Ora discursos como o do "piegas", a interpretação do país do Carnaval como opondo diligentes formigas poupadas e trabalhadoras às cigarras municipais com milhões de dívidas, o apontar dos funcionários públicos como privilegiados face aos privados, o modo como os militares profissionais foram convidados a irem-se embora se não concordavam com o ministro e mais mil e um exemplos são versões actuais do mesmo moralismo social que pode começar por ter resultados, mas que depois se transforma numa fúria colectiva que volta para trás com raiva.
JPP (In Público)
Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta. (Einstein) But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
VetValsassina (28.02.2012)
Ontem fui ao treino dos VetVals, depois de ter estado parado desde Abril de 2011 (que não nos treinos bissemanais no HPlace!). Joguei apenas atrás, e tirando um ou outro movimento e posição menos conseguidos, não me ressenti. Mas hoje não me doi nem "isto", nem "aquilo", nem "aquilitro", nem "aquiloutro".E isso é, para já, bom.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Férias-Casa Vicentina (Fev2012)
-Vista do restaurante "Eira do Mel" em Vila do Bispo, e perceves no restaurante "Sítio do Rio" na Praia do Amado
Praia de Odeceixe no final do dia, e gato inusualmente dado, que connosco esteve na Casa Vicentina
Casa Vicentina e vista no Alentejo a caminho de S. Cacém
Aspectos de Fábrica abandonada
Desporto - Figuras (CR versus João Garcia)
Estou convicto de que a grande maioria não tinha dúvidas ne escolha de uma personalidade, de entre estas duas.
Eu também não as tenho...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Sociedade - O fim das livrarias (JPPereira)
(Um texto brilhante de José Pacheco Pereira sobre o fim das livrarias)
JPP – 18.02.2012
O fim anunciado da Livraria Portugal, a decadência penosa da Sá da Costa, o fim da Buchholz, assim como de várias livrarias na província, ou de pequenas livrarias temáticas em Lisboa, mostra a dimensão de uma crise que afecta directamente o livro, mas, mais ainda, aquilo que se pode chamar o "mundo dos livros". A mesma decadência se nota em livrarias que ainda sobrevivem, cuja aproximação do fim um olho treinado percebe, como sejam as mudanças que pouco a pouco se percebem com a falta de renovação dos stocks, a invasão de títulos de "papel pintado" de uma só editora, a crise nas distribuidoras e modo como a consignação de livros é hoje feita, a caótica distribuição dos títulos, tudo isto mostra uma mudança que não é só provocada pela crise, ou pela concorrência das grandes superfícies como a Fnac, ou com as compras pela Internet.
A livraria tradicional caminha para uma dimensão de "culto", e isso permite algumas pequenas livrarias, livrarias de "autor", se se quiser, livrarias especializadas, livrarias que combinam os livros novos com os antigos, que são dirigidas por livreiros no sentido nobre do termo, pessoas que conhecem muito bem os livros, os seus leitores-clientes, o modo como o mercado, mesmo neste nicho evolui, e que usam o seu know-how para sobreviver. Mas, enquanto antes este sector, que sempre existiu, era entendido como especializado e funcionando em complemento com as grandes livrarias generalistas clássicas, agora estamos perante um dualismo entre as livrarias de supermercado, ou as Fnac - que faça-se justiça não são livrarias de supermercado -, e os espaços de "culto" dos livros. A grande livraria clássica está a desaparecer.
Veja-se o caso da Livraria Portugal, localizada num espaço privilegiado, e cuja cobiça certamente lhe acelerou o fim, para além da perigosa proximidade com a Fnac do Chiado. A livraria existia há 70 anos, fundada em 1941 em plena Segunda Guerra Mundial. A data não é irrelevante, porque em 1941 era difícil ver-se o presente sem muito receio. Portugal podia a qualquer altura ser sugado para o conflito, e, se virmos o passado com os olhos de hoje, os livros deveriam parecer bem pouco necessários e importantes. Os três amigos que a fundaram, bibliófilos que mereciam este nome, tinham um programa simples: "Levar a toda a parte e a cada um o livro necessário." A livraria cumpria-o pelos livros que oferecia, pela qualidade do seu serviço (os velhos empregados da livraria conheciam mesmo os livros), como pelo seu Boletim Bibliográfico, que não só divulgava as novidades como tinha artigos originais.
