...E depois há um
"não só" que se agiganta todos os dias e seria bom que o Governo se
apercebesse de que aí é que está a "tempestade perfeita": a questão
da igualdade e justiça dos sacrifícios. E aqui o Governo tem mostrado ser
submisso aos poderosos, à EDP, aos interesses dos bancos, aos donos das PPP, à
elite de poder que circula entre a política as grandes sociedades de advogados,
as consultoras, as administrações, etc. É verdade que mesmo esses já perderam
alguma coisa, mas foram apenas beliscados, tocados ao de leve, se compararmos
com o desastre absoluto que é estar desempregado aos 40 anos, sem qualquer
esperança de voltar a ter emprego, com a derrocada da economia familiar, da
casa, do carro quando havia, dos estudos dos filhos, de uma vida que era
decente e que agora é indecente...
Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta. (Einstein) But the tune ends too soon for us all (Ian Anderson)
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Reflexão-JPachecoPereira no Público
...Sócrates é o
grande responsável por ter conduzido o país à bancarrota, e Passos Coelho pode
vir a ser o grande responsável de, no afã de querer prosseguir um programa
próprio de "revolução", deixar o país pior do que o que estava...
... É que é este o
país e não outro virtual. É nos cafés do Minho, nas fabriquetas de Leiria, nas
pedreiras ilegais, nas plantações subsidiadas, no electricista de bairro, na
empresa de construção civil familiar que contrata os vizinhos e actua num raio
de dez quilómetros da casa do "patrão", na loja de informática com
refugo, no restaurante à beira da estrada, no camionista que faz uns biscates,
na horta de alfaces de Loures, que está o país real e não nos artigos do Financial
Times, na melhor das hipóteses. Há muito mais "empreendorismo"
por metro quadrado nestas actividades económicas que se pretende
"ajustar", ou seja extinguir, que em toda a Universidade de Lisboa. E
depois há as PPPs, a oligarquia de cima, das velhas famílias do poder, e os
seus criados, a oligarquia do meio, nos partidos políticos, e um mar de
corrupção, patrocinato e clientelismo, que também não é alheio ao que o país é.
Quase todos os efeitos perversos se devem à ignorância da realidade nacional,
mas não só…
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