Para lá de ter sido um espectáculo de duas horas em pé (Filipe!, querido filho!, o teu pai fez 50 e dez anos!!, não me lembro do mal que te fiz para me ofereceres um bilhete destes :)), de ter tido alguns jovens da mesma idade e outros bem mais novos à minha volta, ter ficado com metade dos gajos com 1,80m (ou mais) de altura à minha frente, foi agradável recordar o "Lazy", o "Black Night", o "Strange Kind of woman" entre outras. O som, aquele som dos DP com a sonoridade inconfundível do órgão, com aquela guitarra eléctrica e a voz do Ian Gillan, continua cá dentro. E com ele, claro, a saudade dos bailes e daqueles tempos tem de vir à tona! Grandes tempos!
De resto, alguma malta continua a querer charrar, beber, fumar, etc., mais do que assistir propriamente ao espectáculo.
A repetir mas...sentado :)
'Grande Adeus' dos Deep Purple aterra em Lisboa
Acaba hoje na capital portuguesa a primeira parte da digressão da banda inglesa. Seguem-se os Estados Unidos, naquela que poderá ser a última grande viagem pelos palcos.
Qual a canção que já foi cantada 2929 vezes por 197 artistas, entre os quais Black Sabbath, Yngwie J. Malmsteen, The Smashing Pum-pkins, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden, Joe Satriani, Ten Years After, Pat Boone, The Cult, Fairport Convention, Green Day, Luciano Pavarotti, Procol Harum, Sepultura, The Stone Roses, Uriah Heep, Steve Vai e Whitesnake? Que foi ouvida pela primeira vez num concerto em Minneapolis a 11 de julho de 1971? Que todos os que alguma vez pegaram numa guitarra nas últimas quatro décadas aprenderam os seus acordes iniciais? Que a banda que a compôs tocou-a pela última vez em palco em Espanha este fim de semana? E que vai poder-se ouvir em Lisboa, no Meo Arena, hoje na 16.ª posição de um alinhamento cheio de sucessos? A resposta é fácil: Smoke on the Water, dos Deep Purple.
É isso mesmo, os Deep Purple regressam hoje a Portugal numa digressão mundial em que vão interpretar os grandes temas de cinco álbuns míticos: InFinite (o mais recente), Fireball, Deep Purple in Rock, Now What? Perfect Strangers e Machine Head (onde está Smoke on the Water).
Ficam a faltar alguns temas importantes para os fãs de outros álbuns da época dourada da banda, mas nunca cabe tudo, mesmo que não seja esquecida a versão de Hush, de Joe South, aquele primeiro grande sucesso destes britânicos e que chegou ao quarto lugar da lista norte-americana da revista Billboard. Ausentes do alinhamento estarão Hey Joe e I"m So Glad que tornaram a banda conhecida no final da década de 60 mal apareceram, quando os solos de guitarra que nunca mais terminavam eram a marca do grupo, nem quando o seu primeiro álbum, Shades of Deep Purple, abria o caminho do sucesso para uma entre muitas bandas de rock que pipocavam na Inglaterra.
Anos depois de 1968, os Deep Purple foram passando por várias formações, mas continuam a ter alguns membros fundamentais nessas trocas, dos quais só Ian Paice (mesmo do início) e Roger Glover estarão em Lisboa. Para os fãs dessas várias formações a não presença de nomes como Ian Gillan, Ritchie Blackmore e Jon Lord são um pecado. Até mesmo as de David Coverdale e Glenn Hughes, de formações posteriores! Mas, as bandas mudam e só os sucessos ficam, daí que baste fechar os olhos e ouvir o alinhamento escolhido para perdoar estas alterações constantes, pois está lá a principal produção musical desta banda e pensar que pode estar em palco a formação de 1984, com Ian Gillan, Jon Lord, Ian Paice, Roger Glover e Richie Blackmore...
Afinal, quem vai ao Meo Arena sabe que está perante uma banda que vai comemorar cinquenta anos em 2018, coisa que não assusta o baterista Ian Paice, tanto que há pouco tempo disse que os Deep Purple ainda são uma banda em que os seus membros não perderam as características dos adolescentes que já foram. No entanto, também teve de dar explicações aos fãs escandinavos pelo cancelamento de vários espetáculos no que seria o início desta digressão porque teve um mini- ataque cardíaco. O que se poderia ter tornado um momento único ao longo de todas as formações pois tornar-se-ia a primeira vez em que não subiria ao palco num concerto dos Deep Purple.
O que se ouvirá nesta vinda a Lisboa dos Deep Purple? O alinhamento diz tudo (ver caixa), mas é também um espetáculo que integra a promoção do novo álbum saído em abril, o vigésimo, intitulado InFinite, e que faz parte de uma gigantesca digressão mundial: The Long Goodbye Tour. Que poderá ser a despedida da banda das grandes digressões, como Ian Paice já admitiu: "É uma digressão gigante. Poderá ser a nossa última, ninguém sabe o que vai acontecer. Mas não temos planos, mesmo que seja óbvio que já não temos 21 anos e isto fica mais difícil."
A chegada da banda a Lisboa acontece depois de três espetáculos em Espanha, Bilbao, Barcelona e Madrid. Portugal marca o fim da primeira parte desta digressão, seguindo-se a segunda etapa nos Estados Unidos, onde estarão em agosto e setembro. Aí, terão como bandas suporte Alice Cooper e The Edgar Winter Band, numa expedição que começa em Las Vegas e terminará em Cincinnati, sem parar em Nova Iorque (!). Em novembro, voltam à estrada para compensar os espetáculos cancelados no Norte da Europa, seguindo depois pelo Reino Unido - Escócia, País de Gales e Inglaterra, terminando em grande na Arena O2 em Londres, a 23 de novembro.
A formação dos Deep Purple será: Ian Gillan na voz, Steve Morse nas guitarras, Roger Glover no baixo, Ian Paice na bateria e Don Airey nos teclados.
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