(escrito quando empataram com o Benfica na Luz e asseguraram a presença na final da Taça)
Do que gosto mais neste Sporting, é a seriedade que a maior parte dos jogadores exibe em campo, sem "faz de conta", sem "quedas aparatosas", sem aquela característica tão latino-americana que ensombra, vicia e envenena o nosso campeonato.
Claro que há sempre um Nuno Santos com aquele feitio da Cova da Moura; um Geny Catamo com aquele ar de raça eleita, arrogante, que ofusca toda a sua técnica individual; ou Matheus Reis que parece querer fazer valer as suas origens; e, por vezes, um Paulinho que é uma pena, como eu digo, "cair tanto".
Existe também uma tremenda falta de eficácia nos momentos decisivos. E é também por isso que Gyokeres sobressai. Falha pouco.
Em compensação existe uma chusma de pessoas decentes: o capitão Sebastião Coates que prima pela eticidade em campo, os nórdicos (os povos que eu elejo sempre) Hjulmand e Gyokeres que não precisam de mais palavras para os definir na forma superior de passear pelo campo, o japonês Morita que é de uma invejável e sibilina constância e empenho. Adan parece-me ser, igualmente, uma pessoa séria. Gostava de ter um português neste lote. Daniel Bragança aproximar-se-á um dia? Talvez ...
Os outros, posso gostar de os ver jogar mas não reúnem as características humanas que me seduzem e que, na minha opinião, se sobrepõem às técnicas. Ponhamos as coisas nestes pés: não têm só pés. Têm cabeça e carácter.
"Last but not least" o homem que me fez voltar a ver e ouvir futebol: Ruben Amorim. Farto-me de o ver e ouvir e não me canso de o elogiar mesmo sendo - parece ser esse o caso - do Benfica. Porque não são todos assim? Simples, sem arrogância, bem educados? Claro que ajuda neste processo perceber de futebol e de homens. Mas a forma de ele estar em campo e fora dele não é despiciendo e faz com que a generalidade das pessoas encontre nele algo de diferente. Porque ele o é! Lá chegará o dia, infelizmente, em que as coisas correrão menos bem. Mas esse problema é, como eu costumo dizer, da carneirada, do rebanho. À semelhança do que se tem passado, injustamente na minha opinião, com Roger Schmidt este ano no Benfica, passará de bestial a besta em pouco tempo.
De mim só continuará a receber elogios. Parece já estar com o futuro destinado a um clube qualquer anglo-saxónico. Só podia. É assim, quando se é bom! Ainda bem por ele. Ainda mal pelo Sporting.
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