terça-feira, 19 de julho de 2011

Moi-Reflexão - Sociedade do faz de conta

Hipótese: Qual a semelhança entre o discurso do contingente de jogadores estrangeiros, que no início de cada época invade a pátria nacional, e o de algumas das pivot dos nossos principais programas de televisão como Maria Flor Pedroso (aquela que, obstinadamente, tentou durante longo tempo entrevistar Marcelo Rebelo de Sousa) como Fátima Campos Ferreira (a que, no Prós e Contras, com a sua voz pseudo-militarista, diz a maior resma de banalidades e lugares comuns do universo televisivo), e a Clara Pinto de Sousa (onde é que eu já li este nome??), jornalista que habitualmente, fala alto e - tal como a FCF -, de um modo proto-draconiano?

A resposta é que fingem que falam, e ainda dão espectáculo. Tal como os jogadores recêm chegados.
Passo a demonstrar.

 Enquanto que a eles os enfarpelam sob um estilo inenarrável (cachecol sempre a condizer, camisola do clube a rematar), os penteiam com o novo penteado que a moda lhes impingiu por aquelas cabeças de amendoim abaixo, eles correspondem, vomitando o "grande clube em que passam a estar", o "obrigado", e outros disparates de altíssimo gabarito vocalo-linguistiko-luzitâniku.

Enquanto que a elas as apinocam, assim como animaizinhos que fossem fazer um número de circo, com vestidos proto-chiquérrimos, as mascaram (sim, porque aquilo não é maquilhagem!), as aperucam, elas então, correspondem..., bem, não sei como ponha isto melhor mas,...abrindo a boca, pronto!

Quando elas abrem a boca, contemplo-as, boquiaberto, estático, qual AVC recente; elas a dizerem clichés com um ar seríssimo e sereníssimo, metendo autênticas "buchas" com um ar superior, profundamente conhecedor (Ah, grande Groucho!!), tecendo proto-comentários, sempre vazios de conteúdo claro, ao que os entrevistados (estes sim, regra geral, entendidos!) acabam de explicar. Tudo isto sem que um daqueles (que se calhar até bate na mulher quando chega a casa), diga, com o ar mais natural deste mundo, "ó querida, vai lá dormir com o outro que te pôs aqui, porque isso é que deves fazer bem".

Não sei como é que "estas figuras" conseguem conviver no seu dia-a-dia, sem reflectirem e se questionarem: - ora deixa-me cá fazer o rewind, e ver como foi a minha condução do debate.

Temo por aquilo que então virem. Temo igualmente, mas sobretudo, por aquilo que não conseguirem ver.
Ontem (18.07.11), no Prós e Contras sobre a Europa, e em que eram intervenientes João César das Neves, Viriato Suromenho Marques, Ferreira Amaral e Pedro????, contam-se pelos deditos de uma mão, as vezes que os intervenientes interromperam o raciocínio, para corresponder a um dos comentários (...) da moderadora, FCF. Que vergonha! Será que não têm olhos nem ouvidos para avaliarem a figura que fazem??Ou simplesmente não querem, porque já sabem que dormiram com a pessoa certa?...(juro que me rio com o facto de os intervenientes no debate, não lhes ligarem puto em 90% das vezes.
Por vezes só a educação, o decoro, e a (real) superioridade, senão a comiseração, os impede de exteriorizar o que lhes vai na alma...

Conclusão: ambos dão espectáculo, eles de uma maneira, elas de outro. Ambos fingem que falam; eles de uma maneira, elas de outro


Confesso que, ter uma mulher daquelas (ou um homem daqueles) em casa, só pode constituir-se num desafio! Psiquiátrico, entenda-se.Pobres maridos, pobres mulheres...

PS - Para que conste, gosto de ouvir a jornalista da SIC notícias, Ana Lourenço. Em todas as intervenções em que a ouvi, e contrariamente às azémulas de que já falei, ela não se quis ouvir (...), antes fazendo as perguntas (muito certas!!!), deixando o entrevistado responder, e no fim, se subsisitir, recolocar alguma dúvida, sem interromper cons-tan-te-men-te, como as outras pobres fazem,  o raciocínio do entrevistado. Até no episódio do Santana Lopes, não desatou, patéticamente (como é apanágio dos homónimos da classe), a defender a camisola à tonta. Se não se perder, temos - até que enfim -, uma jornalista.

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