Era um sportinguista equilibrado, daqueles com os quais se pode falar educada, longa e "elevadamente".
E quanto ao humor, era único. É um lugar comum dizer que não se conhecia alguém como ele. Neste caso, é. Confirmo-o e reafirmo-o. Os comentários que saíam dali, eram de um sarcasmo, sem ponta de maldade, nem de crítica destrutiva. Puro humor, simples e oportuno. De se ficar embasbacado com o óbvio e com aquela forma particular de o constatar. Vou-me recordar de ti, e da tua forma muito peculiar de gozares (com) a vida.
Lembro-me quando me emprestaste o tm num jogo em Alvalade com a Académica (...); quando almoçámos a última vez com o Tó Madeira na Varanda; quando (ainda com a São) fomos ter contigo a Sesimbra; quando te (vos) apresentei (em São Lourenço), a Isabel, que de imediato simpatizou contigo pelo sentido de humor e pela forma verdadeira e genuinamente descomplexada como se lhe dirigiste; quando me mostraste as novas instalações para os "nossos antepassados", no zoo em Lisboa. E claro que me lembro, quando, em Novembro de 1998, me falaste da hipótese da Consulgal...
Lembro-me, também, das últimas vezes que me atendeste o tm, e com outra voz, foste adiando, ad eternum, o nosso encontro. Carregavas já contigo, a silenciosa, e conscienciosa suspeita de podermos não vir a estar novamente juntos.
Ontem, quando cheguei e cumprimenteia tua mãe (a “D. Arlete”, lembras-te?), ela, com um calmo, conscencioso e sentido ar cúmplice, disse: "o nosso amigo foi-se embora".
Pois foste. E tal como acenaste no almoço da Saísa (foto 2), até já Zé.
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