que se pretende profissional e que deverá - apenas - relatar o que acontece.

7 - Isto, claro, não retira o mérito ao esforço que o visado põe na retórica e na tentativa de intercalar um vasto repertório linguístico (regra geral prolixo com sucessivos sinónimos...) com que preenche o seu espaço de locução. 

8 - Por fim, quero deixar bem claro que não conheço, nem o visado nem qualquer pessoa que o conheça. Baseio-me unicamente no que vejo e oiço no vosso canal!

Felicito-vos, finalmente e uma vez mais, pelo canal, pela divulgação da modalidade, e pelos comentadores da mesma (que não o visado).

Os meus cumprimentos 

Luiz Manuel Boavida Carvalho

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