Conheço a livraria há cerca de 40 anos. Como em todas as livrarias que crescem connosco, obrigam a um trajecto próprio. Na Livraria Portugal, onde as mudanças sempre foram muito lentas, esse trajecto representava a apreensão do "corpo" e da identidade da livraria. As livrarias conhecem-se como as pessoas, e a única mudança substancial no meu trajecto interior foi ter deixado de ir ao andar de cima e ficar apenas pelo andar térreo. Mas o andar de cima era, já há muitos anos, único, porque a livraria tinha o exclusivo das publicações de uma série de instituições internacionais, a UNESCO, a OCDE, a ONU, e outras, que faziam do andar de cima uma livraria técnica muito especial. Mas o "meu andar" foi e é, até ao fim do mês de Fevereiro, o de baixo.
Entrava-se pela rua, depois de ver as montras, em particular a da direita e as vitrinas junto da porta, porque, como a livraria tinha muitos livros únicos, os que estavam expostos ou se viam à porta ou não existiam lá dentro. A primeira mesa à direita passava-a apenas com um olhar rápido: eram publicações de direito e algumas especializadas de arte, sem serem álbuns de mesa de chá. À direita - o meu trajecto fazia-se sempre pelo "corredor" da direita -, começava a animar-se, e a tornar o meu bolso mais leve, a partir da segunda mesa, onde havia uma série de publicações académicas que não se encontravam em nenhuma outra livraria. Depois havia uma terceira mesa com publicações de pequenos editores ou de autor, também sem paralelo noutras livrarias "generalistas". Começavam aí as compras. Depois fazia o mesmo corredor para trás, para a zona direita das mesas centrais. Aí, também, não sei por que mistério, apesar de estarem livros das grandes editoras, havia sempre alguma coisa de história ou política, que nunca tinha visto noutro sítio. É isso que torna uma livraria única: descobrem-se livros que nunca se viram, e essa é também a grande vantagem das livrarias. Pegar e folhear um livro, ler o índice, ou, para um incorrigível bibliógrafo, dar uma vista de olhos às referências e às citações. Com o actual panorama da distribuição, em que o "papel pintado" ocupa o espaço todo, encontrar livros diferentes "faz" uma livraria diferente.
Chegado ao fundo, onde arrancavam as escadas para o andar de cima, havia uma pequena montra de revistas, que com o tempo foi tendo cada vez menos coisas, mas na qual a Seara Nova, a Política Operária e a revista de emigrados Latitudes permaneciam valentemente até ao fim. Era na Livraria Portugal que as comprava, com excepção da Política Operária que, depois de mudar de formato, passei a comprar na Letra Livre.
Estou agora a dirigir-me à porta, do outro lado do U. Aí havia uma outra banca única, com revistas em formato livro, monografias, estudos históricos, com um número significativo de livros estrangeiros, brasileiros, franceses e ingleses. Era também aí o único sítio em que passava para trás das mesas acedendo às estantes, porque os fundos especializados da livraria eram também únicos. História, geografia, genealogia, monografias locais, portuguesas e "ultramarinas", eram já uma sobrevivência do tempo em que a livraria servia de novidades os departamentos das universidades americanas, que usavam o Boletim Bibliográfico para as suas encomendas. Olhava para o lado esquerdo das mesas do meio, mas aí já era raro encontrar alguma coisa e passava por cima da última mesa que tinha livros médicos. Estava junto da caixa, e era aqui que normalmente conversava com quem trabalhava na livraria, gente, como já disse atrás, muita sabedora que conhecia o mundo dos livros como ninguém. Numa entrevista dada ao jornal i, quando se soube do encerramento, um deles disse: "Nunca tive outra vida senão esta."
