domingo, 21 de fevereiro de 2021

Reflexões - Várias

(Paulo Tunhas no Observador)

...

Sabem que são boas pessoas se se opuserem ao racismo. Pensam ser boas pessoas porque se opõem à destruição do ambiente. Querem ter a boa «atitude», e essa é a razão pela qual os que não têm a boa atitude são expulsos das universidades ou do seu trabalho por razões insignificantes. Antes, era-se excluído da Igreja, hoje é-se excluído da vida pública”. Face a isto, face à ameaça da intensificação a níveis nunca vistos de algo que já ocupa uma boa parte do nosso quotidiano, face a esse maniqueísmo que generalizadamente tomou conta dos espíritos, não vejo como não preferir uma posição como a de Trump, que finalmente representa sobretudo a barreira possível contra a verdadeira loucura que ameaça tomar conta de tudo...


(Rui Ramos no Observador)

...É possível uma democracia com uma sociedade fraca e dependente do Estado, e um Estado dependente de ajudas externas, ou por outra palavras: é possível uma democracia sem verdadeira autonomia dos cidadãos e da sua comunidade política? É possível uma democracia com um Estado ocupado há um quarto de século por um mesmo grupo partidário, sem perspectivas de alternância, a não ser em caso de catástrofe? É possível uma democracia onde o poder é sustentado por partidários confessos de ditaduras? É possível uma democracia com instituições minadas por suspeitas de amiguismo e de corrupção? É possível uma democracia onde décadas de estagnação económica e de constrangimentos financeiros tiraram qualquer relevância a propostas de governo alternativas? É possível uma democracia onde, por tudo isto que ficou dito, mais de 50% dos eleitores já não parecem acreditar que valha a pena votar? É possível uma democracia onde, com esse nível de abstenção, o governo pode perpetuar-se confiando apenas no voto fiel da minoria de clientes e beneficiários do poder, como nos regimes não democráticos do passado português?


(Alberto Gonçalves no Observador)

Também pensei em escrever sobre a luta do Ministro dos Transportes para manter a TAP nas mãos dos portugueses. Mas uma simples crónica não seria agradecimento bastante pelos esforços do fulano, que prometeu dividir por todos nós os lucros da companhia, no dia, lá para 2860, em que a TAP os der. Os invejosos, e anti-patriotas, criticam o dinheiro que a TAP custa aos contribuintes e ignoram o dinheiro que lhes poupa: só esta semana, a TAP adiou a compra de 15 aviões e poupou 800 milhões. Para a semana, adia-se a compra de 30 e embolsam-se 1.600.000.000€. De uma empresa assim vale a pena ser accionista.

Por fim, quase escrevi sobre o advento da “linguagem inclusiva” às Forças Armadas. Mas um momento histórico merece celebrações e não textos. Se há coisa de que a tropa necessita é de moderação na linguagem. Os leigos é que não sabem das indecências que se passam lá dentro: há documentos militares que, sob a assinatura, legendam “o requerente”, em lugar de “o/a requerente/o/a”. E, pelos vistos, há instrutores malformados que berram: “Porta-te como um homem!”, em lugar de “Porta-te como homem, mulher, género fluido ou o que te aprouver, se não for incómodo, sim?” 









Sem comentários:

Enviar um comentário