quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Reflexão-Hugo Gonçalves no DN

Robert M. Pirsig, cientista, escreveu: "Quando uma pessoa tem um delírio, chamamos-lhe insanidade. Quando muitas pessoas partilham o mesmo delírio, chamamos-lhe religião.

Custa-me compreender aqueles que podem escolher o conhecimento (e que muitas vezes o têm) e que preferem o comodismo do engano. De certa maneira, é como se, depois de adultos, escolhessem acreditar no Pai Natal.

Numa sociedade que se pretende esclarecida*, moderna e secular, dizer que o sentido da vida ou a existência de deus se encontram num livro de ficção ou na sintonia entre o religioso e científico é uma forma de charlatanismo mais sofisticado, religião 2.0, mas não deixa de ser um piscar de olho ao delírio coletivo. Talvez por isso o triunfo do engano tenha tanta audiência.

* Um estudo de Michael Shermer mostra que entre as pessoas mais instruídas há menos religiosos. Outro, de Benjamin Beit-Hallahmi, confirma a irreligiosidade da grande maioria dos prémios Nobel nos campos da ciência e literatura.

 

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