sábado, 2 de abril de 2022

Reflexão - LBC (Will Smith e o vice presidente da AR)

Notícia 1

Will Smith deixa de ser membro da Academia dos Óscares. Lamenta ações "chocantes, dolorosas e sem desculpa"

LBC - Um bobo nomeado pela corte de Hollywood, pago para alegrar, por uma noite, a soirée dos "eleitos" daquela cidade, decide gozar com a mulher de Will Smith, mulher que, ressalve-se, parece estar a passar por um momento menos bom em termos de saúde. Segundo certas correntes ligadas à opção "Humor democrático", ele tem todo o direito de o fazer (...). Já Will Smith, perante aquele "direito", parece não ter direito ao seu. 

Não entendo como se concebe estes "direitos". 

É-me impossível admitir haver "eleitos" para o fazer.

Porque é que o direito de um é válido e o do outro não é? 

O que é "válido" para um tem de o ser para o outro??? 

Porque é que eu tenho de me "comportar" e de seguir os parâmetros de quem, de uma forma cobarde, não os segue?

E agora, depois de ter exercido "o seu direito", é socialmente obrigado (só pode!) a vir pedir desculpa?

Não estou no mundo que escolhi, definitivamente!


Notícia 2

Pacheco Amorim e Mithá Ribeiro chumbados. Cotrim de Figueiredo também falhou eleição.

LBC - Parece que os segundo e terceiro partidos tinham direito à nomeação de um vice-presidente para a AR. a) Já não têm? 

b) é por a maioria (de esquerda) não querer?

c) é por um ter pertencido a um partido de extrema direita e o outro ser de "extrema cor"?

d) é por CF ter barba?


Aaah!, é a democracia a funcionar pá, só pode!

 

 

 COMENTÁRIO (Rui L. Maria)

"Discutamo-los!"
Reciprocidade, igualdade no tratamento... pois.

Não me parece uma proposta decente e, muito menos honesta. Parece-me questionar o "politicamente correcto" o que no período que se atravessa não será "politicamente correcto.
E aqui encontra-se a "pescadinha de rabo na boca". O que, para não ferir susceptibilidades me determina duas ressalvas.
1ª. Tenho o máximo respeito pelas pescadinhas de rabo na boca, um prato que, por razões que me transcendem, se encontra em desuso, justificável, talvez, pelo incómodo na posição, eventual conflito de higiene, porque as pescadinhas constituem uma minoria (apesar dos esforços na reposição em viveiro) ou mesmo porque ainda se encontra em fase de tentativa a legitimação das relações pedófilas.
2ª. Nada me anima contra o que cada um faz com o rabo, desde que não entenda essa opção como um direito de preferência ou modernidade. E aqui ilustro com um exemplo de relevantes qualidades didácticas, terapêuticas e competência clínica:
      "Um "coiso" foi ao médico a queixar-se de corrimento sanguíneo anal e incomodativa incontinência no controlo da retenção das fezes.
       O médico examinou-o, perante os "maneirismos" exibidos evitou perguntar a orientação sexual do "coiso", e receitou-lhe umas pastilhas com as indicações de que deveriam ser tomadas a
       a todas as refeições durante duas semanas, após o que deveria voltar à consulta.
        Dois dias depois, o "coiso" ligou ao médico queixando-se que o medicamento lhe estava a provocar uma diarreia tremenda, sendo informado que se tratava de um efeito colateral do
        medicamento, nada de preocupante, que continuasse o tratamento e, conforme prescrito, voltasse à consulta no prazo determinado.
        Quando voltou à consulta, o "coiso" apresentava um aspecto emaciado, olheiras profundas, um andar (ainda) mais esquisito e em fala lamuriante informou que "estava de rastos, com uma
        diarreia que não o deixava sair de casa, com o rabo para lá de assado, enfim, um inferno".
        E foi quando o médico o esclareceu: Pronto, agora que parece que "o senhor" percebeu para que serve o rabo, vamos então iniciar o tratamento do seu corrimento e da incontinência"

Pois, parece surreal. Tal como as duas "notícias" que propões para debate.

