por FJV, em 12.08.14
A mais recente descoberta da histeria alimentar tem a ver com a frutose. Está nas primeiras páginas. De cada vez que almoço com pessoas com menos de cinquenta anos, é vulgar ser alertado para os «venenos» do meu prato; a frutose é a última loucura. Parece que o açúcar da fruta é terrível. Às vezes sou olhado de lado porque uso açúcar no café (não conheço nenhum país produtor de café que o beba sem açúcar) e assisto a conversas sobre os flocos de aveia, como se alguém no seu perfeito juízo os comesse salvo por razões de saúde (aquilo sabe mal, ponto). Não consigo uma refeição sem que apareça uma alma a contar as calorias ou a murmurar «ui, veneno...» ao verificar que molho o pão no azeite, como os meus antepassados. Se acrescentarmos a isso a abundância de 'chefs' em vez dos cozinheiros de antanho, mais a ideia de comer uma bolacha de farelo de duas em duas horas, eis um mundo estupidificado pela comida.
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