Não sei em que ano, o meu avô (Ernst Emil Richard) Schmidt, cidadão alemão nascido na Alemanha em Konigsberg, e casado em segundas núpcias com a minha avó Aida, membro, em Portugal, durante a guerra, da Abwehr, levou-me num dos seus sempre enormes Mercedes, ao cinema. Fomos ver, então, o Fu Manchu ao Avis. Conhecia, na altura, o "dono do cinema", o Tenente Favita. Nunca esquecerei, já que no intervalo decidi vir cá fora, e lembro-me perfeitamente das caras das pessoas a olhar para um menino, já na altura pequeníssimo, com 7 ou 8 anos, a ver um filme para não sei que escalão etário, mas certamente para mais de 18!
Lembro-me da minha avó me perguntar, já no carro, qual a minha opinião sobre o filme. E lembro-me da minha resposta: tecnicamente gostei! Repetiu-a ao meu avô: "estás a perceber? Técnicamente gostou"
Isto tudo a propósito da morte de Christopher Lee. Sempre um "second actor" nos diversos filmes, fosse no 007 ou no senhor dos Anéis. Com uma figura imponente e uma voz inconfundível, é mais um de que vamos ter saudades. E nos tempos que correm, já não se escolhem, nem vozes, nem dicções, nem nada! Apenas se se é bonitinho/a...
The Economist (13.06.2015)
...It helped that, even when he was offscreen, Lee seemed so formidably classy. Here was a man who could speak five languages, who served as an RAF intelligence officer during the second world war, and who was happily married to a Danish model and painter, Birgit Kroencke. He was also a step-cousin of James Bond’s creator, Ian Fleming, and quite apart from co-starring in a Bond film, he had a 007-like mix of the archetypally British and the exotically European: born in Belgravia, his father was a Boer War lieutenant, his mother was an Italian contessa, and he attended school for a while in Switzerland. Suffice to say, they don’t make ‘em like that any more...
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