Reflexão - LBC (no Observador)

(enviado em Junho ao Observador) 

Bom dia.

Para que não subsistam quaisquer dúvidas, achei o texto de fácil leitura com um objectivo generalista, naturalmente compreensível pelo público alvo a que se destina.Questiono-me, no entanto, mas sistematicamente, quando leio trechos análogos, escritos por especialistas - na maioria das vezes, médicos -, sobre a mais valia que dali advém. Apesar de bem escrito e de interpretação fácil, sem qualquer mais valia alguma! Tudo aquilo já se sabe, já foi antes transmitido em diversos blogues, sites ou programas de televisão de audiência vulgar. Quem fez ou faz desporto, em determinado âmbito, tem consciência do objecto do texto. Nada é novo. Fico sempre a matutar se a superficialidade do que ali leio não decorre de uma possível inabilidade minha. Tento explicar(-me!) que o perfil do receptor é total e radicalmente distinto do do emissor; logo, a mensagem, por de muito mais fácil percepção, tem um público alvo bem determinado.Quem escolhe ler aquele artigo fá-lo para ter uma mais valia. Não a detecto, confesso.Mas acabo, irremediavelmente, por tentar desculpar a vulgaridade do conteúdo com a desculpa do costume: quem fez o texto preocupou-se mais com a "universalidade da amostra” e com a literacia de quem vai ler; mas não com o nível intelectual. Gostaria de ler textos que, sem roçar a vulgaridade, mas sem se tornarem "defesas de tese", pudessem trazer à liça verdadeira mais valia. Fossem trechos científicos, políticos ou de outra ordem.Há múltiplos exemplos no Observador, verdade seja dita. A título de exemplo, e sem qualquer exaustividade, diversos textos sobre a discussão em torno da localização do novo Aeroporto,  textos sobre a morosidade da justiça. E, num nível mais específico, os problemas da construção de novas habitações.De índole médica, o que tenho lido não me satisfaz. Pecado meu, certamente.Para que não haja equívocos, reitero o gosto que tive na leitura do texto. Mas gostaria de ter mais. Pressinto que não o terei nos textos médicos.