terça-feira, 24 de julho de 2012

Moi-reflexão-Aquele fim de tarde no supermercado...


Aquele fim de tarde no Supermercado

A primeira vez que a vi, confesso que de imediato me chamou a atenção. Apesar de uma ou outra ruga matreira, uma tez um pouco pálida, demais para o meu gosto, rapidamente o seu look me tocou  no fundo.
Era um fim de tarde numa grande superfície, quando todos e todas, regressando da labuta diária, e no meio da habitual e rotineira confusão organizada, fazem as compras para o jantar.

Passei por ela uma primeira vez, sem que fosse notória uma primeira aproximação, um primeiro chamamento.

 As pessoas movimentavam-se naquela cadéncia que não permite o contacto visual imediato, e que as faz parecerem robots com tarefas predestinadas. E naquele fim de tarde, confesso que era significativo o número de beldades em circulação.

Foi num segundo momento; o nosso olhar entrecruzou-se; desviei-o de imediato naquele instinto que sempre tive, e com o qual pretendia demonstrar não ser um comum macho, daqueles que sempre ficam perplexa e aparvalhadamente a olhar o sexo oposto, ao mesmo tempo que, inadvertida e descontroladamente se babam.
Mas não me contive, e de imediato tornei a olhar. Lá estava ela; e aquele olhar; e aquelas formas, sim!, aquelas formas!!

Mantivemos o olhar por momentos, sem o desviar, mas denunciando serem dois olhares inocentes, genuínos, de pura atracção recíproca. E assim continuámos.

Estendi então a mão devagar, não sem algum receio. Não era assim, naquele local, daquela maneira, que me podia dar a avanços desta índole.
No entanto, ela não se opôs; nenhum movimento.
Arrisquei um pouco mais, e toquei-lhe; quão macia era a sua pele. Pareceu-me sorrir ao de leve para mim; retribui-lhe. A minha mão avançou mais um pouco. Levemente, fiz menção de lhe pegar, e puxar. Senti, naquele momento, e através daquele toque, que a tinha de alguma forma conquistado.

A minha mão enrolou-se-lhe em torno daquele redondo matreiro.  Rimo-nos com o momento; aliás, rimo-nos com tudo,  e de tudo, porque tudo descontrolado estava.

Tudo se precipitava. Puxei-a levemente, de mansinho; acedeu; seguiu-me. Metemo-nos no carro. Arranquei; foi um ápice até casa. Abri a porta, peguei-lhe, e empurrei-a. Não nos contivémos, e por isso ficámo-nos ali logo, pela cozinha.
Peguei-lhe com as duas mãos. Senti-lhe uma vez mais o peso, atirei-a para cima da bancada, e mirei-a uma vez mais. Confirmei.
Saquei da faca e cortei-a.

 Que meloa!!

Sem comentários:

Enviar um comentário