Costa e Ventura; dois Ihhhh!!-cones...
Já passei aquela fase, creio, em que as pessoas ainda se preocupam com o que pensam delas. Talvez num ou noutro momento ainda alimente um sentimento de vergonha quando, em público, passo por um daquelas situações ridículas, seja quando tropeço por não levantar os pés como devia, seja - e como é muito meu hábito -, andar de braguilha aberta.
Custa-me assim, cada vez menos, assumir que as pessoas que, como os políticos, se deviam preocupar com o seu semelhante, o não façam.
Da mesma forma, já há muito mais tempo que deixei de confiar nos nossos políticos. Fosse pelas sucessivas trapaças, ou pelas sucessivas exibições de falta de ética ou de conduta social, há mais de 30 anos que deixei de colaborar na eleição das sucessivas hordas de trapaceiros que, diligente e matreiramente insistem em "conduzir-nos". É assim: "não gosto de levar pancada", para não ser mais brejeiro...
Vem este intróito a propósito da Festa do Avante. "Não há festa como esta", recorde-se.
Costa e Ventura têm várias características comuns; umas que não fazem mossa, como serem ambos do Benfica. Outras, como a de serem políticos e tratarem o Povinho como estúpidos, que - uma vez mais - me não surpreende...
Um apela aos mais elementares recalcamentos do homem, ressuscitando toda a espécie de fantasmas sejam eles contra os ciganos, contra os pretos, contra os emigrantes ou contra algo muito fácil de acordar a ira de cada um. "Eles não percebem"- pensa o rapaz...
O outro, mais fino, e bem mais recatado, consensualmente reconhecido (vejam-se as votações e as sondagens...) como mais equilibrado, envia -nos (mais ) uma pérola como "Não se pode proibir actividade política", a propósito da festa do Avante.
Fui uma vez à Festa do Avante ver os Xutos. Durante as 4 horas em que lá estive presenciei muitas manifestações, mas nenhuma actividade política. Reconheço que o universo da amostra não é significativo. Mas pelo que vejo e oiço, estou plenamente convencido que a Festa do Avante deveria ser incluída no cômputo geral das proibições, a par da "festa do Pontal" e de todas as outras de cariz análogo.
Custa-me que a populaça, a malta, os coitadinhos, os pobrezinhos da cuca, continuem a ser enganados subliminarmente sem uma queixa, sem um lamento, rindo, cantando, enquanto avançam para mais um (...) precipício.
Custa-me porque arrastam com eles quem não gosta, não quer, não escolheu, mas avisou dos perigos deste caminho.
Costa and Ventura; two Ihhhh!! - cons...
I've passed that stage, I think, where people still care about what they think of them. Perhaps at one moment or another you still feed a feeling of shame when, in public, I go through one of those ridiculous situations, either when I stumble because I don't lift my feet as I should, or - as is my habit - to walk with an open fly.
It is so hard for me to assume that people who, like politicians, should be concerned about their fellow men, do not.
Likewise, i have stopped trusting our politicians for much longer. Whether by successive cheating, or by successive displays of lack of ethics or social conduct, for more than 30 years I have stopped collaborating in the election of successive hordes of cheaters who diligently and on a sneaky way insist on "lead us". It's like, "I don't like to get beat up," so I don't get beat up anymore.
This introduction comes about the "Festa of the Avante", an annual celebration put up by the communist portuguese party (PCP). "There's no party like this," it is published everywhere.
Costa and Ventura have several common characteristics; some that do not immediate damage as they are both benfica fans. Others, such as being politicians and treating the mob as stupid, which - once again - does not surprise me...
One appeals to man's most elementary repressions, resurrecting all kinds of ghosts whether they are against gypsies, against blacks, against emigrants or against something very easy to awaken the wrath of each one.
The other, thinner, and much more demure, consensually recognized (see the elections and the polls...) as more balanced, sends us a pearl (another one) as
"Political activity cannot be prohibited", concerning the feast of the Avante.
I went to the Feast of the Avante once to see the Xutos, a band. During the four hours I was there I witnessed many demonstrations. No political activity. I recognize that the universe of the sample is not significant. But from what I see and hear, I am fully convinced that the Feast of the Avante should be included in the general reckoning of prohibitions, along with the "feast of Pontal" and all others of an analogous nature.
It is hard for me that the people, the people, the poor things, the poor cuckoo, continue to be deceived subliminally without a complaint, without a lament, laughing, singing, as they advance to another (...) precipice.
It hurts me because they drag with them who do not like, do not want, did not choose, but warned of the dangers of this path.
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