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Entendo a necessidade de termos fé em algo, mas não consigo aceitar que a fé seja um obstáculo ao questionamento e ao esclarecimento, que seja tantas vezes a aceitação do inexplicável e do inadmissível, a plataforma de lançamento do fanatismo. Um rapaz de 18 anos hoje sabe mais sobre os humanos e o cosmos do que um profeta há dois milénios. E interrogo-me frequentemente sobre a razão pela qual deus, que se revelou a indivíduos extraordinários, deixou de escolher os seus profetas globais no último milénio e meio. Serão os grandes homens de hoje - cientistas, médicos, prémios Nobel da Paz - menos merecedores e esclarecidos do que os seus antepassados da idade da ignorância?
Se eu pregasse alguma coisa, seria a dúvida, não a certeza. A pergunta, não o dogma. E só gostaria que a segurança que tenho nas minhas dúvidas fosse a mesma que os extremistas têm na sua fé - a segurança suficiente para aceitar que me questionem, e até que me insultem, sempre que quiserem, sem ter de forçar continuamente aquilo em que acredito pela goela dos outros abaixo.
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