Não foi por minha falta que a livraria fechou, sempre lá comprei muitos livros e mesmo já com a Fnac em vida, fiz sempre questão de passar pela Livraria Portugal antes de subir a rua e de lá ir comprar mais uns livros. Mas o fim da livraria estava já anunciado há muito tempo. Ainda o discuti com os seus empregados, chamando a atenção para que em Lisboa não havia (e não há) uma única livraria inglesa decente, e que isso oferecia um "nicho de mercado" que ninguém ocupava. Mas sabia, como sabiam os meus interlocutores, que para arrancar um projecto deste tipo era preciso investir muito dinheiro e ninguém o tinha.
Vai pois acabar a Livraria Portugal e juntar-se às minhas memórias da velha Leitura no Porto, da Buchholz sob a férula alemã "não se pode mexerrr" e de mais alguns fantasmas. Eram livrarias de pessoas, feitas de pessoas e para as pessoas, em que os livros não eram instrumentais, mas eram um "mundo" em que todos participavam. Esse mundo está a desaparecer para o comum dos portugueses e a deslocar-se para os consumidores "de culto" ou para os consumidores de "papel pintado" e capas todas iguais, ou para aqueles que dizem que lêem no iPad e não lêem coisa nenhuma.
Parte desta mudança é inevitável, e não é má em si porque para muita gente significa que vai continuar a ler: não faço parte dos nostálgicos do cheiro dos livros, nem das más livrarias, mesmo com cem anos. Mas das boas livrarias tenho pena que despareçam e prescindo que me dêem lições de mercado e da "destruição criativa" schumpeteriana. Não é isso que está em causa, mas aquilo que, num balanço geral, feito por qualquer Deus que veja tudo, significa mais pobreza, menos qualidade, mais deserto afectivo como os "likes" do Facebook, mais tijolos da moda, e menos livros que sejam livros na mão de quem os vende e na mão de quem os compra.
O FIM DAS LIVRARIAS
A livraria tradicional caminha para uma dimensão de "culto", e isso permite algumas pequenas livrarias, livrarias de "autor", se se quiser, livrarias especializadas, livrarias que combinam os livros novos com os antigos, que são dirigidas por livreiros no sentido nobre do termo, pessoas que conhecem muito bem os livros, os seus leitores-clientes, o modo como o mercado, mesmo neste nicho evolui, e que usam o seu know-how para sobreviver. Mas, enquanto antes este sector, que sempre existiu, era entendido como especializado e funcionando em complemento com as grandes livrarias generalistas clássicas, agora estamos perante um dualismo entre as livrarias de supermercado, ou as Fnac - que faça-se justiça não são livrarias de supermercado -, e os espaços de "culto" dos livros. A grande livraria clássica está a desaparecer.
Veja-se o caso da Livraria Portugal, localizada num espaço privilegiado, e cuja cobiça certamente lhe acelerou o fim, para além da perigosa proximidade com a Fnac do Chiado. A livraria existia há 70 anos, fundada em 1941 em plena Segunda Guerra Mundial. A data não é irrelevante, porque em 1941 era difícil ver-se o presente sem muito receio. Portugal podia a qualquer altura ser sugado para o conflito, e, se virmos o passado com os olhos de hoje, os livros deveriam parecer bem pouco necessários e importantes. Os três amigos que a fundaram, bibliófilos que mereciam este nome, tinham um programa simples: "Levar a toda a parte e a cada um o livro necessário." A livraria cumpria-o pelos livros que oferecia, pela qualidade do seu serviço (os velhos empregados da livraria conheciam mesmo os livros), como pelo seu Boletim Bibliográfico, que não só divulgava as novidades como tinha artigos originais.
