Os atletas árabes e a polémica (??) da utilização de equipamento (não conforme?) como é o caso do véu nas competições.
Nos Jogos Olímpicos (JO) de Londres de 2012, uma das
primeiras polémicas surgidas, foi a que opôs a Federação Internacional de Judo
à delegação da Arábia Saudita. Isto, a propósito de uma das atletas daquele
país pretender usar o véu a apanhar o cabelo durante as competições, conforme
costume do país.
Proíbiu-a, numa primeira fase, aquela Federação. Ou não
usava véu e competia, ou não competia. Sei que depois houve um "
entendimento" entre as partes.
Não sei como acabou. Mas hoje em dia, e depois de tudo aquilo
a que assisto à minha volta, com perplexidade assumida e contida, poucas coisas
me admiram; no entanto, algo que me incomoda de sobremaneira, são os medos
hipocritó-políticos de ferir susceptibilidades no panorama diplomático
internacional; estes sobrepõem-se a tudo.
Pena que aquelas almas que negoceiam tudo, não se
revoltem quando naqueles países se apedrejam mulheres até à morte, ou quando as
obrigam a andar de burka, ou quando as excisam, ou quando não as deixam exercer
os mais elementares direitos. Isto para não falar naquelas escolas onde são,
desde crianças, educados contra o espírito ocidental. Isto tudo sob o manto da
religiosidade...
Se isto nao me entristecesse de imediato, arrancar-me-ia
um amargo sorriso!
Mas voltando ao judo, e para lá do "jeito" que
dá fazer judo com lenço (..penso que os fios e quejandos estão proibidos!), são
objectivas, e entendem-se, as questões que se prendem com a segurança, e que
foram de imediato avançadas pela tutela, para justificar o impedimento da
participação da atleta.
Mas no meu entender, incorrecta e indevidamente. Claro
que por detrás está a questão diplomática.
Mas o que realmente há, é um medo latente.
Medo de assumir a razão principal; e essa qual é?
Pura e simplesmente " uma questão de
princípio", algo que vai rareando nos tempos que correm, em todos os
vectores da nossa sociedade, mas, como já referi, com os receios hipócritas de
ferir susceptibilidades.
Cada vez mais, tem-se medo de invocar "o
princípio": o velho, bem sonante e rotundo "NÃO"!
Quando os ocidentais se deslocam a países árabes, sabem
de antemão, quais as regras pelas quais se têm de reger. Aceito este facto, e
não o contesto, apesar de não concordar com ele. A regra é esta!
Álcool?; religião?; formas de vestir?; direitos das
mulheres?; Sabemos todos ao que vamos, aceitamos as regras, e cumprimo-las,
mesmo que, hipócrita e muitas vezes descaradamente, os locais sejam os
primeiros a prevaricar.
Porque carga alternadíssima de água é que temos de
cumprir as regras deles, do lado "civilizacional"?
Querem usar véu em competição? Compitam entre eles, e nos
femininos, todas de burka se quiserem, ao fim de um dia do Ramadão, e fazendo a
interrupção para a oração do costume. Não há qualquer problema.
Porque é que a comunidade internacional, a grandessíssima
maioria (!!!), há-de alterar o seu referencial,
e o bom senso que resultou deste amadurecimento de há séculos "do
lado de cá", para ir ao encontro de meia dúzia de basbaques que ainda
estão na idade média no que respeita aos mais elementares direitos
civilizacionais?
Não bastava termos de nos revoltar com as injustiças que,
a toda a hora, ouvimos serem praticadas na Síria, no Irão, no Iémen, no Sudão,
ainda temos de andar com paninhos quentes, com medo de ofender os ditos?
Tempos difíceis, muito difíceis!
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