terça-feira, 20 de novembro de 2012

Moi-carta a Filipe


CARTA A FILIPE nov2012

Olé

Perguntaste-me, esta semana, num telefonema que fizeste, a minha opinião sobre a hipótese de ir para os USA, na sequência dos contactos que tens mantido.

Vou ixpilicári.

Quando me eximi a dá-la, não é - obviamente - porque o problema não é meu, ou porque a vossa vida me é indiferente. Então foi porquê?
Sabes bem, conforme disse no filme que ouvimos no casamento, que vocês (Filipe e Diogo) são a melhor coisa que me aconteceu na vida.
Se por um lado nunca tive alguém que ouvisse as minhas opções - apenas a Tia Ana, mas sempre mais a empurrar-me para a decisão que ela queria, do que a ouvir as alternativas -, por outro entendo que vocês (tu e a Filipa), tendo-se um ao outro, e sendo essa relação a mais importante, deverá ser daí, que as alternativas e apreciações se deverão fazer ouvir, com maior peso.
Ora bem, isso não invalida que não se ouça outrém...

Ok; então lá vai.
Isto de se decidir algo como partir para os USA, ou ficar em Basel, porque disso se trata, é um problema de programação linear. Mas como me esqueci desses conceitos de Investigação Operacional, teremos de reduzir o equacionamento  do problema a termos leigos. O que se ganha com uma decisão? O que se perde? O que poderá condicionar essa decisão?
Ora o condicionamento da decisão depende de dois: o futuro profissional da Filipa, que pode muito bem ter um volte face determinante no início do ano; e as opções que vocês tiverem pensado em termos familiares (ter filhos?, mudar de casa?). Eles deverão ser ponderados, e serão condicionadores da decisão a tomar. Porque eles terão de o ser. E numa sociedade que vocês já conhecem como a de Basel, opções destas, parecem-me um argumento de peso, de muito peso...
A estes, e continuando no tema das sociedades, deverão acrescer as reflexões que se prendem com a diferença entre ambas; a Suíça mais caseira, menos violenta, a americana mais fast food, mais superficial, menos parecida com a nossa.
Apesar do desenvolvimento ser mais em Palo Alto do que em Basel...
Há o surf. Mas parece-me, sinceramente, ter um peso menor. Mais uns tempos, e todos os meses virão a Portugal num fim de semana, surfar claro :)
Era, segundo percebi, para ficar 3 ou mais anos? Realmente é diferente de ficar seis meses, ou um ano, conforme te disse. Um ano, até eu me ofereceria.
Um projecto novo que seria muito importante para a ascensão na firma? Merece reflexão. Tanto mais que, segundo me tens vindo a transmitir, queres um dia dar um salto para algo diferente do que tens vindo a fazer. Será este projecto? Desta forma?
Mas a Varian não é a única empresa que existe. Nos primeiros dez anos de vida profissional (1989-1999), mudei 6 vezes de firma. Mas esses tempos eram outros, bem como o meio da engenharia em que te movimentas.
Sempre me pareceu, como bem sabes, um pouco presunçoso, e com falta de tino, aquele aconselhamento que as pessoas fazem: "Ah, se fosse eu faria isto e isto".

Tens (têm!) de se munir de todos os argumentos pró e contra, e em função deles, decidir.

Gostava, finalmente, que ficasses com a ideia de que me identifico - SEMPRE - com os problemas que me pões.
Ainda bem que ainda me queres ouvir. Fico imensamente contente e lisonjeado por isso.
Não penses que "não quero saber". Quero sempre, e se possível tudo (se pudesse ser :)). E será sempre uma opinião sincera e desprovida de quaisquer interesses; apenas me moverão aqueles que me ligam a ti emocionalmente.
Mas não quero ser visto como uma intromissão ou como uma obrigação; nunca. Quero ser uma ajuda sincera, se o puder ser.
Se quiseres, pede-me e conta-me; parte ou tudo. Estarei- como sempre estive-  aqui.

Se o não fizeres,...e foi isso,que eu pretendi dizer-te, tens ao teu lado, a pessoa mais importante para compartilhar a tua vida :)

You know what...:)

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