quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Reflexão-LBC sobre preservação de edifícios

NOTÍCIA:

Teatro Tivoli e Casa Manoel de Oliveira classificados como monumentos de interesse público

A classificação do Teatro Tivoli, em Lisboa, como monumento de interesse público, foi publicada esta quinta-feira em Diário da República. O edifício e o palco já eram imóvel de interesse público, mas as alterações levadas a cabo no imóvel, bem como a construção do Complexo Tivoli Fórum, levaram à revisão da classificação.

O “caráter matricial do bem”, o valor estético, técnico e material intrínseco, a conceção arquitetónica e urbanística motivaram a decisão de proteger o edifício.

O Antigo Liceu D. Filipa de Lencastre, atual Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, já era monumento de interesse público e passa agora a ficar integrado em zona especial de proteção. O imóvel, com projeto de Jorge Segurado, faz parte de um conjunto urbano que agrega igualmente o Bairro do Arco do Cego e a Igreja de São João de Deus, “conseguido através da articulação de desenhos e escalas, num esquema de organização urbana que reafirma a indiscutível identidade do local sem anular o contraste entre a lógica racionalista do equipamento escolar e o ecletismo dos edifícios envolventes”, pode ler-se na portaria.

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REFLEXÃO

Que pena! Que pena há não sei quantos anos, quando se demoliu o Cinema Monumental, o Éden, ou outro dos que sofreram a sofreguidão do bota-abaixo lisboeta, ou de outra decisão "na altura", não tenham tido a sorte de apanhar, nos circuitos do poder, as cabeças que agora decidiram preservar estes monumentos. Que pena!

Que critérios presidiram então, a tão despudorada decisão? E agora? Porque são estes edifícios, classificáveis desta forma, e os outros não? Porque é o Tivoli passível de ser preservado, e o Monumental não? A quem se pede responsabilidades por estas decisões de (des)interesse público?

Esta incapacidade de ver à distância, antever o contexto de decisões determinantes e de interesse nacional, como é o caso, causam-me particular estranheza. Se se aliar a isto, o habitual desajeitado trejeito que temos para gerir o poder, arranjamos o caldo com que habitualmente nos temos entornado.

Não há quem veja estas contradições da nossa sociedade?

Continuamos no faz-de-conta, no pontapé para a frente.

Que pena!

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