segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Moi-Reflexão - "O nosso capitão", cap. III

24Maio10
“O nosso capitão”

Em 24.05.10 jogámos, na Covilhã, contra a selecção de Cabo Verde. Empatámos a zero.
Não me impressionou nem a exibição, nem o resultado, nem sobretudo, o Carnaval que, nestas alturas, se instala à volta da selecção.

Agora o que me fascinou mesmo, mas mesmo mesmo, foi a tentativa descarada, escancarada, mas – felizmente – frustrada, do ex-maior jogador do mundo, da estrela mais mediática do nosso futebol, enfim, do “nosso capitão”. Aquela mão dissimulada, apenas vista na repetição do lance, arrancou-me um triste e sereno sorriso.

Que lindo voo, que intencionalidade, que golpe de cabeça, que azar, que etc.., foi o que a maior parte dos que assistiram ao jogo, pensaram.
Ah! Que pena, o gajo merecia, foi o pensamento subliminar que (vos?) perpassou por momentos.

Mas não. Os jogadores de Cabo Verde viram algo que não estaria conforme. E o árbitro apitou, e…amarelou o “nosso capitão”. O “nos-so ca-pi-tão”, repito.
Fiquei entre o incrédulo e o estupefacto. Cartão amarelo por uma cabeçada? Terá empurrado o adversário?
No fundo, no fundo, estava à espera de um momento destes, por parte do “nosso capitão”. Que não no Manchester, claro. Aí, as gentes são outras, e certamente lhe terão, desde o início, feito ver que “assim”, não.
Confesso que não recuperei do baque até ao fim do jogo.

Estranhamente, no final, comentava-se as (24) escolhas do seleccionador, o flop do treino da véspera, o resultado, o desabafo de um ou outro jogador relativamente ao comportamento do público, etc. A mão do “nosso capitão”, não.
Pois para mim, e desculpem-me “os traquitanas”, “práfrentex”, e besuntas, foi o facto do jogo. Não o resultado, não a exibição, não o que os media e os seus muchachos nos querem impingir.

Nos tempos que correm, em que Portugal é visto (confirmado…) como um país com “dificuldades de vária ordem”, surge “o nosso capitão”, a confirmar o difícil momento que atravessamos…e a ajudar. De uma forma um pouquito deficiente, diga-se.

Mas será que no final ninguém lhe diz nada???
-Epá, ó CR9, isso não te fica bem. Ainda se fosse contra a França do Henry…
- Ó C, agora que a malta precisava de credibilismo (versão futebolesca!) andas a fazer estas cenas meu!
-Epá a malta já sabe…agora, não confirmes!!!


Confesso que já há algum tempo não permanecia boquiaberto, no sofá, durante alguns minutos, a tentar recuperar do acontecimento.

Agora vou preparar-me! As próximas surpresas, serão o Mourinho ser campeão no Sporting, ou a França campeã do Mundo, depois do que se passou no jogo com a Irlanda, com a mão do Thiérry Henry.

Será que algum dia deixaremos de ter estes vírus endémicos de crápulas mal paridos?


30Jun10
“O nosso capitão – 2”
Ontem, 29 de Junho de 2010, na África do Sul, Portugal defrontou a Espanha, tendo perdido o desafio dos oitavos de final. Perdeu, e bem. Porque não atacou, porque a Espanha é melhor, porque o guarda redes Eduardo não pode fazer tudo, etc, etc.
Mas o que me impressionou mesmo, o que me incomodou particularmente, o que me revoltou deveras, foi (uma vez mais) “o nosso capitão”.
E porquê? Basicamente por três razões; a primeira, e descaradamente mais evidente, porque nestes jogos, ele simplesmente não sabe jogar. E, mais grave, ninguém tem coragem de não o pôr a jogar. Ontem, parece que foi demais, por causa do coro que ouvi em torno deste facto ( de há anos!!!). Um cataclismo, um desastre, uma miragem, mas básica e realisticamente, o costume.
A segunda, foi aquele gesto (mais um…) de tão fino corte, mas que define o carácter do autor; no final do jogo, cuspiu na câmara que o acompanhava ao longo do relvado. Não sei se alguém mais viu (…)!! E porquê? Porque,  uma vez mais, e tal como a mão no jogo contra Cabo Verde, os media e os comentadores (mas estes também não vêem o jogo que eu vejo…), trataram de se “esquecer”.
Finalmente, “as declarações”. Já “devidamente equipado”, fazendo jus à sua origem feitio, carácter, estatuto, educação, etc., e depois de ter cortado orelha e rabo, encerrou a faena, com saída em ombros; remeteu “para o Queiroz” eventuais explicações do sucedido.
O nosso capitão. O nos-so ca-pi-tão!
Até quando?
Cá vamos, cantando e rindo…
PS – próximos episódios, já a partir do s jogos de qualificação para o Europeu…

14nov2011 - o nosso capitão (capítulo III)

...preparando o empate na Bósnia

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