Esclarecido isto, o incidente (1) inscreve-se no tal politicamente correcto.
Um palhaço que só pode encontrar crédito num universo que (temporariamente, esperemos) se encontra ainda em expansão entende que pode "brincar" com tudo, incluindo o respeito pelos sentimentos alheios;
Um cidadão que exerce o seu direito à protecção de bens que lhe são caros, no caso a imagem pública e estabilidade emocional da esposa, e faz cessar no imediato uma agressão que não se encontra meramente latente mas já em curso, através de um estalo e o esclarecimento do motivo do mesmo.
Segundo as normas aplicáveis, s.m.o., configura o direito à legítima defesa.
Mas, segundo as notícias, no local, apareceu um polícia que perguntou ao palhaço (estalado porque levou o estalo) se queria apresentar queixa e eles iriam deter o agressor(?). O que o "estalado" declinou.
E o "ofendido" acaba a manifestar o seu arrependimento e reconhecer um acto menos correcto com uma fundamentação que não entendo.
Mas o Will não tem um bom advogado, e dinheiro para lhe pagar, para em momento sequente ao estalo apresentar queixa-crime pelo crime de ofensa à imagem, integridade moral e crueldade na exposição pública e jocosa de uma enfermidade da sua esposa?
É que a ofensa foi consumada, o Will fê-la cessar da forma que lhe pareceu mais adequada no momento e não tinha qualquer evidência que a poderia fazer cessar de outra forma, e informou o agressor do motivo origem do acto didáctico, e a verdade é que a fez cessar. Qual é a parte que não integra o direito de legítima defesa?
Um eventual excesso de legítima defesa é outra matéria a ser, eventualmente, esclarecida em sede própria.
E aqui dois reparos quanto ao incidente:
O absurdo do acto de contrição do Will, ao admitir como ilícita a sua reacção, acaba por legitimar o comportamento do "estalado" abrindo precedentes graves. Evidencia uma notória fragilidade moral. É que, a partir desse momento, se alguém o tentar forçar a "pôr o rabo na boca" (a pescadinha e tal...) só lhe resta entrar em contorcionismo e amochar. E em situações semelhantes, sempre se poderá afirmar que "quando foi com o Will, ele acabou a pedir desculpa" E isso não é bom.

Na notícia (2)... parece-me um caso de patologia grave na sociedade contemporânea e particularmente exacerbada na comunidade portuguesa que nada tem a ver com a nação lusitana, que daqui por uns anos ficará conhecido como ovinite aguda.
Qualquer rebanho segue o pastor nas sucessivas mudanças de local de pasto. Com confiança e bonomia na crença das boas intenções (do pastor, claro).
É bonito, bucólico, repousante, ver o rebanho seguindo, tasquinhando a erva tenra (pouquinha, mas é a que o pastor lhe vai permitindo comer) e depois, ao assobio (ou pedrada para as mais reticentes), o cão para a recondução de alguma extraviada, se desloca para outro campo. E quando o pastor acaba por conduzir os ovinácios (esclareço que me refiro à amorfidade dos ovinos e à estupidez associada aos galináceos em aplicação livre do NAO - Neo Acordo Hortográfico, e o "H" é intencional, nas esqueçamos que falamos de um "pasto") ao matadouro, o rebanho segue-o, bucolicamente, até que é tarde e acaba em costeletas, pernis e derivados.
Mas, como é legítimo concluir, é do que o rebanho gosta. Não questiona o destino final. Fica-se pela erva (mesmo que com redução gradual na quantidade e no viço) que o pastor lhe permite tasquinhar.
Após demorada reflexão continuo sem perceber as diferenças entre um rebanho de ovinácios e a massa crítica (momento da "tal" gargalhada que acaba em lágrimas) que permitiu a maioria parlamentar de um grupelho parlamentar.
"Liberdade, Igualdade e Fraternidade"
 
Lamento, fico-me por aqui, estou a sufocar com o riso e mal enxergo o monitor do portátil com as lágrimas.