Conheço a livraria há cerca de 40 anos. Como em todas as livrarias que crescem connosco, obrigam a um trajecto próprio. Na Livraria Portugal, onde as mudanças sempre foram muito lentas, esse trajecto representava a apreensão do "corpo" e da identidade da livraria. As livrarias conhecem-se como as pessoas, e a única mudança substancial no meu trajecto interior foi ter deixado de ir ao andar de cima e ficar apenas pelo andar térreo. Mas o andar de cima era, já há muitos anos, único, porque a livraria tinha o exclusivo das publicações de uma série de instituições internacionais, a UNESCO, a OCDE, a ONU, e outras, que faziam do andar de cima uma livraria técnica muito especial. Mas o "meu andar" foi e é, até ao fim do mês de Fevereiro, o de baixo.
Entrava-se pela rua, depois de ver as montras, em particular a da direita e as vitrinas junto da porta, porque, como a livraria tinha muitos livros únicos, os que estavam expostos ou se viam à porta ou não existiam lá dentro. A primeira mesa à direita passava-a apenas com um olhar rápido: eram publicações de direito e algumas especializadas de arte, sem serem álbuns de mesa de chá. À direita - o meu trajecto fazia-se sempre pelo "corredor" da direita -, começava a animar-se, e a tornar o meu bolso mais leve, a partir da segunda mesa, onde havia uma série de publicações académicas que não se encontravam em nenhuma outra livraria. Depois havia uma terceira mesa com publicações de pequenos editores ou de autor, também sem paralelo noutras livrarias "generalistas". Começavam aí as compras. Depois fazia o mesmo corredor para trás, para a zona direita das mesas centrais. Aí, também, não sei por que mistério, apesar de estarem livros das grandes editoras, havia sempre alguma coisa de história ou política, que nunca tinha visto noutro sítio. É isso que torna uma livraria única: descobrem-se livros que nunca se viram, e essa é também a grande vantagem das livrarias. Pegar e folhear um livro, ler o índice, ou, para um incorrigível bibliógrafo, dar uma vista de olhos às referências e às citações. Com o actual panorama da distribuição, em que o "papel pintado" ocupa o espaço todo, encontrar livros diferentes "faz" uma livraria diferente.
Chegado ao fundo, onde arrancavam as escadas para o andar de cima, havia uma pequena montra de revistas, que com o tempo foi tendo cada vez menos coisas, mas na qual a Seara Nova, a Política Operária e a revista de emigrados Latitudes permaneciam valentemente até ao fim. Era na Livraria Portugal que as comprava, com excepção da Política Operária que, depois de mudar de formato, passei a comprar na Letra Livre.
Estou agora a dirigir-me à porta, do outro lado do U. Aí havia uma outra banca única, com revistas em formato livro, monografias, estudos históricos, com um número significativo de livros estrangeiros, brasileiros, franceses e ingleses. Era também aí o único sítio em que passava para trás das mesas acedendo às estantes, porque os fundos especializados da livraria eram também únicos. História, geografia, genealogia, monografias locais, portuguesas e "ultramarinas", eram já uma sobrevivência do tempo em que a livraria servia de novidades os departamentos das universidades americanas, que usavam o Boletim Bibliográfico para as suas encomendas. Olhava para o lado esquerdo das mesas do meio, mas aí já era raro encontrar alguma coisa e passava por cima da última mesa que tinha livros médicos. Estava junto da caixa, e era aqui que normalmente conversava com quem trabalhava na livraria, gente, como já disse atrás, muita sabedora que conhecia o mundo dos livros como ninguém. Numa entrevista dada ao jornal i, quando se soube do encerramento, um deles disse: "Nunca tive outra vida senão esta."
Não foi por minha falta que a livraria fechou, sempre lá comprei muitos livros e mesmo já com a Fnac em vida, fiz sempre questão de passar pela Livraria Portugal antes de subir a rua e de lá ir comprar mais uns livros. Mas o fim da livraria estava já anunciado há muito tempo. Ainda o discuti com os seus empregados, chamando a atenção para que em Lisboa não havia (e não há) uma única livraria inglesa decente, e que isso oferecia um "nicho de mercado" que ninguém ocupava. Mas sabia, como sabiam os meus interlocutores, que para arrancar um projecto deste tipo era preciso investir muito dinheiro e ninguém o tinha.
