ARGÉLIA-mais regras
Não queria dizer apenas mal da minha estadia aqui. O que é facto é que, contrariamente a Moçambique em 2012, tenho-me ambientado sem problemas de maior, tirando um ou outro que persistem em manter o ferrete que me recorda de de que estou fora.
Faz hoje, 07 de junho, dois meses que sou aqui
Para que me lembre um dia, estou no primeiro andar de uma willa, que inicialmente está projectada para receber mais três inquilinos. Tem uma cozinha e uma casa de banho. Mas conforme referi, tenho o andar todo para mim. Já no segundo andar estão dois técnicos (um o Houcine Brachémi, acaba de se despedir) que trabalham comigo na obra. Ambos partilham o andar.
O Mustapha, o encarregado dos veículos, um Multi-task man, colocou-me os dois vidros que faltavam na cozinha, calafetou-me as gretas que havia na janela do meu quarto, e pôs a minha USB, onde tenho as séries de TV, a funcionar.
Continuo, há mais de um mês, e apesar de todas as promessas da Ryma, sem empregada doméstica.
Quanto ao quotidiano;
Nada é resolvido em tempo útil. Tudo tem um delay/atraso inerente.
Outro cartão de visita desta cultura, são as lombas que tipificam o cenário rodoviário de qualquer aglomeração urbana. A existência de semáforos é puramente decorativa, e enquanto tentativa completamente falhada de aproximação à civilização. O seu completo desrespeito fez com que as autoridades, como alternativa, implementassem estas lombas. São a única forma encontrada para obrigar os pintarolas/Xico-espertos que conduzem os tunings Seat, Peugeot e afins, a desacelerar. Os números continuam, no entanto, e de acordo com quem falo sobre este tema, a ser desconsoladores. E eu vejo porquê no dia a dia.
Se até agora a saúde me não tem faltado, a ambientação à comida tem sido positiva. Ainda não consegui fazer uma sopa como em Portugal, mas lá virá o tempo...
A fruta, os iogurtes, os croissants, até aquilo que eles chamam queijo fresco, são bastante comestíveis, praticamente igual ao que temos em Portugal senão melhor, no que aos iogurtes e sumos diz respeito.
Já corri algumas vezes (em Moçambique nem uma!) e já fui a alguns treinos de vôlei. É pouco, mas a normalização virá.
Não há, tal como em Moçambique, nem FNAC, nem CCB, nem Gulbenkian. Mas há tempo para descansar depois do trabalho, o cliente parece ser diferente do de Moçambique, há onde ir ao fim de semana (por enquanto), não se espera horas pela comida nos restaurantes.
Creio que as pessoas, depois de nos conhecerem e de saberem como somos, poderão ter uma aproximação diferente da que têm no início. Ao cabo e ao resto, tal como todos os seres humanos...
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