sábado, 8 de março de 2025

Reflexão - O que vai um homem fazer ao ginecologista? (Helena Matos)

 Cá vamos...


O que vai um homem fazer ao ginecologista?

Um ginecologista francês foi probido de exercer medicina durante um mês por ter recusado atender um homem. Acusação: transfobia. Mas o que vai um homem fazer ao ginecologista?

29 de Agosto de 2023, no consultório do ginecologista francês Victor Acharian apresenta-se um casal. A mulher tem 26 anos e marcou consulta através duma aplicação. Não conhece o médico. Mas este ao ser informado pela sua assistente que a próxima paciente é uma mulher trans declara-se incompetente para fazer a consulta: a ginecologia trata do aparelho reprodutivo feminino e a jovem que estava no seu consultório podia parecer uma mulher, vestir-se como mulher, apresentar-se com um nome feminino, tomar medicamentos há três anos para feminizar o seu corpo mas biologicamente falando continuava a ser um homem: “Eu sou ginecologista e trato mulheres verdadeiras. Não tenho qualquer competência para tratar homens, mesmo que eles tenham eliminado a barba e digam à minha secretária que se tornaram mulheres.” — escreveu Victor Acharian numa resposta ao comentário negativo feito pelo casal ao seu não atendimento.

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Rapidamente entraram em cena várias associações que fazem de Victor Acharian uma espécie de saco de pancada. Foi apresentada uma queixa na Ordem dos Médicos franceses. Entretanto o ginecologista insistia: Eu podia ter atendido essa pessoa, cobrar-lhe 80 euros pela consulta para lhe dizer que sou completamente incompetente no seu caso: é isto que ela queria? Estas pessoas estão sob tratamentos hormonais, prescritos por serviços especializados. É deles o cuidado do acompanhamento.”

A penalização surge agora: Victor Acharian foi proibido de exercer medicina durante um mês.

Mas o que este caso revela é muito mais grave que essa penalização e remete-nos para a ditadura do pensamento instituída em nome das liberdades e da igualdade e que tem o seu melhor exemplo no ginecologista a ser penalizado por dizer o óbvio: os ginecologistas tratam mulheres. Um homem pode mudar de género masculino para feminino tal como uma mulher pode mudar de género feminino para masculino  mas de sexo não se muda. Como é que dizer isto se tornou uma ofensa? Insulto? Heresia?

24 de Dezembro de 2023. No Victoria Hospital, na Escócia, a enfermeira Sandie Peggie discute no vestuário feminino com a médica Beth Upton ou mais propriamente com o homem que se passara a identificar como mulher e que por isso usava os vestuários destinados às mulheres. A enfermeira Sandie Peggie foi suspensa e o caso que chega agora a tribunal ganhou novos contornos pois os advogados de Beth Upton pretendem que Sandie Peggie se refira à médica como mulher o que a acontecer tornaria absurda as discussões que teve com Upton a propósito da sua presença no vestuário das mulheres, discussões essas que levaram à suspensão da enfermeira. É uma espécie de círculo vicioso constituído em armadilha: Sandi é suspensa do trabalho por ter discutido com um homem transgénero mas no julgamento tem de se referir ao transgénero como se ele não fosse homem…

Setembro 2024. “Olhem para o guarda-redes deles. O número 10 deles é obviamente um homem” — Observações como esta valeram a suspensão por vários jogos a duas futebolistas britânicas e a obrigatoriedade, pelo menos para uma delas, de frequentar um curso para se reeducar nesta matéria. Ou seja as mulheres estão a ser claramente prejudicadas por causa da participação de homens que se dizem mulheres, vestem como mulheres e se sentem mulheres em diversas modalidades mas depois não se pode referir que eles são transgénero.

Não duvido que um dia destes veremos vários líderes políticos a terem com o tema dos transgénero o mesmo volte-face que estão agora a protagonizar com a imigração ou com a segurança. E numa espécie de movimento reflexo as autoridades de saúde, desporto, as ordens profissionais… qual exército em manobras prontamente terão entendimentos em tudo contrários ao que defendem agora.  E nesse momento várias pessoas que até agora se mantêm em silêncio aparecerão a dar conta da sua discordância que dirão de sempre apesar de nunca se lhes ter ouvido uma palavra sobre o assunto. Quanto aos outros, os estridentes defensores destas causas e aquela legião burocrática que a impõe, nem por um segundo se deterão a avaliar as consequências do que fizeram. Com a inimputabilidade de sempre e a arrogância de quem se considera dono do futuro, prontamente trocarão  os transgéneros por outros quaisquer grupos ou temas que lhes apareçam como instrumentais.

Não me admira que o façam porque é isso que sempre têm feito. O que cada vez me cansa mais é que aceitemos tudo isso como natural. Uma espécie de destino por assim dizer.

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