Vai pois acabar a Livraria Portugal e juntar-se às minhas memórias da velha Leitura no Porto, da Buchholz sob a férula alemã "não se pode mexerrr" e de mais alguns fantasmas. Eram livrarias de pessoas, feitas de pessoas e para as pessoas, em que os livros não eram instrumentais, mas eram um "mundo" em que todos participavam. Esse mundo está a desaparecer para o comum dos portugueses e a deslocar-se para os consumidores "de culto" ou para os consumidores de "papel pintado" e capas todas iguais, ou para aqueles que dizem que lêem no iPad e não lêem coisa nenhuma.
Parte desta mudança é inevitável, e não é má em si porque para muita gente significa que vai continuar a ler: não faço parte dos nostálgicos do cheiro dos livros, nem das más livrarias, mesmo com cem anos. Mas das boas livrarias tenho pena que despareçam e prescindo que me dêem lições de mercado e da "destruição criativa" schumpeteriana. Não é isso que está em causa, mas aquilo que, num balanço geral, feito por qualquer Deus que veja tudo, significa mais pobreza, menos qualidade, mais deserto afectivo como os "likes" do Facebook, mais tijolos da moda, e menos livros que sejam livros na mão de quem os vende e na mão de quem os compra.
(Versão do Público de 18 de Fevereiro de 2012.)
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Televisão - Alternativas
Enquanto que outros se vão "da lei da morte libertando" (...), outros libertam-se, em Vida. Como? Vendo programas de televisão mais construtivos como "Olhos nos Olhos com Medina Carreira, e "Justiça Cega" com Rui Rangel, Moita Flores e Dr. Marinho Pinto. Sempre é preferível a ouvir horas e horas a debater se um lance, visionado de 45 ângulos diferentes foi dentro ou fora da área ("O dia seguinte" e "Prolongamento").
Estou a lutar, em função das alternativas que existem...
Estou a lutar, em função das alternativas que existem...
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Sociedade-jornal "i"
A. R. Ferreira
Continuem que vão muito longe. Continuem a disfarçar, a assobiar para o lado, a inventar polémicas sobre tudo e sobre nada que a realidade, essa, não muda por milagre e vai cair violentamente em cima das vossas cabecinhas, quer queiram quer não. Vale a pena recordar uma coisa importante antes da discussão suprema sobre a terça-feira de Carnaval. A dívida de Portugal é a terceira maior da União Europeia e atingiu no final do ano passado 110% do PIB. Agora sim, vale a pena chorar e muito, não só sobre esta obscenidade mas também a fazer contas aos muitos milhões de milhões que esta calamidade irá custar a esta e à outra geração de lusitanos que teve a desgraçada infelicidade de nascer em Portugal. Vale a pena recordar outra coisa importante antes de se indignarem com as pieguices do senhor primeiro-ministro. As exportações portugueses não chegam aos 35% do PIB, uma miséria comparada com a média europeia. Uma calamidade que não se resolve por decreto e que só com muito investimento privado, nacional ou estrangeiro, se consegue ultrapassar. E não só são precisos muitos anos como é preciso criar condições para convencer quem tem dinheiro e projectos a investir em Portugal. Nomeadamente nos custos do trabalho, na fiscalidade, na burocracia do Estado, na justiça e na corrupção. Vale a pena recordar também, antes de se indignarem com o fim dos feriados do 5 de Outubro e quejandos, que a economia portuguesa estagnou na primeira década do século e segue pelo mesmo caminho na segunda. E não se esqueçam, indignados, queixinhas e manhosos da pátria, que só há criação de emprego quando a economia crescer acima de 2 por cento. Abaixo deste valor há estagnação ou continuará a perda irreparável de postos de trabalho. Antes de ficarem muito zangados com o custe o que custar de Pedro Passos Coelho, vale a pena recordar que o défice das contas do Estado é escandaloso e que é preciso cortar a sério e de forma estrutural a despesa pública. Custa muito, mas tem de ser. E não vale a pena andarem por aí a chorar pelo Serviço Nacional de Saúde e pela educação pública. O Estado vai ter de reduzir o défice à bruta, não gastar mais do que arrecada em impostos, isto é, tem