Donde se conclui que já não se formam clínicos como antigamente, e, muito menos, que subsistam boas intenções no exercício da pastorícia dos avipenudos (outra  aplicação livre do NAO - Neo Acordo Hortográfico)

BFS
Abraço 


COMENTÁRIO (José S.S. Azevedo

1. Ao ‘episódio WS’ foi dado maior relevo pela comunicação social do que à própria consagração dos vencedores dos Óscares, basta ter havido uma estalada em directo… Daí até andarem a inquirir humoristas (ou pretensos humoristas) sobre os designados ‘limites do humor’ foi um saltinho.
2. Foi nessa qualidade que por mero acaso ouvi o Bruno Nogueira - a quem não acho a menor piada, confesso - e, tenho que dizê-lo, nem percebi o alcance de tudo o que ele disse, debato complexa a argumentação aduzida.
3. Para mim, o tema é simples - sim, há limites para o humor, assim como há limites para muitas outras manifestações: o maior de todos é o respeito pelos outros. Neste caso, não houve!
4. Não, não concordo com a reacção, com a estalada. Teria preferido ver o WS sair da sala, acompanhado pela mulher, alvo da falta de respeito, mesmo she indirectamente…

Quanto ao episódio da nomeação dos VP da AR, foi simplesmente vergonhoso. Se, quanto aos nomes propostos pelo Chega, já se sabia qual seria o resultado, quaisquer que eles fossem, a rejeição do Cotrim de Figueiredo é ridícula. Demonstra, contudo, aquilo que já todos sabemos - que a política é uma coutada em que só alguns podem caçar! Mesmo sabendo que nenhum deputado é obrigado a aceitar os nomes propostos por outros partidos… ou pelo próprio.

Abraços 

COMENTÁRIO (Ana P. Antunes)

 Quem é este palerma?

2 comentários:

  1. 1. Como estamos num mundo de liberdade (será?) os humoristas podem dizer impunemente tudo o que lhes vem à cabeça. Eu não concordo; a violência não é só física e em muitos casos a verbal é pior, e a coberto do humor não se pode dizer tudo o que nos apetece. Por outro lado o agressor teria feito melhor em sair da sala em vez de dar a chapada, mas isto visto de fora e 'a posteriori' é mais fácil.
    2. Quanto ao chumbo dos candidatos à vice presidência, o que me parece mal é a contradição entre o direito a ter um vice e o direito de se poder rejeitar o(s) nome(s) proposto(s). Mas como não conheço a redação das regras do regime parlamentar fico-me pelo 'me parece'.

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  2. Num mundo de direitos iguais, num mundo moderno, no mundo de hollywood, em que tudo é permitido (ao que parece), segundo os que fazem as tendências e dominam o espaço dos midia, não sei o que dizer do caso do Will e do Chris (e da mulher do Will), pois pelo que me apercebi, a mulher (do Will) não se levantou não gritou, ou como fazem as "senhoras de bem" pede licença e sai da sala, etc. A mulher (do Will) é actriz, tem gestores de imagem, dá entrevistas, é mãe, e cidada americana. O Chris é um colega DELES de profissão. O Chris disse piadas de mau gosto? não sei porque não as ouvi, nem li, nem quero saber, mas decidam-se, ou voltamos aos tempos "do cavalheirismo", dos D. Quixotes, ou são todos adultos, os envolvidos e de direitos iguais tal como as responsabilidades! Como referi no inicio, deve ter sido por isso que o Will, foi corrido (e acho que bem), o Chris, vai continuar na sua vida a mulher (do Will) idem, mas talvez confusa... entre voltar ao passado, ou ficar no presente, e futuro.

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