Estamos na fase do "dá-lhes papinha que eles comem tudo", ou seja, todas as boas mensagens desejadas passam limpas. Nos primeiros anos de Sócrates também foi assim e, no caso de Sócrates, até durou muito. Agora não vai durar tanto, mas é impressionante como a comunicação social "engole" tudo o que se lhe coloca no prato, quando as mensagens são tão evidentes, tão explícitas, e quando é tão claro o que se pretende obter como efeito de "imagem", que não é possível consegui-lo sem cumplicidade.
O tempo agora é para se dizer que todos são sacrificados, todos ganham menos do que deviam, nada custa mais do que custava. Todos os dias ficamos a saber que alguém no poder ganha hoje menos do que ganhava, ou é um benemérito da coisa pública e prescinde de receber salário, e tudo o que é alto cargo da administração é preenchido sempre com redução de custos, e, mesmo as férias, só em praias "sobrelotadas". Há duas razões para isto ser mau para a nossa vida cívica. Uma, é mostrar mais uma vez a debilidade da nossa comunicação social: por exemplo, algum dos números de poupanças na CGD com a nova administração foi verificado ou pode ser verificado a não ser daqui a uns meses? Não foram os jornalistas que fizeram as contas, pois não? Foi alguém que lhes deu o número redondinho, a papinha. Outra, é o rastro de demagogia que tudo isto deixa e que, mais cedo ou mais tarde, paga-se a dobrar. Estudem o Correio da Manhã no início do "socratismo" e no fim, para perceber como estas coisas evoluem.
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