de passar a ser uma pessoa de bem. E antes de inventarem uma nova polémica para disfarçarem a triste e violenta realidade do país, vale a pena recordar o que disse ontem um alto responsável da União Europeia, nada mais nada menos que o presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o famoso FEEF: os países do Sul da Europa, onde Portugal se situa, seus manhosos, têm de reduzir o seu nível de vida nos próximos anos. É isto que vai acontecer, seus queixinhas muito indignados com as pieguices do senhor primeiro-ministro, com o fim de uns desfiles pindéricos tão frequentados pela elite manhosa da pátria e pelo fim dos magníficos feriados que ninguém comemorava. Pois é. A vidinha está difícil, muito difícil. A festa acabou e agora ninguém sabe o que irá acontecer no futuro. Mas não há necessidade, piegas lusitanos, de inventarem polémicas ou desculpas. Isto ou vai ou racha. E provavelmente vai rachar. Sorry.
Continuem que vão muito longe. Continuem a disfarçar, a assobiar para o lado, a inventar polémicas sobre tudo e sobre nada que a realidade, essa, não muda por milagre e vai cair violentamente em cima das vossas cabecinhas, quer queiram quer não. Vale a pena recordar uma coisa importante antes da discussão suprema sobre a terça-feira de Carnaval. A dívida de Portugal é a terceira maior da União Europeia e atingiu no final do ano passado 110% do PIB. Agora sim, vale a pena chorar e muito, não só sobre esta obscenidade mas também a fazer contas aos muitos milhões de milhões que esta calamidade irá custar a esta e à outra geração de lusitanos que teve a desgraçada infelicidade de nascer em Portugal. Vale a pena recordar outra coisa importante antes de se indignarem com as pieguices do senhor primeiro-ministro. As exportações portugueses não chegam aos 35% do PIB, uma miséria comparada com a média europeia. Uma calamidade que não se resolve por decreto e que só com muito investimento privado, nacional ou estrangeiro, se consegue ultrapassar. E não só são precisos muitos anos como é preciso criar condições para convencer quem tem dinheiro e projectos a investir em Portugal. Nomeadamente nos custos do trabalho, na fiscalidade, na burocracia do Estado, na justiça e na corrupção. Vale a pena recordar também, antes de se indignarem com o fim dos feriados do 5 de Outubro e quejandos, que a economia portuguesa estagnou na primeira década do século e segue pelo mesmo caminho na segunda. E não se esqueçam, indignados, queixinhas e manhosos da pátria, que só há criação de emprego quando a economia crescer acima de 2 por cento. Abaixo deste valor há estagnação ou continuará a perda irreparável de postos de trabalho. Antes de ficarem muito zangados com o custe o que custar de Pedro Passos Coelho, vale a pena recordar que o défice das contas do Estado é escandaloso e que é preciso cortar a sério e de forma estrutural a despesa pública. Custa muito, mas tem de ser. E não vale a pena andarem por aí a chorar pelo Serviço Nacional de Saúde e pela educação pública. O Estado vai ter de reduzir o défice à bruta, não gastar mais do que arrecada em impostos, isto é, tem de passar a ser uma pessoa de bem. E antes de inventarem uma nova polémica para disfarçarem a triste e violenta realidade do país, vale a pena recordar o que disse ontem um alto responsável da União Europeia, nada mais nada menos que o presidente do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o famoso FEEF: os países do Sul da Europa, onde Portugal se situa, seus manhosos, têm de reduzir o seu nível de vida nos próximos anos. É isto que vai acontecer, seus queixinhas muito indignados com as pieguices do senhor primeiro-ministro, com o fim de uns desfiles pindéricos tão frequentados pela elite manhosa da pátria e pelo fim dos magníficos feriados que ninguém comemorava. Pois é. A vidinha está difícil, muito difícil. A festa acabou e agora ninguém sabe o que irá acontecer no futuro. Mas não há necessidade, piegas lusitanos, de inventarem polémicas ou desculpas. Isto ou vai ou racha. E provavelmente vai rachar. Sorry.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Sociedade - para mais tarde recordar...
(In Abrupto - 03.fev.2012)
Portugal prepara-se para assinar um acordo internacional, o chamado “Pacto orçamental” que não pode em nenhuma circunstância cumprir: obriga-se a não ultrapassar um défice estrutural de 0,5 por cento e a ter uma dívida pública abaixo dos 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). O resto são sanções pesadas para os incumpridores, para as quais, no meio da nossa miséria, mais vale já prepararmo-nos. Porque o que assinamos, repito, é impossível de cumprir, a não ser deixando o país completamente exangue, muito mais do que já está.
Tendo em conta aquilo que são os números do défice actual, já ameaçados pela má execução orçamental e dependentes de medidas extraordinárias como a incorporação dos fundos de pensões da banca, irrepetível por natureza, assim como pela dimensão da dívida que é impossível podermos reduzir para pouco menos de metade. Todos sabem disso, Primeiro-ministro, Ministro das Finanças, governo, Presidente, etc. Para que é que assinamos um acordo que não podemos cumprir, como Alberto João Jardim ao menos teve a clareza de o dizer? Para ganhar tempo? Para quê se esse tempo não pode ser usado para nos proteger do pior que aí vem, bem pelo contrário. Por que não podemos dizer que não a Merkel e a Sarkozy? Talvez.
Seja como for, um pouco de lucidez deveria levar a perceber que este acordo que vamos assinar, sem debate público e como condenados no pelourinho, é o mecanismo ideal para afastar Portugal e Grécia do euro e da Europa, com o resto da Europa a lavar as mãos. Então eles não assinaram? O que é que esperam se não cumprirem? Daqui a algum tempo falamos de novo, quando toda a gente estiver a por as mãos na cabeça porque o défice e divida estão longe dos valores que “pactuamos”. Então é que vai ser um bom sarilho.
ASSINAR A SUA PRÓPRIA SENTENÇA DE MORTE EUROPEIA
O chamado "pacto orçamental", que tão diligentemente assinamos de cruz, é impossível de cumprir e como tal não tem como objectivo ser cumprido por países como Portugal. O seu objectivo é o de dar um enquadramento legal europeu ao afastamento da zona euro e da UE de países como a Grécia e Portugal. Por isso, o que assinamos foi a nossa própria sentença de morte europeia. Registem, para depois se lembrarem.
Moi-Tempos difíceis - Vários
I - Graça Moura dá ordem aos serviços do CCB para não aplicarem o Acordo Ortográfico
Graça Moura afirma que o Acordo Ortográfico viola a Constituição (Foto: Daniel Rocha)
O recém-empossado presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, fez distribuir ontem à tarde uma circular interna, na qual dá instruções aos serviços do CCB para não aplicarem o Acordo Ortográfico (AO) e para que os conversores - ferramenta informática que adapta os textos ao AO - sejam desinstalados de todos os computadores da instituição.Pergunta - Independentemente de concordar inteiramente com a medida e gostar do personagem, mais ninguém quer mudar? E se amanhã a presidência muda novamente?...
II - Auditoria apresenta Grupo Sporting em "falência técnica"
A auditoria independente às contas do Grupo Sporting, pedida pela atual direção, liderada por Godinho Lopes, apresenta o universo empresarial dos "leões" em "falência técnica", apontando o futebol profissional como principal fator para os "resultados negativos crónicos".
Pergunta - Então, e ao longo de 10 ou 15 anos, porque é que não fizeram a auditoria?
III - Uma questão "da..." (em dois sentidos!) Qualidade...
(In DNotícias de 01fev2012)
O arguido Hugo Tiago Dourado afirmou hoje em tribunal, no julgamento do caso de cegueira do hospital de Santa Maria, que em julho de 2009, não havia manual de procedimentos no setor de produção de medicamentos.
Hugo Dourado, que era farmacêutico no hospital de Santa Maria quando seis pessoas ficaram total ou parcialmente cegas, em julho de 2009, e está acusado de seis crimes contra a integridade física por negligência, sublinhou que o manual só foi elaborado uma semana depois daquelas seis pessoas terem perdido a visão.
Pergunta: E antes de ter acontecido o que aconteceu, nos milhares de preparações que foram feitos, havia Manual de Procedimentos?
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Sociedade-Ted (Brian Goldman)
Uma reflexão genuína, rara e altruísta sobre o erro em Medicina
Sociedade-Ted (Alain de Botton - Ateísmo 2.0)
Uma nova perspectiva sobre o ateísmo, enviada pelo Diogo. Uma, aliás duas (...:)), lufadas de ar fresco
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Moi-Sociedade-Tempos difíceis (os desastres)
Parece que ninguém repara, ou quer reparar.
Começa a ser preocupante (!...) os consecutivos desastres existentes com navios ( mercantes e petroleiros), aviôes, comboios, etc.
Quanto a mim, haverá várias razôes que estâo na origem destes eventos.
O maior deles, e que sem dúvida aumentará exponencialmente nos tempos vindouros, é a falta de manutenção, ou uma manutenção deficiente.
A procura do lucro a qualquer preço, a crescente, mas assumida (!), falta de competéncias, a diluição de responsabilidades pelo alargamento das malhas hierárquicas, um crescente alheamento dos trabalhadores, a desmotivação para com o seu trabalho, fazem com que haja menos responsabilização num sem número de actividades que estão a montante do processo produtivo, mas que são determinantes para o seu (in)sucesso. Sejam a construção e/ou a manutenção de um avião, de um navio, de um comboio, ou de uma obra civil.
Aqui, e por paradoxal que pareça, poderão as companhias de seguros desempenhar um papel decisivo na diminuição dos riscos, já que serão elas a assumir a responsabilidade de pagar, quando sejam obrigadas a fazê-lo (...), os prejuízos dali resultantes.
Na certeza porém de uma coisa: nos próximos tempos, naufragarão mais barcos, despenhar-se-ão mais aviões, descarrilarão mais comboios, e colapsarão mais obras civis.
A ver vamos...
Livros - Cemitério dos Prazeres
Quando o Diogo me deu este livro, a primeira impressão foi péssima, já que este jovem era apresentado como ex-juri dos ídolos, ou de um qualquer programa desses da treta, que contamina a mente dos menos bem-aventurados...
O livro é de alguém que não parece ser nacional. E, na realidade, tem ascendéncia belga, o que, à partida, só o ilumina. E o livro é, na realidade, uma lufada de ar fresco. Bem escrito, avinagrado e contundente como gosto. Caracteriza-nos como é raro alguém fazê-lo. Muito bom. Com alguns lugares comuns, mas, sobretudo, com muitos, mas mesmo muitos lugares incomuns;
pela positiva, claro!
Merci Iôiu
O livro é de alguém que não parece ser nacional. E, na realidade, tem ascendéncia belga, o que, à partida, só o ilumina. E o livro é, na realidade, uma lufada de ar fresco. Bem escrito, avinagrado e contundente como gosto. Caracteriza-nos como é raro alguém fazê-lo. Muito bom. Com alguns lugares comuns, mas, sobretudo, com muitos, mas mesmo muitos lugares incomuns;
pela positiva, claro!
Merci Iôiu
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